quinta-feira, 10 de julho de 2025

Aqui, novamente !

 Puxa vida eu gostaria de relatar tantas coisas mas algo definitivamente me impediu de escrever, e esse algo tem a ver com aquela motivação que hoje ficou vaga e sem sentido...pra quem ? e por que escrever ?!

Penso que escrever para mim era um termômetro de como as coisas caminhavam e como tudo se alinhava nessa minha cabeça deveras confusa.

Sinto falta do que sentia porque agora já não sinto mais... antes era me sentir confusamente viva e agora o sentimento é de perda e quando falo em perda abranjo muitos significados, como perder pessoas, amigos, amores, perder o ânimo, a alegria, o friozinho na barriga, perder o entusiasmo, enfim, perder.

E junto com essas perdas vem o sentir falta de algo que hoje já não é mais possível e tudo isso causa um grande vazio e tristeza dentro de mim.

Ainda ontem pensei... puxa vida que falta que eu sinto da minha mãe chegando aqui em casa, o barulho da chave no portão, os seus passos lentos abrindo a porta da sala com um "Silvia" sibilado baixinho para não acordar quem estivesse dormindo, ela se aproximando da mesa da cozinha me perguntando "tem café ?!" Hoje não tenho mais isso e de verdade, quanta falta eu sinto !

Minha mãe tem oitenta e cinco anos e falo com orgulho que ela mora sozinha, faz sua comida, cuida de si mas a idade pesou e já é muito difícil pra ela caminhar poucos metros até chegar aqui em casa como fazia antigamente, e eu sinto falta e isso pra mim também é uma perda.  Me aflige pensar que um dia eu não terei mais a minha mãe, me dói profundamente o coração.

Já se sentiu insatisfeito consigo mesmo ?!

Eu sim, várias e várias vezes, penso que me cobro demais, penso que deixo muito a desejar em tudo que faço ou penso, as expectativas não alcançadas me decepcionam e o poço se aprofunda num buraco sem fim. E não pense que isto é depressão, não, não é e nem quero me comparar com aqueles que sofrem com este mal, aliás mal do século, enquanto outrora as pessoas morriam de tuberculose hoje em dia é essa maldita depressão. Bem, mas não quero desviar do assunto, quero falar de mim, das coisas que ando fazendo e daquelas que me afligem, roubando, muitas vezes, as minhas noites de sono.

Ano passado foi difícil, um amigo muito especial teve um AVC grave e quase morreu, mas ficaram as sequelas, o lado esquerdo paralisado, dificuldade na fala e outros comprometimentos que lhe tiraram a autonomia, triste muito triste... uma outra amiga, três anos mais nova que eu, descobriu um câncer generalizado e em menos de um mês pós cirurgia veio a falecer, desolador.

Todos esses acontecimentos mexeram muito com o meu emocional, e pela primeira vez me descobri "Velha", velha no sentido da finitude e é muito triste saber que o nosso tempo se esvai.

As redes sociais nos massacram  vendendo "milagres" com procedimentos estéticos, viagens mirabolantes, o fitness em busca do corpo perfeito, milhares de receitas para rejuvenescer, ficar saudável depois dos sessenta, e qualidade de vida daqui e melhor idade dali e blá blá blá blá blá blá....mas meu espelho é cruel, sem compaixão me esfrega na cara como estou velha, os sulcos profundos, as linhas de expressão, a ausência do colágeno a falta de elastina. Por que é tão difícil aceitarmos a realidade ?! Dizem : "aceita que dói menos". Não, não dói menos, dói igual e além de doer tenho consciência de que nenhum procedimento estético é permanente, os anos irão passar e a velhice vai bater. Bem, vamos deixar isso pra lá....

A Leitura

Estou em falta com as minhas leituras, chegamos à metade do ano e até agora não li um livro sequer, deixei passar todo esse tempo me dedicando a outros afazeres e quer saber ? tenho convicção de que isto não é desculpa. Ler é um exercício e como todo exercício é preciso praticar, ter disciplina, resumindo, ando mesmo muito indisciplinada.

Outros Afazeres...

A costura preencheu boa parte do meu tempo, sim, andei costurando muito, não sou costureira profissional mas gosto bastante do ofício, quando costuro sempre lembro da minha vó Felicidade que era uma excelente costureira, tenho tantas lembranças da minha vó...dia desses fiquei pensando nela e como minha vida teria sido relativamente diferente caso ela vivesse por mais tempo. Foram apenas sete anos de convívio e ainda hoje tenho a imagem nítida da minha vó, seus cabelos, suas mãos, a máquina de costura, o barulho da máquina, lembro dos lençóis impecavelmente passados e brancos estendidos na cama com o cheirinho de talco "jonhson" para bebê, puxa , me lembro de tantas coisas !

