sexta-feira, 31 de julho de 2020

"Desafio"

Eu tinha um assunto para escrever até agora à pouco, aí sumiu ! Cara, nem sei se isto é bom ou ruim, vamos deixar pra lá né ?! (##)

Arre ! fim de julho ! pensa que é ruim ?! Imagina agora aguentar Agosto, mês do desgosto, do cachorro louco, aquele que começa, chega o natal e ele não termina, coisa de doido esse mês de Agosto !

Ando na lida, há três dias me ponho a limpar e organizar esta casa, ando passando pente fino em tudo, quando faço isto me vem a análise psicológica do ato, penso que se consigo organizar as coisas do lado de fora tudo melhora pelo lado de dentro, verdade, é assim que me sinto quando vejo tudo limpo e no lugar, é bom, é gostoso passear pela casa e sentir cheirinho de limpeza, quando organizamos as coisas sempre sobra espaço, comparo com o meu interior, ando me organizando por dentro por isso está sobrando espaço dentro de mim.... gente, liga não, as vezes viajo na maionese, acho que é falta de assunto sério, ou não, talvez seja fuga de assunto sério, vai sabá ?!

Este mês de julho me propus a um desafio, não comentei á princípio porque não sabia se iria conseguir cumpri-lo, como hoje finaliza o desafio, agora posso falar.

O desafio era escrever todo santo dia e vejam só, consegui !!!!!

Quis registrar meus altos e baixos durante um mês.

É certo que as poucas linhas que compõe um texto não conseguem transcrever o meu dia-a-dia na íntegra, sabe como é, uma hora pode estar nublado, outra hora com sol ou chuva, é o sobe desce, o vai e vem de tudo o que acontece quando interagimos neste mundo...quanta coisa pode acontecer num único dia !

Acho que hoje estou meio filosófica e reflexiva, posso dizer que..." Ela vai mal !!!"

*esse "ela" sou eu....muito mal por sinal ! (rsrsrsrss).
As aparências enganam.
Me arrumando por dentro.



quinta-feira, 30 de julho de 2020

"Happy Birthday To Me"

Sabe que dia é hoje ?

Trinta de Julho.

Para muitos um dia qualquer mas não para mim.

Há dois anos numa manhã de segunda-feira, acordei cedo calcei o meu tênis e saí para caminhar.

Precisava espairecer e desviar meus pensamentos, não que eles fossem ruins, não eram mas, precisava desfocar com urgência.

Da minha casa até o parque dá mais ou menos um quilômetro e meio, lembro e nem me pergunte como, que á minha frente seguia uma senhora que também saía todas as manhãs para o mesmo percurso e havia nela uma dificuldade para caminhar, fazia-o lentamente e era óbvio que eu a ultrapassasse, foi quando me veio um pensamento de pesar, achei triste vê-la tão lenta, mal sabia o que me aconteceria mais tarde e que um dia me veria na mesma lentidão.

A caminhada pelo parque se dá até hoje pelo lado de fora, é um circuito em círculo que calculo aproximadamente um quilômetro, talvez um pouco mais.

Costumava dar de sete a oito voltas nunca mais que isto, as vezes entrava no parque e fazia alguns aparelhos principalmente a bicicleta e enquanto pedalava ouvia música pelo celular com meu fone de ouvido e aproveitava para observar o entorno.

Encontrava sempre com as mesmas pessoas, até nos cumprimentávamos mesmo sem nos conhecermos de fato, fazia parte das cordialidades matinais.

Havia um senhor japonês que aparecia todos os dias acompanhando seu pai, era tão bonito de ver, eles andavam de braços dados, ele com muito cuidado e carinho amparava seu velho com passos lentos, e religiosamente todos os dias eles lá estavam.

Lembro, e não me pergunte como, que naquele dia tive o ímpeto de fotografá-los e com vergonha de pedir-lhes autorização e receber uma recusa, fotografei-os sem que percebessem, foi a última vez que os vi.

Penso que talvez aquele senhor tão idoso já tenha falecido, ou não, não posso saber ou afirmar, mas pelo adiantado da idade acredito que sim.

Quando voltei da caminhada me ascendeu a vontade de fazer aquela limpeza na cozinha, deveria ter reprimido a vontade mas como sempre digo, o "se" não existe.

Tudo aconteceu como tinha que acontecer e hoje estou aqui comemorando dois anos daquele dia tão marcante em minha vida.

Sei que devo seguir adiante e sei também que nunca será como antes, ainda não tive coragem de voltar ao parque, nem teria condições de fazer a caminhada como outrora, mas poderia ir de carro e tentar, acho que o medo e a vergonha me impedem, talvez uma dose grande de orgulho também.

Bem é isso ! Happy Birthday to me !

*vou procurar a foto do senhor japonês com seu pai, se achar vou postar...
*achei !!!!
*Existem pessoas tão especiais nesta vida que cruzam o nosso caminho e, mesmo sem saber, de alguma maneira nos marcam, é  a beleza no gesto, a sutileza do cuidado, não é só bonito de ver é algo muito mais abrangente, que me comove e me inspira.
Tão bonito de ver !
Existem pessoas muito especiais nesta vida.



quarta-feira, 29 de julho de 2020

"Diário 29/07/2020"

Está acontecendo o que muitos previam, inclusive eu, as pessoas estão morrendo por medo, muitos com doenças crônicas deixaram de se tratar com medo de ir aos hospitais, outros com sintomas de mal estar só procuraram ajuda quando a situação se agravou, muitas vezes tarde demais.

