Estou lendo um livro que conta a história de duas amigas, uma história de vida que compõe quatro volumes, pois bem, agora cedo, ainda no comecinho do segundo volume fiquei pensando no trecho em que me encontro e, muitas coisas me passaram pela cabeça, uma delas é que a vida da gente, tal qual a história das duas amigas, pode ser traduzida em quatro volumes.
Volume I - "A infância e Pré-Adolescência"
Volume II - "Juventude"
Volume III - "Tempo Intermédio"
Volume IV - "Maturidade e Velhice"
Fazendo uma relação com a minha vida, me encontro neste exato momento no volume quatro.
Olhando para trás posso resumir em poucas palavras o que foi de mim...
Minha infância e pré-adolescência foi boa, digo isso com a alegria de uma menina que teve pai, mãe, irmãos, avós, primos e amigos, embora os tempos tenham sido difíceis financeiramente, meus pais nunca nos deixou faltar nada, nunca nos envergonhamos por sermos pobres e nunca nos sentimos diminuídos em nenhuma situação.
Quanto a juventude já foi um pouco mais complicado passar por ela, eu, particularmente, sempre fui dotada de muitos medos e muitos complexos, me achava gorda e feia e tentava fazer amigos com o meu dom de desenhar, os assuntos eram tímidos, tinha vergonha de tudo inclusive de falar, sem contar que nesta fase as paixões eram intensas e quase sempre não correspondidas.
Já o tempo intermédio foi o mais pesado de todos, foi o tempo das exigências, cobranças de responsabilidades, foi o tempo das escolhas importantes, aquelas que traçam o nosso futuro, as pessoas chamam esta fase de "fase que plantamos", a gente não se dá conta da relevância desse momento estamos tão ocupados em fazer o que precisa, necessariamente, ser feito que, nos deixamos levar pelas circunstâncias e a gente só percebe que haveriam outros caminhos caso nos propuséssemos às mudanças quando já é tarde demais, pois é, foi tudo tão atropelado e afoito !
Atualmente vivo meu quarto volume, talvez na segunda fase da maturidade e prestes a pisar com o pé na velhice e esta sim, me assusta. Chamam esta fase de "fase da colheita", difícil separar os frutos maduros dos que apodreceram. O que eu sei de mim é que agora, neste exato momento, eu sei o que quero, o que desejo, sei discernir melhor meus sentimentos, sei perfeitamente das minhas limitações, e sei também o que me impede de agir, isto tudo é um estado de consciência elevado que, na verdade, não sei se me ajuda ou me destrói. Talvez ambos. Me ajuda no sentido da lucidez em que me encontro e me destrói porque não vislumbro coisas boas para o meu breve futuro.
Por isso me dedico a leitura, os livros me contam histórias que, muitas vezes, me faz parar para refletir e assim fazer uma pequena analogia com a minha vivência, a de hoje, por exemplo, foi essa que resume a vida da gente em quatro volumes...
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