Estava ainda na 5ªDE quando tomei ciência da real localização da escola que acabara de escolher, e creiam, era longe ! Conferi o itinerário pela milionésima vez, contei os trocados que tinha no bolso e parti confiante. A condução era precária e o caminho "pitoresco"; as casas foram rareando e a paisagem se tornando cada vez mais rural, com a ajuda de algumas pessoas consegui chegar ao meu destino.
E lá estava ela, afundada no meio do nada, a escola com o nome sonoro e bonito que por ingenuidade acreditei estar perto de casa : E.E. Prof. "Mozart Tavares de Lima".
Me apresentei tímida para a diretora, uma mulher alta, loira, falante, despachada e muito engraçada. Enquanto conferia o papel com as 16 aulas de artes do período vespertino, muito surpresa me perguntou : "E as aulas da noite por que não pegou ?!"
Insegura e com a delicadeza de quem recusa um café, lhe agradeci e expliquei que morava muito longe dali e que não poderia assumir as aulas do período noturno pela dificuldade que teria em voltar para casa. Inconformada com a recusa, perguntou onde morava ? Respondi : "Tatuapé". Mal havia terminado de pronunciar o nome do meu bairro ouvi uma gargalhada que me deixou muito sem graça por não entender a piada. Me esclareceram que ali todo mundo morava no Tatuapé, e por uma questão de segurança ninguém saía de lá sozinho. Resumindo, as aulas seriam minhas e ponto final.
Por um lado fiquei satisfeita, o meu salário iria dobrar, por outro continuava muito insegura pois era tudo ou nada, e naquele momento eu precisava do "Tudo".
Fui intimada a começar na mesma hora devido ao caos em que a escola se encontrava por falta de professores, me equiparam com caixa de giz, apagador, diários de classe e depois de muitos conselhos e ressalvas dos novos colegas, fui apresentada aos alunos que eram muito pobres e carentes.
Na hora do intervalo pedi autorização e liguei para minha mãe explicando minha real situação e ficou acertado que meu pai viria me buscar. Me senti tranquila e segura, só não esperava que tudo pudesse dar errado.
As onze horas da noite meu pai me aguardava no portão da escola com cara de poucos amigos, por um imprevisto estava sem carro e viera ao meu encontro sabe Deus lá como.
Durante o trajeto de volta pra casa, ainda no ônibus meu pai argumentava a falta de segurança e o perigo que estava correndo em dar aulas pra bandidos, silenciosa ouvia seu sermão respeitosamente enquanto as lágrimas escorriam pela face, me senti péssima por ter provocado toda aquela situação.
Chorei muito, não estava sendo um dia fácil para mim, relembrei de tudo que havia passado desde as primeiras horas daquele dia, as impressões que tive quando desembarquei do ônibus aquela manhã em Itaquera com o mínimo de chance de se conseguir alguma coisa.
Tive uma noite super mal dormida, ponderei os prós e os contras e tomei uma decisão.
Precisava trabalhar para me manter e continuar os meus estudos e nada iria desviar meu caminho.
Meus pais não tinham condições financeiras para bancar minha faculdade e contrariando a opinião deles acordei cedo e comuniquei que chegaria tarde da noite em casa pois iria trabalhar, precisava das aulas e os alunos precisavam de mim, enfim, por minha conta e risco foram cinco anos de experiência intensa naquela escola, mas isso também já é outra história.
Por um lado fiquei satisfeita, o meu salário iria dobrar, por outro continuava muito insegura pois era tudo ou nada, e naquele momento eu precisava do "Tudo".
Fui intimada a começar na mesma hora devido ao caos em que a escola se encontrava por falta de professores, me equiparam com caixa de giz, apagador, diários de classe e depois de muitos conselhos e ressalvas dos novos colegas, fui apresentada aos alunos que eram muito pobres e carentes.
Na hora do intervalo pedi autorização e liguei para minha mãe explicando minha real situação e ficou acertado que meu pai viria me buscar. Me senti tranquila e segura, só não esperava que tudo pudesse dar errado.
As onze horas da noite meu pai me aguardava no portão da escola com cara de poucos amigos, por um imprevisto estava sem carro e viera ao meu encontro sabe Deus lá como.
Durante o trajeto de volta pra casa, ainda no ônibus meu pai argumentava a falta de segurança e o perigo que estava correndo em dar aulas pra bandidos, silenciosa ouvia seu sermão respeitosamente enquanto as lágrimas escorriam pela face, me senti péssima por ter provocado toda aquela situação.
Chorei muito, não estava sendo um dia fácil para mim, relembrei de tudo que havia passado desde as primeiras horas daquele dia, as impressões que tive quando desembarquei do ônibus aquela manhã em Itaquera com o mínimo de chance de se conseguir alguma coisa.
Tive uma noite super mal dormida, ponderei os prós e os contras e tomei uma decisão.
Precisava trabalhar para me manter e continuar os meus estudos e nada iria desviar meu caminho.
Meus pais não tinham condições financeiras para bancar minha faculdade e contrariando a opinião deles acordei cedo e comuniquei que chegaria tarde da noite em casa pois iria trabalhar, precisava das aulas e os alunos precisavam de mim, enfim, por minha conta e risco foram cinco anos de experiência intensa naquela escola, mas isso também já é outra história.
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