Esta doença covid-19 matou e continua matando pessoas de ene maneiras diferentes e a pior de todas, o medo e o terrorismo que se faz, incutindo na cabeça das pessoas que apenas em casa estarão seguras, impedindo-as de procurar ajuda profissional enquanto ainda é possível.

Ontem nos informaram sobre seu falecimento, tinha doença crônica, não sei se foi o medo ou se as coisas acontecem quando tem que acontecer, de verdade não sei, havia entre nós uma antipatia recíproca mesmo assim senti um pesar e fiquei triste por ele, meu companheiro, pois era o seu único irmão, toda morte é muito triste.

Este ano de 2020 está deveras pesado.






terça-feira, 28 de julho de 2020

"Caetés - Graciliano Ramos"



Livro de bolso dois em um, chamada coleção vira-vira, de um lado Caetés do outro lado S.Bernardo.

Ontem finalizei Caetés.

Bem, ambos os livros são narrados em primeira pessoa, mas são diferentes entre si, por exemplo, Paulo Honório de S. Bernardo era bruto e rústico, sem aptidões para a literatura, mesmo assim se propõe a escrever um livro, já o personagem João Valério, ao meu ver, tem muito do autor, afinal Caetés foi o primeiro romance de Graciliano e, a história também se desenrola na ânsia do personagem em escrever um livro sobre uma tribo indígena, os Caetés, e entre as tentativas frustradas de concluir sua obra ele vai permeando a história entre o cotidiano da cidade e as pessoas do seu convívio, salientando que a narrativa é feita sobre o seu ponto de vista, enfatizada pela paixão que sente por Luisa.

Resumindo, romance regional, que retrata o cotidiano de Palmeira dos Índios, cidade de Alagoas, cujo título serve apenas como suporte para o desenrolar da história, ao final João Valério  relaciona os instintos selvagens dos indígenas, do livro que não chegou a escrever, com os habitantes da cidade onde tudo acontece.

Término da leitura : 27/07/2020
Bom livro




 





segunda-feira, 27 de julho de 2020

"Diário 27/07/2020"

Feito !

E entre as correções e os enxugamentos fui interrompida para procurar o passarinho fujão, depois de meia hora procurando e amolando os vizinhos de ambos os lados o danadinho, finalmente, foi encontrado dentro de um vaso.

Notícia boa : *todos passam bem e o texto foi publicado. rsrsrsss

domingo, 26 de julho de 2020

"Diário Domingo - 26/07/2020"

Olááá !!! Bom Diaaa !!!

Não são dez horas e já fiz um bocado de coisas.

Acordei cedo fiz e tomei o meu café na santa paz de Deus, dei comida aos Pets e levei-os para passear, peguei o carro fui ao mercado comprar algumas coisas que faltavam, voltei, deixei o carro na rua e aproveitei para lavar a garagem e o quintal, também fui adiantando outras arrumações até que me ocorreu o Blog, por isso estou aqui.

Hoje será rapidinho, quero registrar que ontem teve texto sim, daquele assunto pesado, vou fazer a revisão e postá-lo, sabe, eu não posso tapar o sol com a peneira, omitir fatos, dizer que a minha vida foi um mar de rosas, cara não foi, acho que a vida de ninguém é, as coisas pelas quais passei me fizeram o que sou, mais dura, menos romântica, mais realista, mais forte, mais besta, mais idiota, mais velha, mais tudo, o que posso dizer é que sobrevivi aos percalços, me sinto bem, não me arrependo das escolhas que fiz, vivo em paz, construímos uma família que não é perfeita mas é minha família, os amo incondicionalmente, temos as nossas divergências e imponho respeito, conquistei meu espaço, me impus, sou mulher, sempre trabalhei, tenho o meu salário que é pouco mas é meu, faço do meu dinheiro o que quero, me sinto aceita, protegida e amada, e o mais importante pra mim por incrível que pareça é ser aceita do jeito que sou, isto me deixa confortável pra ser feliz, e sou, não o tempo todo, impossível ser, mas na minha cabeça eu nasci pra ser.

Então bora bora fazer o que dá.

Deu !



sábado, 25 de julho de 2020

"Águas Passadas Não Movem Moinhos"

Fiquei ponderando se deveria ou não fazer este relato mesmo porque nada mudaria em minha vida, são águas passadas que não movem moinhos, o passado não se altera, nem dele quero viver, mas a vida para mim se desenhou deste jeito e não vou tapar o sol com a peneira, são passagens superadas mas que deixaram marcas, não consigo ignorá-las porque existiram de fato, afinal, eu as vivi.


Ganhei o celular dos meus filhos, um samsung flip vermelho bem diferente dos smartphones de hoje em dia, mesmo assim havia nele certa tecnologia com funções diversas por mim desconhecidas pois o que me bastava era receber e fazer ligações e mais nada.

Eram sete horas da manhã, começava mais um dia de trabalho, entrei, fechei a porta da sala de aula e, enquanto aguardava o silêncio uma aluna se aproximou aflita me pedindo ajuda, tinha a ver com o esquecimento da chave de casa e de alguém de sua família que precisava ser avisado com urgência, julgando ser sério emprestei-lhe meu celular em total confiança.

