Mais um Domingo - não é um pesar é uma constatação.
Acordei ás quatro me virei de um lado me virei do outro, tentei não perder o embalo do sono, não consegui. Meus pensamentos se preenche de preocupações, me viro novamente, olho para o relógio digital, são cinco da manhã, ouço um barulho de chuva, fraco a princípio mas depois a chuva aperta, choveu pra valer, daquelas chuvas que lava asfaltos, calçadas, paredes e janelas, queria aproveitar a cadência do barulho da chuva pra poder me ninar, inútil, não consigo, os maus pensamentos e as preocupações exageradas com a saúde do meu corpo não permite, me rendo a elas e tento pelo menos desfocar, pensar na dor do outro as vezes me conforta, não sou apenas eu que sofro, tanta gente sofre dores mais fortes que as minhas, será que é possível medir dor? será que é possível medir o amor? ouvi certa vez que é impossível medir ou comparar qualquer sentimento, cada pessoa sabe o que sente e como sente, aí me vem a lembrança do médico que me atendeu no parto do meu primeiro filho, respondeu-me ele que a dor é igual para todo ser humano o que difere é como cada pessoa reage a sua própria dor, se eu havia sido forte até aquele momento com certeza me manteria forte após, aquelas palavras me bastaram para me encorajar, não por acreditar nelas e sim por vergonha de dar vexame. Fato é que aqui estou, já passa das seis, não consegui pregar o olho de jeito algum, já fiz e tomei o meu café e é tão bom sentir o gosto do café, penso no Couto que já não pode sentir gosto de nada....penso em quem pode e se recusa a comer, penso e me entristeço....amanhã farei mais dois exames, tenho que acordar cedo e não posso ir sozinha, caso contrário não faço exame, fiquei pensando em quem chamar para ir comigo, disponível deliberadamente ninguém, nem minha mãe por ser do grupo de risco, meus filhos com seus afazeres, parentes ? amigos ? não, ninguém, mas meu companheiro se dispôs a ir, não me agrada porque sei que é muito difícil para ele, quase um sacrifício e eu me sinto péssima em precisar, quando posso me viro sozinha mas, quando não, sou obrigada a me resignar, então vamos os dois. O domingo parece que vai ser assim.... nublado, melancólico, triste.... mais um domingo... na noite de sexta-feira assistimos um filme espanhol chamado "El Olivo" - (2016) primoroso o filme, história comovente de uma família e sua oliveira milenar....fala sobre perdas de uma maneira sutil e poética.... durante a noite por um momento seguramos nossas mãos....
Nenhum comentário:
Postar um comentário