Não foi proposital, foi pura coincidência.
Escolhi o livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada" de Carolina Maria de Jesus, bem antes desta polêmica que se instalou em forma de caos abordando o preconceito racial : "Vidas Negras Importam"
Protelei a leitura por percalços, mas não o teria lido apenas por conta do "momento", hoje em dia tudo vira modinha, todo mundo quer ser engajado, e eu decididamente não sou todo mundo.
Mas vamos ao livro...
São relatos que se repetem dentro de um cotidiano de luta pela sobrevivência, os dias são iguais, a miséria e a fome estão sempre presentes, e assim foi a leitura do começo ao fim do livro, como tomar um gole de cachaça onde tapamos o nariz e entornamos o copo de uma única vez, e a "marvada" desce arranhando goela abaixo queimando tudo por dentro, consumi o livro numa tacada só, e me impactei com a cruel realidade tão despretensiosamente narrada nas entrelinhas.
Em nenhum momento a autora se vitimiza ou se diminui seja pela sua condição social ou sua cor, ela não poupa os favelados em relatar muitas vezes a falta de caráter o alcoolismo a maledicência os aproveitadores enfim toda falta de virtude advindas da fome e da miséria e a pouca disposição que as pessoas tem em modificar as próprias vidas.
Mas Carolina é diferente, ela pensa, repara e narra em seus cadernos tudo que presencia e vê fazendo uma crítica social e política atemporal.
E apesar de todo esforço e reconhecimento como escritora na publicação do seu livro, nada disso foi capaz de impedir que ela morresse desfavorecida e pobre.
Então é isso um livro que se repete na mesma narrativa do começo ao fim, daí me pergunto : "Seria diferente se trocássemos estas datas para os dias atuais ?!
Me bateu foi uma tristeza em constatar que depois de sessenta anos as favelas ainda existam, que não há saúde por falta de saneamento básico, que muitos independente da cor ainda vasculham os lixões em busca da sobrevivência e o mais revoltante que os políticos continuam se aproveitando da ignorância do analfabetismo da fome e da miséria pra se manterem no poder com a única intenção de que nada mude pois só assim eles se perpetuam, ou seja, daqui a sessenta anos haverão favelados famintos e herdeiros políticos governando o nosso país em prol deles mesmos.
Escolhi o livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada" de Carolina Maria de Jesus, bem antes desta polêmica que se instalou em forma de caos abordando o preconceito racial : "Vidas Negras Importam"
Protelei a leitura por percalços, mas não o teria lido apenas por conta do "momento", hoje em dia tudo vira modinha, todo mundo quer ser engajado, e eu decididamente não sou todo mundo.
Mas vamos ao livro...
São relatos que se repetem dentro de um cotidiano de luta pela sobrevivência, os dias são iguais, a miséria e a fome estão sempre presentes, e assim foi a leitura do começo ao fim do livro, como tomar um gole de cachaça onde tapamos o nariz e entornamos o copo de uma única vez, e a "marvada" desce arranhando goela abaixo queimando tudo por dentro, consumi o livro numa tacada só, e me impactei com a cruel realidade tão despretensiosamente narrada nas entrelinhas.
Em nenhum momento a autora se vitimiza ou se diminui seja pela sua condição social ou sua cor, ela não poupa os favelados em relatar muitas vezes a falta de caráter o alcoolismo a maledicência os aproveitadores enfim toda falta de virtude advindas da fome e da miséria e a pouca disposição que as pessoas tem em modificar as próprias vidas.
Mas Carolina é diferente, ela pensa, repara e narra em seus cadernos tudo que presencia e vê fazendo uma crítica social e política atemporal.
E apesar de todo esforço e reconhecimento como escritora na publicação do seu livro, nada disso foi capaz de impedir que ela morresse desfavorecida e pobre.
Então é isso um livro que se repete na mesma narrativa do começo ao fim, daí me pergunto : "Seria diferente se trocássemos estas datas para os dias atuais ?!
Me bateu foi uma tristeza em constatar que depois de sessenta anos as favelas ainda existam, que não há saúde por falta de saneamento básico, que muitos independente da cor ainda vasculham os lixões em busca da sobrevivência e o mais revoltante que os políticos continuam se aproveitando da ignorância do analfabetismo da fome e da miséria pra se manterem no poder com a única intenção de que nada mude pois só assim eles se perpetuam, ou seja, daqui a sessenta anos haverão favelados famintos e herdeiros políticos governando o nosso país em prol deles mesmos.
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