O dia transcorreu normalmente e a tarde já estava em casa quando o grande mal entendido aconteceu... assim como qualquer discussão entre casal que nunca se sabe a origem, meu marido pegou meu celular e furioso começou a me questionar sobre o que significavam aquelas frases que comprometiam minha moral, eu, sem entender absolutamente nada, não conseguia dar nenhuma explicação plausível, foi quando me lembrei da aluna naquela manhã, provavelmente havia sido ela, tentei explicar-lhe o ocorrido mas conforme minhas explicações se estendiam menos ele acreditava em mim, estava tomado por uma ira descontrolada e eu só fazia chorar e me defender daquelas acusações até que o caos foi dando espaço para a angustia e o silêncio.... por ter bebido deitou-se no sofá e dormiu enquanto eu com a cabeça confusa saí sem rumo para caminhar e espairecer, já era tarde da noite quando voltei, todos estavam em casa, ele continuava dormindo, ninguém percebeu minha ausência, também fui dormir.

No dia seguinte tudo estava ainda mais silencioso, o ambiente se preencheu pelo excesso de mágoa e tristeza, peguei meu celular que havia sido arremessado longe e pedi para meu filho mais velho que me ajudasse a desvendar o que de fato havia acontecido. Ele me ouviu atentamente examinou o celular e começou a manuseá-lo com certa destreza, e concluiu para meu alívio que não havia nada de errado, aquelas frases faziam parte da memória do aparelho para facilitar a comunicação entre as pessoas, portanto estava comprovada minha inocência e atestada a nossa santa ignorância.

Colocamos uma pedra no assunto e seguimos adiante. Seguimos... eu com certeza mais pesada...

Hoje vivemos em paz e harmonia, construímos uma relação de confiança e amizade que poderíamos ter conquistado a mais tempo mas, a vida é o que é, muito do que foi e pouco do que poderia ter sido, enfim...

A leitura de S.Bernardo me trouxe estas lembranças e acredite fui muito "Paulo Honório"enxugando cada parágrafo para não ser cansativa, afinal pra que me estender se me faço entender, não é mesmo ?!











sexta-feira, 24 de julho de 2020

"Às Favas"

Ainda estou matutando sobre a besta humana do Paulo Honório....

Sei que na década de trinta a sociedade se apresentava mais convencional e arcaica, sei que as mulheres eram subjugadas, baixavam a cabeça com resignação e ficavam caladas.

O que mudou nestes 90 anos ?!

Atualmente o que mudou é o que ouvimos falar, pois hoje em dia se nomeia tudo, agressão, assédio, abuso, feminicídio, só não mudou o que ainda acontece, pois acredite, acontece, tal qual acontecia a noventa anos atrás, a diferença é que cumprimos as ordens de boca bem aberta, esbravejando nossos direitos, mas cumprimos obedientes, caso contrário apanhamos, nos matamos ou nos matam, no sentido real ou no sentido figurado, triste isso não é ?!

Continuo a mesma feminista de araque, fazendo tudo como manda o figurino, mas digamos que melhorei bastante, digo, melhoramos, pois a melhora foi em conjunto. Acho que com o passar dos anos amadurecemos, ou será que a fruta ficou passada e desinteressante ?! Será que temos que esperar pacientemente murcharmos para que tudo se assente?!

Temos aí algo para se pensar e refletir, mas também pra quê tanto empenho em se martirizar, o melhor não é ser feliz ?!

Me veio agora a lembrança de uma frase deveras machista :"Homem feliz Lar Feliz"

E a minha vontade é de mandar todos às favas !

Assisti certa vez uma entrevista com a Zélia Gatai sobre seu relacionamento com Jorge Amado e uma frase ficou guardada na minha memória, ela dizia o seguinte : "se ele deixou a toalha molhada sobre a cama, recolha a toalha, por que brigar por bobagens com coisas que não vão mudar nem fazer diferença ?!"

Pois é ! mas a Zélia era de outra época, estava totalmente inserida nos moldes. Não podemos culpá-la assim como não culpo minha mãe que esquentava as meias à ferro para que meu pai as calçasse quentes nos dias frios.

O homem que se deixa levar pela própria insegurança é o mais infeliz dos homens e ao invés de amargá-la sozinho leva consigo sua companheira, sua família.

Eu mesma já passei por alguns apuros... mas não quero falar sobre isso hoje, amanhã talvez !



***Engatei outro livro de Graciliano Ramos - "Caetés".


quinta-feira, 23 de julho de 2020

"S. Bernardo - Graciliano Ramos"

Não me julgo inteligente mas também não sou a mais burra das criaturas. Tenho o entendimento e o discernimento do que ouço e do que leio mas transpor em palavras já são outros quinhentos, tenho minhas dificuldades e minhas limitações. É o tal negócio, sei o que quero dizer mas não sei me expressar, por isso vou usar um pouco da minha lógica ou intuição para me fazer entender.

Terminei de ler o livro S. Bernardo de Graciliano Ramos, como todos sabem um clássico do modernismo, o que eu não sabia, graças a minha santa ignorância era que se tratava de uma fazenda, pensei sinceramente que fosse um cachorro, grotesca e errônea comparação.