Das Atividades Físicas...

Minha vida sempre foi sedentária, pra não dizer 100% houve épocas que me propus a caminhar, e isso era bom, suava a camiseta e o pensamento divagava, noutra ocasião resolvi esporadicamente fazer hidroginástica e yôga na ADPM (associação desportiva da polícia militar) mas quando virei os cinquenta anos uma chavinha dentro de mim também virou, e fui em busca de uma academia perto de casa que me obrigasse a manter uma certa rotina e foi o que fiz, depois veio a pandemia e uma longa pausa de dois anos se instalou, até que por fim resolvi voltar, aí já estava com outra cabeça, outros objetivos e bem mais focada, foi quando decidi aprender a nadar.

O Esporte da Minha Vida...

Nas minhas primeiras aulas de natação achei que não fosse conseguir mas, por nenhum momento pensei em desistir, o "tal do bichinho" já havia me mordido. Hoje a minha performance é relativamente boa para a minha idade. Nado mil e duzentos metros três vezes por semana e na sequência tento manter a rotina da musculação mas nem sempre consigo, é chato e não me dá prazer, mesmo assim me obrigo, penso sempre que envelhecer é uma guerra e é preciso se preparar para tal, nada garante que eu vá envelhecer bem mas, pelo menos a consciência estará tranquila.

Pausa na Academia....

Meu plano venceu dia 29 de março e a princípio não quis renovar, preferi dar um tempo. Havia outras prioridades e a Academia estava deixando muito a desejar, principalmente no quesito manutenção. No mês de Abril foquei na minha saúde que não andava lá muito boa, sentia dores aleatórias no meu corpo, um mal estar que, pra variar um pouquinho, nunca soube diferenciar se é real ou "coisas da minha cabeça". Fui aos médicos, fiz vários exames, mudei minha alimentação. Resultado...alguns "ites", gastrite, esofagite, inflamação no útero e chega, tá bom né ?!

Mudar ou Não de Academia ?!

No começo de maio já estava pronta para retomar as atividades físicas mas havia uma dúvida, permanecer ou não na academia antiga. Motivada por uma amiga fui conhecer uma Academia nova e diga-se de passagem "nova" em todos os sentidos. Uauuuu!!! que Academia !!! Daí, sem tomar nenhuma decisão precipitada resolvi experimentar por dez dias.

Prós e Contras

A academia nova é cara e quando digo cara quero dizer que seu valor é quase três vezes mais que o valor da academia antiga. Primeira pergunta :" posso pagar ?!" apertadamente sim, por isso fiz o teste dos dez dias pra ter certeza se valeria à pena gastar tanto dinheiro. Foram dez dias super corridos e as diferenças entre as academias são contrastantes. Academia nova - piscina de 25 metros, a antiga - 16 metros, academia nova- água limpa e transparente, manutenção diária com profissional gabaritado, aulas individuais exigindo o máximo de cada aluno, tudo muito técnico e desafiador, houve dias que pensei ter deixado o coração embaixo d'água, na musculação aparelhos digitais, tudo novinho e as aulas de yôga então, puxa como foi bom !

Minha Decisão

Depois de pesar os prós e os contras optei pela academia antiga. Aí vão me perguntar "mas lá não era tão bom?! " Sim era, bom demais até, mas decididamente não dei conta e nem acho que daria ou seria feliz na academia nova. Por ser cara me obrigaria a ir todos os dias e não, não são "obrigações" que quero pra minha vida, aliás ando fugindo de algumas quando possível, e outra, não nasci pra viver de fazer uma coisa só, como ficariam minhas costuras e a minha leitura, me sinto feliz em fazer de tudo um pouco e a academia nova iria me consumir.

De Volta para o meu Aconchego

Dizem que a gente não deve parar na mesmice mas sinto em lhe desagradar, o meu cotidiano me faz feliz. Não gosto de surpresas na vida, gosto de estar confortável, saber antecipadamente o que vem pela frente, sou assim, fazer o quê ?! Voltei feliz pra Academia antiga, lá não me exijo tanto, saio da piscina com o coração batendo no seu devido lugar, não há elevador para chegar na musculação e os aparelhos são da idade da pedra, sem aulas de yôga infelizmente, o que mais me entristeceu. e pra fechar o assunto, as minhas amizades, todas preciosas demais para abrir mão, momentos de pura descontração, muitas risadas, muitas confidências, não pude abrir mão.

Encerrando o Assunto

Então é isso... voltei para o blog, voltei com os meus questionamentos, para as minhas crises existenciais, para as minhas angústias, os meus medos, para as minhas reminiscentes lembranças, voltei para a academia antiga, agora muito mais focada que antes e bora viver...... 

 


  


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