sábado, 7 de março de 2020

"Continuação da Carta para Theo - Parte II"

...continuo com o nó na garganta...

Por que a gente se aborrece ? Por que eu me aborreço ?

Será que é só aborrecimento ? Será que este sentimento tem outro nome ?

Por que necessito em classificar ou nomear as coisas ?

Por que, por que e por que ????

Sabe Theo, no ano passado fiquei muito triste com a "doença" do meu marido.

Além de triste muito preocupada.

Sua saúde foi definhando a olhos vistos, emagreceu repentinamente, não queria comer, ficou sem energia para fazer as coisas que tanto gostava, como cuidar do jardim, da casa, fazer comida, vivia deitado no sofá, tinha febre em determinados horários, não queria conversar, escrever, nada, vivia dormindo.

Diante daquela situação por muito pouco não me deixei levar, houve dias em que chorei muito e quase entrei em depressão, mas eu reagi, assumi tudo sozinha, tomei decisões e fiz coisas que há muito tempo não fazia, por um lado me senti tão motivada, tomar as rédeas da minha vida, fazer o que precisava ser feito, poder escolher e decidir sozinha, era tudo novidade e a tristeza deu lugar a uma satisfação e um orgulho de mim, pode parecer egoísta e mesquinho da minha parte, mas eu estava feliz porque estava conseguindo ... Cuidei dele como se cuida de uma criança, na alimentação, nos remédios, nas massagens, sempre motivando-o a reagir, não queria vê-lo daquele jeito.
Era o mínimo que poderia estar fazendo, retribuindo o tanto que ele fez por mim na ocasião da minha queda. Foi uma forma de retribuir minha gratidão.
Achei muitas vezes que ele não fosse conseguir de tão grave que estava a situação, e felizmente aos poucos ele foi reagindo, e lentamente ele foi se reabilitando e saindo daquele estado de inércia.

E estava indo tudo bem, ele se recuperando e eu tomando as decisões, foi assim que planejei com a ajuda dos meus filhos nosso Natal e Ano Novo, até que no último dia do ano algo ruim aconteceu....

*esta carta continua. 

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