Estudei Graciliano Ramos na época de Escola, nos pré-vestibulares da vida, saberia relacionar "Vidas Secas" e "S.Bernardo" como livros de sua autoria, lembro inclusive de ter lido "Vidas Secas" mas também não me lembro propriamente da história mesmo sabendo sobre qual assunto se refere mas, S. Bernardo pra mim foi uma surpresa.

Me identifiquei logo de cara, não com a história mas, em como ela foi descrita, e é aí que reside minha dificuldade em me explicar...

Graciliano é o autor e eu acredito que todo autor tem uma maneira própria de escrever que muitos chamam de estilo literário mas, no caso de S. Bernardo, quem escreve a história é o narrador-personagem Paulo Honório, um homem rude, do campo, sem aptidões literárias e que convoca alguns de seus amigos para ajudá-lo a escrever sobre a Fazenda e seus Personagens, contudo ele finaliza esta tarefa sozinho, cumprindo o que lhe resta.

Onde entro nesta história ?!

É o jeito como escreve, de verdade me identifiquei, não tem muito romantismo e nem muito lero lero, tudo o que conta é do jeito que é sem muitos pormenores, enxuga o assunto se faz entender e pronto, tem um momento que ele próprio faz tal reparo, quando diz que as circunstâncias do afrontamento foram bem piores do que as palavras que a descreveram, acho que também sou rústica e inexperiente para escrever tal como o narrador-personagem, todo texto que escrevo é bem maior do que se apresenta quando o publico porque também vou enxugando o que digo, coisas que não fariam a menor diferença, cuja função se resumiria em encher linguiças, tal como faço-o agora.

Este é um ponto mas há outros.

A nossa cabeça rege a nossa vida, se fabricamos fantasmas eles vão nos atormentar e tornar nossa vivência um inferno, o resultado pode ser muito desastroso e o fim trágico, foi o que aconteceu com Paulo Honório e tantos outros Paulos que circulam por aí.

Fiquei pensando... por que os homens tem que se encher de brios e as mulheres serem exemplos de decência ?! por que não o contrário ?! os homens não deveriam ser mais decentes, principalmente no trato com as mulheres ?!

Ouvi a minha vida inteira que a honra e a palavra de um homem é sagrada, de fato é, desde que o homem neste caso abrangesse todo e qualquer ser humano, seja ele homem, mulher ou outro gênero que se faça entender.

E o que aconteceu no romance acontece ainda hoje na vida de muitas mulheres, esse fantasma que povoa a cabeça de um homem quando ele se julga traído.

Não devemos fabricar fantasmas, devemos sim procurar ser feliz mas, se os fantasmas persistem procure ajuda enquanto há tempo.

Bem, é isso, outra hora me explico melhor, hoje não fui nem um pouco Paulo Honório, enchi linguiça por demais.

Deixo aqui registrado a leitura de mais um livro, acho que estou me saindo bem este ano.

Término da leitura 22/07/2020



"Paulo Honório"

Olhei para o relógio sobre o criado-mudo, o quarto ainda estava escuro, marcava cinco e cinco da manhã, subtraí os vinte de adiantamento e concluí estar cedo demais para tomar o meu remédio, aquele que me regula a tireoide, insisti em dormir novamente mas, os meus pensamentos se voltaram para Paulo Honório, narrador-personagem do livro que terminei de ler ontem à noite. Preciso escrever sobre eles, autor, narrador, personagem,tentei fazer algumas resenhas no meu pensamento, não foram boas, sei que será difícil, sei o que quero dizer mas organizar as palavras e o raciocínio vai me exigir bastante. Por hora farei o meu café que a água já está á ferver... (este "á ferver" me fez lembrar do compadre e seus tempos verbais, será que peguei a mania ?).... tomarei o meu café tranquila e sossegada, mais tarde sento-me aqui e com a cabeça fresca me ponho *a escrever sobre Paulo Honório.


*peguei ! (rsrsrsss)

quarta-feira, 22 de julho de 2020

"Veranico"

Se não fosse a Pandemia estaríamos de férias aproveitando estes dias de sol e calor em pleno mês de inverno mas, as coisas não são como gostaríamos que fosse, por isso vamos nos adaptando do jeito que dá.

Ontem fui à academia apenas para conversar e saber em que pé andam as coisas por lá.

A hidroginástica está suspensa devido ao grupo de risco, já a musculação e a natação estão com horários reduzidos. De verdade não sei o que nos favorece visto que haverá um número maior de pessoas dentro destes horários tão espremidos.

Para poder frequentar tenho que agendar com um dia de antecedência e ainda estou a pensar....

Não gosto muito da musculação mas preciso retomar com urgência, quanto a natação estou na dúvida se devo ou não me inscrever.

Nunca fiz natação, acho o esporte bonito e completo, o meu problema é mergulhar a cabeça naquela água que mesmo esterilizada pelo cloro me faz sentir incomodada, as pessoas cospem e... ah, sei lá ! me incomoda.

Preciso deixar este nojinho de lado e tentar pelo menos fazer uma aula, quem sabe eu goste e me torne uma exímia nadadora rsrsrsrssss

*Ah, N.S. da Academia dai-me forças para retornar !!!!


terça-feira, 21 de julho de 2020

"Foi Assim...."

