Não é que não tenha nada pra dizer, muito pelo contrário, tenho conversado tão pouco ultimamente que ficaria horas escrevendo como se estivesse conversando com alguém. Sei que falaria sobre o primeiro livro do ano e sei também que ele continua merecendo uma resenha especial mas não é sobre isso que quero falar. Estou às voltas com o segundo livro do ano, aquele que comecei certa vez e, não sei porque cargas d'água não consegui deslanchar, pois bem, parece que agora engrenei e a história não é apenas boa ela é muuuuito boa, daí fiquei me perguntando por que naquela época desisti de ler o livro ?! Não tenho resposta mas posso afirmar que as coisas para mim acontecem no momento que deveriam acontecer e assim o livro me chegou na hora certa, caindo como uma luva. A história é tão surreal e intrigante que te prende entre o real e o imaginário e a minha vida tá meio assim entre o que eu realmente vivo e o que eu imagino viver um dia....sei lá ! mas eu também não vou dar spoiler do livro, quando finalizá-lo farei uma resenha sobre ele.
Como disse antes ando muda pelos cantos, concentrada apenas na leitura, e não estou deprimida, só não quero falar, não há o que dizer, há dias tenho colocado na minha cabeça que minha vida é o que é pelas escolhas que fiz e se eu quiser mudar alguma coisa terei que fazer novas escolhas, tudo depende única e exclusivamente de mim. A minha cabeça trabalha com as possibilidades reais que tenho, é difícil equacionar, fazer contas, avaliar a minha real situação e não está sendo fácil. Mas no meio deste caos tem o lado bom, o lado de estar sendo verdadeira comigo mesma, encarando meus sentimentos sem medo ou culpa, e deixando de me responsabilizar pelo outro como se a harmonia e a felicidade geral do meu lar dependesse apenas das minhas ações, ou seja, eu sempre tinha que entender e relevar e se, alguém agia desta ou daquela maneira tudo era reflexo meu, o que quero dizer é que, eu tinha que "estar bem" para todos se sentirem bem, só que, estavam todos confortáveis menos eu. É fácil jogar as responsabilidades nas mãos de outros e resolvi que de agora em diante carregarei apenas o "meu" fardo, as "minhas" responsabilidades e que cada um faça o mesmo por si.
Tenho pensado em tantas coisas, algumas relativamente bobas a primeira vista mas que se for pra ser analisada a fundo mereceria mais a nossa atenção, dizem que quando fazemos isto entramos numa crise existencial, besteira, podemos analisar as coisas que nos acontecem sem estar vivenciando a tal "crise", apenas analisando por analisar. Por exemplo, quando a pessoa diz que não chamou a "fulana" para sair porque ela não iria pois estaria ocupada, pensa, não é estranho ?! Você chamou a pessoa ?! Você ouviu dela que não iria porque estaria ocupada ?! Se a resposta for não, sinto muito mas você errou, errou em deduzir, errou em traduzir uma resposta que era tão somente sua. Outra coisa, se a pessoa te pede para fazer algo simples alegando que ela própria não sabe fazer, isto é o quê ?! Preguiça ?! Falta de jeito ?! Daí ela diz : Ah eu não gosto de fazer ! Pois é ! Não faz porque tem quem faça ! Isso tudo é uma grande bobagem ?! É e não é, depende do contexto e da profundidade que se vivencia tal situação.
As redes sociais tem me enjoado bastante também. Tanta gente sem noção ! Dia desses estive por um tris para dar uma resposta na postagem de um fulano, mas consegui me controlar, eu não tenho nada a ver com a história alheia mas a situação em questão mexeu um pouco com meus brios.
Vou chamar o fulano de PF. Conheci o PF na época de escola, era um menino bonito de uma família que progrediu muito no bairro, tinham posses. O nome da família é muito conhecida por todos e PF, agora um senhor de 66 anos de idade, tem muitos amigos nas redes sociais e é justamente nas redes sociais que ele registra tudo o que acontece na sua vida particular, de modo que o que for narrado aqui não são deduções minhas e sim postagens do próprio PF. Pois bem, PF separou-se da esposa com a qual teve dois filhos e netos, até aí tudo bem para PF, o casamento não deu certo e a mulher foi morar com a mãe, ok, um ano afastados e PF estava de boa mas, bastou a ex-esposa arrumar um namorado, que a vida virou de cabeça para baixo. As postagens ficaram ofensivas, denegrindo a imagem da mulher, fica claro o inconformismo, o ciúmes, a dor de cotovelo, será que ele não percebe que não está sendo melhor que ela em nenhum momento ?! E se por ventura fosse desejo dele manter sua família unida está trilhando um caminho totalmente errado ?! Algumas postagens são feias, revoltantes e desnecessárias e pior, muitos o aplaudem. Tive vontade de escrever pra ele e dizer "para com isso PF", mas quem sou eu pra dar pitaco na vida alheia, não dou conta nem da minha ! Fico com pena da ex-mulher, ninguém merece ser enxovalhado em rede social, ninguém. Daí fiquei pensando quantos homens PFs existem por aí cuja honra fica abalada quando a ex arruma um namorado ? Muitos, milhares, quiçá milhões. Será que não dá pra aceitar e cada um ser feliz ao seu modo ?! Se você aceitar a felicidade do outro não quer dizer que a sua chegará automaticamente em compensação você estará em paz.