Esta história que vou lhes contar se trata da família do meu Pai, Virgílio Coelho Neto e me foi contada por minha mãe, Ayda Marques Coelho que fará, em fevereiro, 82 anos. Minha mãe nasceu com uma memória invejável e todos os fatos e nomes aqui descritos lhe foram confiados pela minha avó paterna que amava minha mãe como se fosse sua filha, dizia ela : "Ayda é a filha que Deus me deu".
É óbvio que por mais que eu me esforce haverá uma interferência pessoal dentro da minha narrativa mesmo assim vou me policiar e tentar ser o mais fiel possível para que a verdade prevaleça.
Sobre meus Bisavós Paternos : Cândido e Maria, pais da minha Vó Felicidade
De acordo com as minhas pesquisas o mais longe que consegui chegar na nossa ascendência foi em 28 de Setembro de 1871, data em que foi assinada e promulgada a Lei do Ventre Livre considerando "livre" todos os filhos de mulheres escravas nascidos a partir de então.
O pai da minha vó Felicidade se chamava "Cândido" e foi beneficiado com a tal Lei, não temos registros da data exata de seu nascimento, apenas o fato de ter nascido alforriado, sua mãe era negra e escrava portanto pressupomos que "Cândido" também deveria ser negro ou mulato.
A mãe de minha vó Felicidade se chamava "Maria" não temos informações sobre ela pelo fato de ter falecido quando minha vó tinha apenas nove anos de idade, talvez "Maria" fosse branca mas não há registros.
"Cândido e Maria" tiveram quatro filhos : "Miguel", que mais tarde mudaria seu nome para "Salvador", "Salomé", "Eva" e "Felicidade".
O nome completo de minha vó era "Felicidade Pereira de Carvalho" tinha a pele morena, mas os traços do rosto eram suaves os cabelos levemente encaracolados e finos, o quadril largo e as ancas pronunciadas lhe conferia as características de sua ascendência negra herdada pelo pai.
......continua......
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