Tenho pra mim que não são as pessoas mais fortes que sobrevivem as adversidades da vida e sim quem se adapta a elas com maior rapidez.
Portanto era uma questão de sobrevivência tentar me adaptar o quanto antes àquele lugar que me deixava tão infeliz.
Os vizinhos eram pessoas simples e boas e fomos muito bem acolhidos, a paisagem do lugar como havia dito antes era de chorar, periferia é assim, as construções são mal feitas e mal acabadas, os "puxadinhos" nunca terminam, os varais nas lajes estão sempre lotados de roupas certificando ainda mais a pobreza, que seria bonita se não fosse realmente tão feia.
Mesmo insatisfeita procurei encarar o momento de maneira positiva, afinal tudo era novo e deveras pitoresco para nós.
Mudamos no mês de janeiro, mês de férias, período para se colocar ordem na casa e tomar decisões importantes.
A primeira delas foi permanecer no meu trabalho e manter as crianças na mesma escola, então parte da minha rotina vivia em Itaquera a outra parte fiz questão de manter no Tatuapé, não podia deixar minha vida muito menos a dos meus filhos enterrada ali.
Nessa época já dirigia muito mal por sinal, mas as incontáveis viagens e perrengues que passei me fizeram uma motorista de razoável para boa rsrsrsrsrsss e modesta ! Inúmeras histórias pra contar, viagens hilárias e diárias, acordando de madrugada e vestindo o fusca 75 para ir trabalhar com duas crianças à bordo... mas por enquanto deixa pra lá !
Outra decisão muito importante que data dessa época foi o que chamo de "grito da independência financeira".
Sempre segui o modelo padrão da família tradicional em que a mulher trabalha e deposita todo o dinheiro na mão do marido com a desculpa esfarrapada que o homem controla melhor as finanças de uma casa, nunca concordei com isso mas sempre aceitei passivamente esta condição até que...
Houve um fato que contribuiu para que eu me rebelasse, um mísero cheque assinado por mim e perdido ao vento numa noite de tempestade enquanto o marido alcoolizado socorria o amigo doente.
Aquela noite foi a noite do "basta!", "chega !", e a partir de então assumi o controle do meu mísero salário de professora, compartilhando e dividindo nossas obrigações e responsabilidades, com a diferença de que à partir daquele momento estava livre para administrar minhas finanças.
E assim fomos vivendo, procurando sempre olhar para o mesmo horizonte afim de alcançarmos nossos objetivos e foram quatorze anos nesse lugar até que outro acontecimento importante me fez novamente acordar....
*continua.
Portanto era uma questão de sobrevivência tentar me adaptar o quanto antes àquele lugar que me deixava tão infeliz.
Os vizinhos eram pessoas simples e boas e fomos muito bem acolhidos, a paisagem do lugar como havia dito antes era de chorar, periferia é assim, as construções são mal feitas e mal acabadas, os "puxadinhos" nunca terminam, os varais nas lajes estão sempre lotados de roupas certificando ainda mais a pobreza, que seria bonita se não fosse realmente tão feia.
Mesmo insatisfeita procurei encarar o momento de maneira positiva, afinal tudo era novo e deveras pitoresco para nós.
Mudamos no mês de janeiro, mês de férias, período para se colocar ordem na casa e tomar decisões importantes.
A primeira delas foi permanecer no meu trabalho e manter as crianças na mesma escola, então parte da minha rotina vivia em Itaquera a outra parte fiz questão de manter no Tatuapé, não podia deixar minha vida muito menos a dos meus filhos enterrada ali.
Nessa época já dirigia muito mal por sinal, mas as incontáveis viagens e perrengues que passei me fizeram uma motorista de razoável para boa rsrsrsrsrsss e modesta ! Inúmeras histórias pra contar, viagens hilárias e diárias, acordando de madrugada e vestindo o fusca 75 para ir trabalhar com duas crianças à bordo... mas por enquanto deixa pra lá !
Outra decisão muito importante que data dessa época foi o que chamo de "grito da independência financeira".
Sempre segui o modelo padrão da família tradicional em que a mulher trabalha e deposita todo o dinheiro na mão do marido com a desculpa esfarrapada que o homem controla melhor as finanças de uma casa, nunca concordei com isso mas sempre aceitei passivamente esta condição até que...
Houve um fato que contribuiu para que eu me rebelasse, um mísero cheque assinado por mim e perdido ao vento numa noite de tempestade enquanto o marido alcoolizado socorria o amigo doente.
Aquela noite foi a noite do "basta!", "chega !", e a partir de então assumi o controle do meu mísero salário de professora, compartilhando e dividindo nossas obrigações e responsabilidades, com a diferença de que à partir daquele momento estava livre para administrar minhas finanças.
E assim fomos vivendo, procurando sempre olhar para o mesmo horizonte afim de alcançarmos nossos objetivos e foram quatorze anos nesse lugar até que outro acontecimento importante me fez novamente acordar....
*continua.
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