Minhas impressões sobre o primeiro livro do ano :
"Herdeiras do Mar" é o romance de estreia desta autora coreana que aborda de maneira sensível um episódio sombrio e nebuloso vivido por muitas mulheres coreanas durante a Segunda Guerra Mundial, as chamadas "Mulheres de Conforto", fato verídico que cutuca uma ferida aberta tanto para o Japão quanto para os Sul Coreanos.
O romance conta a história de duas irmãs, Hana e Emi, que, por circunstâncias da Segunda Guerra Mundial, são separadas, vivendo cada qual, destinos diferentes.
Hana e sua mãe são haenyeos na ilha de Jeju - Coréia do Sul.
"Haenyo" é como são chamadas tradicionalmente as mulheres que vivem do mergulho livre (sem equipamentos) retirando do mar o seu sustento, uma atividade lucrativa mas deveras perigosa.
Ao perceber a aproximação do oficial japonês que põe em risco a integridade de Emi, sua irmã de apenas 9 anos de idade, Hana sai do mar e se deixa sequestrar para salvá-la.
Capturada pelo soldado japonês, Hana é enviada para a longíngua região da Manchúria onde se vê obrigada a se tornar uma "mulher de conforto", sendo submetida a todo tipo de crueldade dentro dos bordéis militares.
O livro vai intercalando duas narrativas :
O que aconteceu com Hana em 1943 e as angústias vivida atualmente por Emi (2011) desde a separação da irmã.
O anseio por este reencontro é o que as mantém vivas.
A narrativa é dramática, muito tocante saber que milhares de mulheres muito jovens foram submetidas a tão cruel destino, as "mulheres de conforto" é um capítulo doloroso da Segunda Guerra Mundial e que ainda hoje é ignorado por muitos.
Leiam o livro, ele é ótimo !
Esta é a "Estátua da Paz" dos escultores Kim Seo-Kyung e Kim Eun-Sung.
A jovem descalça vestida de "hanbok" com as mãos fechadas representa as milhares de jovens mulheres coreanas que foram estupradas e escravizadas como "mulheres de conforto". Sentada a espera pelo reconhecimento do seu sofrimento e por um pedido oficial de desculpas do governo japonês pela escravização sexual de cerca de 200 mil mulheres - a maioria coreana- durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa e a Segunda Guerra Mundial. A cadeira vazia representa, a um só tempo, as que não vivem mais e também um convite a quem quiser se unir a luta.
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