....quando o ginecologista me encaminhou para o oncologista fiquei sem chão, como se um buraco enorme houvesse me engolido, naquele momento pensei estar levando minha sentença de morte anexada ao encaminhamento.

Marquei a consulta e, feito criança no seu primeiro dia de escola, fui acompanhada pelo meu pai e minha mãe.

Já reparou como funciona corredor de ambulatório ? Fica um monte de gente esperando a vez para se consultar e em enquanto isto não acontece as conversas giram em torno do mesmo assunto : doenças.

Pra falar a verdade não gosto nem um pouco de dar trela nestas situações mas, minha mãe é expert  no assunto e, aquela especialidade é um prato cheio de desgraças, é assunto pra eternidade.
Eu odeio ouvir porque sou altamente sugestionada e acabo filtrando tudo o que não presta. Exemplo, se a pessoa diz que era apenas uma bolinha atrás da orelha e quando foi ver não era algo bom, fico com aquela informação armazenada no meu cérebro e todas as vezes que "eu achar" que tenho uma bolinha atrás da orelha vou lembrar daquele filtro e "achar" que sofro do mesmo mal, aliás meu problema são os "achismos".

Bem, fato é que fiz a consulta e descobri que oncologista não é um bicho papão e a partir de então comecei a ir sozinha nas consultas.

Neste dia estava só, entrei no consultório e expliquei-lhe que sentia dor e desconforto no seio direito, ele analisou a mamografia numa caixa de luz e disse-me que não havia nada de errado, insisti sobre a dor foi quando me comunicou que faria um exame de toque.

Acho que só quem é mulher sabe o que é passar por tamanho constrangimento, é vergonha misturada com medo, ansiedade e necessidade, uma sensação muito desconfortável de impotência que exige total confiança no profissional que a executa.

Sempre confiei no meu médico e mesmo envergonhada fiz o que ele me que pediu sentei na maca, tirei o sutiã e fiquei segurando minha blusa escondendo meus peitos até que ele se aproximasse.

Meus olhos acompanharam todos os seus movimentos, levantou-se da cadeira, lavou as mãos numa pia, secou-as com papel toalha e as friccionou ao se aproximar, pediu-me que ficasse ereta com as mãos na cintura e assim fiquei, ereta com as mãos na cintura, cabeça jogada pra trás e os olhos fixos no teto pra não ter que encará-lo, morrendo de medo e de vergonha, minutos cruciais e intermináveis, começou a me apalpar com a ponta dos dedos em movimentos circulares ao redor da mama, examinou a primeira, examinou a segunda, ainda com os olhos fixados no teto senti que seus dedos passaram despercebidos sobre o local que sentia a dor, foi quando alardeei imperativa : "é aí, volta !" e ele voltou, apalpou mais um pouco e interrompeu o exame com a seguinte frase : "isto é diferente, é um nódulo, vamos operar" fiquei atônita e enquanto me recompunha ele foi preenchendo alguns papéis e me explicando todo o procedimento.

Resumindo o desfecho desta história, fiz a minha primeira cirurgia de mama cujo resultado da biópsia foi benigno e aproveito para esclarecer o por que me ocorreu este assunto agora : ando sentindo dor num local muito específico do meu corpo e ontem na hora do exame a médica que o fez também passou despercebida, mas o meu medo não sinalizou nem pediu a ela que voltasse e hoje estou bastante arrependida de não tê-lo feito.

Ah, sei lá ! Só pensamentos bobos e lembranças ruins....só preciso acreditar e me convencer que está tudo bem.














segunda-feira, 20 de julho de 2020

"Salada Mista"

Perdi a hora de escrever mas não perdi o embalo e são tantos assuntos pra hoje que resolvi dar este título ao texto "salada mista" porque vai ser um pouquinho de cada coisa.

Então, dormi na rede após o almoço e em seguida subi para dormir na cama que é mais gostoso, dormi a tarde inteira e acordei bem humorada, adoro acordar bem humorada, me acho mais feliz mais bonita mais tudo, eta que a pretensão chegou aqui e parou, mas é verdade e, desculpa se me confesso assim.

Pela manhã fui fazer alguns exames na Cruz Azul, tinha que estar em jejum e eu odeio ficar em jejum, levei meia dúzia de bolachas para comer tão logo finalizasse os exames, fiz tudo com aquela calma dos monges, sabe como é ?! Sem stress e sem pressa, tudo no seu tempo, procurei não pensar besteiras e encarar as coisas com naturalidade, afinal na minha cabeça estou fazendo hora extra faz tempo e, foi por isso que dormi agora à tarde, pelo fato de ter acordado muito cedo, tudo bem que não precisava me justificar mas precisava dizer....na real gosto de dormir e ponto ! rsrsrssss

Nossa ! é tão bom acordar virada pra lua !!!

Outra coisa, hoje é dia do amigo, aí fiquei pensando.... não na comemoração em si, porque toda comemoração é deveras besta na minha concepção mas, no sentido da amizade e de se ter amigos.

