"O Idiota" de Fiódor Dostoiévski. Livro de 681 páginas escrito em 1868.
Minhas Impressões sobre o livro :
Antes de fazer qualquer comentário, reforço que aqui deixo tão somente minhas impressões pessoais, ou seja, não é um resumo, resenha ou qualquer outro parecer técnico, mesmo porque não sou capacitada para tal. Os registros aqui descritos falam muito mais de mim enquanto leitora, e das sensações que se delinearam durante a minha leitura.
Uau ! Que livro ! Que história ! Quando dizem que clássico é clássico por favor acreditem !
O escritor russo Fiódor Dostoiévski é magnífico, um gênio na arte de se expressar, a sua narrativa me deixou perplexa e envolvida por cada um de seus personagens, não é à toa que o consideram além de grande escritor, romancista, filósofo, um dos maiores pensadores da história.
O romance é narrado em terceira pessoa e algumas vezes há um diálogo entre o escritor e o leitor para elucidar alguns pontos que ficariam obscuros caso não o fizesse. O perfil psicológico de cada um dos personagens é minucioso, intrínseco, o autor consegue descrevê-los com tanta particularidade que os tornam inteiros dentro da sua humanidade com seus vícios, defeitos, virtudes e paixões, tornando-os reais.
Algumas curiosidades me chamaram a atenção; relacionei muito o personagem principal com o próprio Dostoiévski, ambos sofriam do mesmo mal, a epilepsia, além de outros aspectos como por exemplo a passagem do condenado á pena de morte e os minutos que antecederam ao receber o indulto antes da sua execução, o sentimento narrado é perturbador, só quem o viveu de fato poderia descrevê-lo com tanta exatidão minuto a minuto, acredito que houve ali uma catarse, ou seja, ele se valeu intencionalmente do romance para liberar todas as suas tensões outrora reprimidas.
Bem, falando da história em si, toda a trama gira em torno do personagem principal, o príncipe Míchkin, a quem chamam de idiota, foi aí que me veio a seguinte pergunta : o que seria de fato uma pessoa idiota ?!
Fui pesquisar e achei a seguinte definição :
IDIOTA : diz-se de ou pessoa que carece de inteligência, de discernimento; tolo, ignorante, estúpido.
Pois bem, o personagem não se enquadra em nenhuma dessas definições, ao contrário, ele é inteligente, culto, sensível, humanista, sonhador e por incrível que pareça o que o torna idiota aos olhos das pessoas é justamente a sua ingenuidade em se mostrar simples e verdadeiro, além de não ver maldade e acreditar naqueles que o cercam, essa personalidade mais o fato de ser epilético o tornam idiota perante a sociedade da época.
Bem ! sem mais delongas, encerrei o livro com certa dose de insatisfação dado ao desfecho desconcertante tão contrário as minhas expectativas, mesmo assim, ao final da leitura parei para refletir...pensei com meus botões...ser simples, crédulo e verdadeiro, nos dias de hoje, ainda nos faz idiota ?! Infelizmente acredito que sim.
"O Idiota" - Fiódor Dostoiévski - 1868