Em junho do ano de 1956 Virgílio ingressa na Escola de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que outrora era designada Guarda Civil do Estado de São Paulo e só anos mais tarde recebeu este primeiro título que mantém até hoje.
Foram seis meses de curso usando a farda cáqui, exclusiva para os aspirantes, e somente após a conclusão do curso recebeu a farda oficial azul marinho.
Zequinha e Armando, o filho mais velho de Maria do Céu também fizeram o mesmo curso para soldado da antiga Guarda Civil, talvez incentivados ou inspirados por Virgílio.
Em dezembro de 1956 prestes a se formar, Virgílio, mais estabilizado e confiante no seu futuro resolve declarar o seu interesse por Aydinha.
Faltava uns dias para o Natal quando Aydinha retornando de um passeio com seus pais encontra sua tia Maria do Céu que lhe diz haver "algo" em sua casa endereçada a menina e que lá passasse mais tarde para pegá-lo, sem referir ao que se tratava.
Movida pela curiosidade, não demorou muito para que na casa da tia chegasse. Interpelada no quintal foi avisada que o tal presente se encontrava sobre a mesa da cozinha e que ela fosse pegá-lo.
Ao se aproximar viu uma caixa forrada de cetim cor de rosa, abriu-a com cuidado e dentro havia um cartão também de cetim almofadado com um coração em relevo, abriu suavemente o cartão e leu a mensagem carinhosa assinada por Virgílio.
Ela não fazia ideia que o cartão seria dele e mesmo surpresa se sentiu atraída por tão delicado presente, instintivamente ela fechou o cartão e amavelmente o levou ao rosto para sentir-lhe o cheiro e a textura macia e foi neste exato momento que se viu surpresa com a presença de Virgílio, muito sem jeito agradeceu e elogiou o cartão enquanto o mesmo se aproximava, tão perto que seu coração acelerou, ele a tomou em seus braços e sem dizer uma única palavra a beijou.
Após o beijo ele revelou suas intenções e pediu sua aprovação para pedi-la em namoro aos seus pais.
Na manhã de 8 de janeiro do ano de 1957 enquanto Silvano consertava a calha do telhado, Aydinha comunicou ao pai que Virgílio iria à casa conversar com ele. Intrigado o pai da menina respondeu a filha que não havia motivos nem assunto para conversar com o tal jovem. Muito temerosa pela reação do pai, elucidou-se que se tratava de um pedido de namoro, notícia recebida com certo desdem :"Tu és uma menina, mal sabes cuidar de ti e já pensas em namorar ?!"
Naquele mesmo dia a noite chegam á casa Virgílio, sua mãe dona Felicidade e seu pai Zé Coelho para formalmente pedir a jovem em casamento.
Como era de praxe, a requerida nunca se encontrava no mesmo ambiente em que se conversavam sobre seu futuro sendo chamada minutos mais tarde para saber se era de sua vontade aceitar o pretendente. Na frente de todos a moça foi inquerida pelo pai : "Tu gostas dele ?" Assentindo com a cabeça mal balbuciou um "sim" para alívio de todos os presentes. O pai muito determinado completou :"Não gosto de namoro choco, tu tens um ano para se casar".
E assim foi firmado o compromisso.
........continua........