Cada fase de nossa vida vão surgindo os amigos, alguns raros, quiça raríssimos, permanecem, outros ficam apenas nas boas lembranças. Já reparou que nos aproximamos das pessoas que nos envolve emocionalmente e que tem a ver conosco ? É o tal do Santo que Cruza ou, melhor exemplo da raposa do Exupéry "és responsável por aquilo que cativas", fui fundo agora hein ?! Meu Santo é um pouco difícil de cruzar, acho meu Santo impaciente com algumas pessoas, e também odeio responsabilidades, vou culpar a minha mãe que nunca gostou de muita comadrice, aprendi com ela a não gostar também, por isso meus amigos são raros e cada um respeita muito o espaço do outro porque se tem uma coisa que me incomoda é gente inoportuna e intrometida e cá entre nós eu me policio muito pra não ser nem uma coisa e nem outra.

Meus amigos conto nos dedos e se passar de uma mão será surpresa pra mim, mas cá entre nós não é tudo que conto á eles, tem coisas que são apenas minha, não adianta dividir porque ninguém vai resolver, principalmente as mazelas, é muito ruim ficar chorando as pitangas e ninguém tem paciência pras desgraças, agora já as preocupações e anseios até dá pra dividir, com cautela mas dá...agora os choramingos ficam por aqui quando me arrisco a desabafar nos meus textos e, mesmo assim, meu desconfiômetro está sempre ligado para não ultrapassar alguns limites impostos pela minha própria censura.

Outra coisa que eu queria dizer e nem sei se deveria porque diferença não fará nenhuma, bem, eu achei que tinha reencontrado uma pessoa especial que poderia ser minha amiga mas me enganei, nutri um sentimento que não foi correspondido, chato isso né ?! você considerar alguém que nem faz caso da sua existência.... sem lamentações por favor !!! Sou totalmente transparente e invisível pra ela, xiiiii danei-me toda, mas é o tal negócio, quando dá dá quando não dá não dá, vida que segue....Filosofia Hakuna Matata : "se o mundo vira as costas pra você vire as costas para o mundo", afinal quem é que está perdendo ?!



(musiquinha)

*tinha musiquinha mas não achei nenhuma que coubesse, até arrisquei algumas mas, resolvi apagar...deixo a musiquinha para a próxima.... Até lá !










domingo, 19 de julho de 2020

"Sábado Bom"

Ontem o filho segundo veio com minha nora e quando falam que chegarão à uma da tarde pode acreditar que não chegarão antes das três mas, como já sabemos disso, aguardamos com paciência para almoçarmos todos juntos.

Me sinto feliz em vê-los bem, ambos trabalham com livros, minha nora numa livraria e meu filho numa editora, ontem trouxeram um livro de uma pessoa conhecida que eu nem sabia que também escrevia, aliás faço aqui uma pequena observação de como as pessoas da minha geração estão se propondo a escrever, conheço várias, aí me bateu esta curiosidade : Por que será ?! Bem, essa pessoa é um músico e foi professor de saxofone de meu filho e eu a conheci na época em que promovia pequenos saraus de rua para apresentação de seus alunos, era muito legal me ver no meio de tanta gente bacana, muitos jovens, senhores, senhoras, crianças, um encontro democrático e prazeroso, passávamos a tarde inteira assistindo as apresentações.

Na ocasião comprei um CD do professor que vinha junto um espremedor de laranja que tenho até hoje, ele dizia que era uma forma de incentivar as pessoas a comprarem, pois já naquela época ninguém mais comprava CD e o utensílio tinha maior serventia, dito e feito, não me pergunte onde anda o CD do professor mas o espremedor de laranja sei exatamente onde está quando preciso espremer laranjas rsrsrsrsss.

Pois bem, vamos falar sobre o livro, comprei um exemplar, li a capa e a contra capa, a história parece ser bem interessante, vou lê-lo com certeza, não agora pois estou lendo São Bernardo de Graciliano Ramos mas, deixo aqui registrado a capa e a contra capa do livro do professor que me chamou bastante a atenção, depois de finalizar a leitura darei meu parecer, e se você se interessou pelo livro compre-o, é sempre bom incentivar, não é ?! então até ! ...




Tenho certeza que um dia também fui a garota de alguém ##







sábado, 18 de julho de 2020

"Por Falar em Cruz Azul..."

O ano era mil novecentos e setenta e nove e estava no hospital para fazer uma consulta quando li uma placa de "precisa-se de auxiliar de enfermagem". Desempregada e sem noção sequer de como fazer um curativo fui com a cara e a coragem até o departamento pessoal perguntar do que se tratava e se eu poderia me candidatar para função. Me deram uma ficha para preencher e desta vez ninguém apertou a minha mão (rsrsss) resumindo fui admitida para trabalhar como atendente de consultório no ambulatório, me pediram para comprar um sapatinho que combinasse com o jaleco branco com o logotipo do hospital, fiquei parecendo uma enfermeira de mentira. Fiz uma semana de treinamento e o serviço principal era marcar as consultas e dar assistência aos médicos.

A minha rotina era bater o ponto antes das sete da manhã e chegar no meu posto devidamente uniformizada, onde uma fila gigantesca de pessoas "enfermas" me esperavam para marcar as consultas de acordo com as necessidades de cada um.

O ambulatório era dividido por setores, então havia o setor da Clínica Geral, a ala da Ortopedia, Oftalmo e Otorrino e, a pior de todas, Clínica Diversas que abrangia as especialidades de Endocrinologia, Dermatologia, Reumatologia, Cirurgião Gastro, Proctologia, Vascular e Oncologia.
Adivinha onde fui parar ? Sim na Clínica Diversa mas foi opção minha pois antes dela passei um sufoco danado com o Otorrinolaringologista.

Marcar consulta era fácil o difícil era dar a tal da assistência aos médicos.

Estava na ala do Otorrino quando a médica solicitou minha presença, cheguei na sua sala e um senhor aguardava sentado numa cadeira, foi quando a doutora entregou-me uma pequena cuba de aço inox e  pediu que a segurasse abaixo da orelha do paciente (era a tal da assistência) de posse de um caninho que mais parecia uma mangueirinha de ponta fina ela introduziu aquele aparelho no ouvido do desinfeliz. Ouvi um barulho estranho, era a pressão de um jato forte de água que entrava pelo ouvido do senhorzinho, de repente começou a sair algo estranho daquela orelha, uns pedaços de cera dura que tilintavam na pequena cuba de inox, aquilo não parava de sair, foi uma faxina geral o que era demais pra mim, só não desmaiei porque Deus não quis. Quando tudo finalizou corri até minha chefe e implorei que me tirasse dali, e como castigo me remanejou para a Clínica Diversa.

 Aí são outras tantas histórias...

sexta-feira, 17 de julho de 2020

"Diário 17/07/2020"

Nunca precisei de despertador em minha vida, sou meu próprio despertador, quando tenho compromisso estou sempre alerta, acordo de meia em meia hora com medo de perder a hora, ou seja, não durmo e se durmo é muito pouco ou quase nada rsrsrsrssss(por onde andei), daí já viu, noite mal dormida igual a dia péssimo, mas não estou mal humorada não, se me bater a vontade de dormir me largo em qualquer canto e durmo, o problema é que estou "pilhada", e não foi a consulta que causou este "pilhamento" e sim o meu relógio biológico que ficou biruta, ficar zerada agora só amanhã de manhã rsrsrsrsrss(vou pedir o café pra nós dois)
Viu como estou pilhada né ?! Então a consulta foi uma consulta, o médico não chegou nem perto, apenas pediu alguns exames, início da via sacra, ou da via crucis ,e assim vamos levando....
Será que hospital traz boas lembranças pra alguém ?! No meu caso foi só pra ter meus filhos, caso contrário meu desejo é passar longe... tenho um slogan : "eu odeio a Cruz Azul"- odeio mas vou- tem outro jeito ?! Ah, ainda no "pilhamento", acredita que trabalhei um ano lá ?! Na Cruz Azul. Verdade ! Qualquer hora te conto...cara, minha vida tem história !! Ademán !!!!


*pilhadíssima !!!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

"Diário 16/07/2020"

Tenho que ir ao banco pagar as minhas contas e, antes que me perguntem, esclareço que não sei usar o celular para estas transações tão corriqueiras, coisa de gente velha que tem medo de tudo eu sei, mas fora isso aproveito para sair, vejo gente, vejo lojas, compro o que estiver precisando ou não, enfim...

Outra coisa que preciso fazer é me programar para amanhã cedo, procurar alguns exames para levar, deixar a roupa que vou usar separada, tudo para adiantar o meu serviço, então amanhã acordo de madrugada, faço café, dou comida aos Pets, levo-os até a esquina, volto me troco e saio, tenho que chegar ao hospital antes das sete e meia, sabe como chama isso ? ansiedade, o melhor jeito de sofrer por antecipação.

Não pensem que gosto de passar por isto, sempre quando posso protelo mas, quando não tem jeito, sou obrigada a encarar.

Se fosse satisfazer a minha vontade amanhã estaria acordando cedo e pegando a estrada para viajar, nem me incomodaria de fazer isto depois da consulta mas desta vez não deu certo, ficaremos em casa e não vamos pra canto algum em compensação verei meus filhos, o que já é prenúncio de um final de semana bom.

Sempre que a consulta é pra mim não peço a companhia de ninguém, prefiro encarar os meus medos sozinha, acho que assim me sinto mais forte e com coragem para enfrentar a situação.... olha eu de novo pensando nesta bendita consulta.... desfoca Silvia, desfoca !!!!

Devo me convencer que as histórias tristes só existem na minha cabeça, xôôô pensamentos ruins !






quarta-feira, 15 de julho de 2020

"Amenidades- Primeira Comunhão"

Meu pai era da religião de Umbanda e minha mãe da religião católica e mesmo com crenças diferentes nada os impedia que um frequentasse a religião do outro, assim como nós, os filhos, que as sextas-feiras assistíamos aos rituais no Terreiro de Umbanda e aos domingos participávamos do eterno senta e levanta regido pelo padre durante a missa.

Tínhamos duas opções de religião para seguir mas, por influência de minha mãe, tendemos ao Catolicismo.

Fomos Batizados e Crismados ainda bebês e, posteriormente, quando alfabetizados, fizemos a Primeira Comunhão.

Eu devia ter uns dez anos quando fui matriculada no Catecismo (curso preparatório para a Primeira Comunhão), havia um colégio de freiras perto de casa e ao longo de oito meses uma vez por semana, religiosamente, estudei os preceitos da Bíblia.

Não podíamos faltar à missa aos domingos e tínhamos que saber todas as rezas na ponta da língua; aprendi o Pai Nosso, a Ave Maria, Salve Rainha, Creio em Deus Pai (Credo), os Dez mandamentos, e assim ao final do curso estava apta para a Primeira Eucaristia.

Aqui vale esclarecer que a Primeira Eucaristia ou Primeira Comunhão é quando os cristãos, no caso as crianças, depois de doutrinados (oito meses estudando a Bíblia) recebem pela primeira vez o Corpo e o Sangue de Cristo representados por uma hóstia, também vale ressaltar que antes de recebermos o corpo de Cristo precisamos obedecer algumas regras como a confissão e o jejum.

O confessionário, pra quem não conhece, é um estande pequeno e fechado entalhado em madeira nobre e lustrada, uma cortininha vermelha dá acesso ao lado de dentro onde há uma cadeira para o padre se acomodar, do lado de fora um genuflexório com degrau baixo para apoiar os joelhos e um encosto mais alto para pousar as mãos em oração, o padre e o penitente ficam em compartimentos separados e conversam entre si através de uma grelha ou látice conferindo-lhes privacidade e anonimato no ato de contrição.

Pois então, a fila á minha frente diminuía e meu coração acelerava... eu não tinha ideia do que iria confessar ao padre, acho que o meu primeiro grande pecado foi inventar os pecados que não tinha só porque era obrigada a me confessar antes da primeira eucaristia, e foram pecados tão bobos que com certeza o padre riu-se deles todos, paguei minha penitência com alguns Padre Nossos e outras tantas Ave Marias.

Outra regra básica era o jejum antes da eucaristia.

Estava tão ansiosa em receber o Corpo de Cristo pela primeira vez que obedeci o jejum à risca, minha última refeição havia sido no dia anterior por isso na hora da missa estava verde de fome e rezando para que tudo terminasse o quanto antes mas, não era uma missa comum, a igreja estava em festa, todas as crianças vestidas de branco e a liturgia lenta se estendia, até que chegou a hora do ritual da vela.

Bem, a vela da primeira comunhão não era uma vela comum, media aproximadamente uns trinta centímetros, branca e enfeitada com um adesivo do cálice sagrado e na base finalizava com um laço de cetim rosa para as meninas e azul para os meninos, depois de acesa a primeira vela a chama começou a ser repassada de vela pra vela até que todas estivessem acesas.

Neste momento me bateu um mal estar tremendo, o cheiro da parafina queimando, a fumacinha nebulenta da vela foi me entorpecendo, comecei a ficar tão branca quanto a cor do meu vestido, tudo ficou confuso, olhava para os lados e só via uma fileira de pequenas chamas flutuando no escuro até que não vi mais nada, foi aquele alvoroço !

Depois disso devo ter recuperado os sentidos e voltado para finalizar a liturgia, só não lembro como foi sentir na boca o gosto da hóstia pela primeira vez, registrado mesmo ficou o dia em que apaguei junto com a vela.



terça-feira, 14 de julho de 2020

Diário 14/07/2020"

Ontem me encorajei e saí para comprar o tecido das cadeiras; escolhi uma padronagem mais alegre para deixá-las mais coloridas, também comprei enchimentos novos e hoje tenho tarefa para ocupar o meu tempo.

Estamos dando uma repaginada na sala, terminamos de pintar as paredes e aos poucos vamos colocando as coisas nos seus devidos lugares, é bom ter motivação para fazer coisas diferentes, a mesmice me enjoa e o resultado está bem legal.

Ontem estive com o maestro e combinamos de retomar as aulas em agosto, pelo menos a parte teórica e, assim vamos voltando ao "normal".

Só não fui ainda até à Academia rever meus horários para as atividades físicas mas, vou fazê-lo esta semana sem falta.

Estes altos e baixos da temperatura ferram com a saúde de qualquer um, ontem sol, hoje nublado, amanhã frio, depois sol novamente, qual corpo aguenta ?!

O meu não aguenta, o nariz resseca, a garganta raspa e eu me irrito e rezo pra não pegar nenhum tipo de gripe.

Bem, é isso hoje vou brincar de Tapeceira.

Então tá ! Bora bora trabalhar !!!



*ocupando minha mente com o serviço não fico caraminholando bobagens.






segunda-feira, 13 de julho de 2020

"Diário 13/07/2020"

Sem sonhos, sem pesadelos, sem síndrome das segundas-feiras o que por si já é um prenúncio que talvez a semana seja boa (vamos encarar com otimismo né ?).

Estou procurando não pensar nem me preocupar além da necessidade, difícil mas, estou tentando.

Preciso verificar se a Academia vai reabrir esta semana. Estou na expectativa para retomar as atividades físicas... Penso que com os exercícios, diminuindo os carboidratos e excluindo os doces eu consiga voltar ao meu "normal", preciso de foco e determinação, coisas que quando quero, consigo, só preciso querer muuuito.

O doce é a pior parte, estou viciada, acho que se ficar sem os doces terei crise de abstinência, me sinto horrível só de pensar; já pensei em aplicar algumas estratégias como deixar de comprar as guloseimas mas acabo inconscientemente comprando, assim como corrigir os maus hábitos alimentares, difícil pra caramba !

Estou passando por uma fase esquisita, ando com medo de sair de casa, não entendo o por que, preciso correr atrás de algumas coisas de ordem prática mas não me sinto motivada, há semanas estou pra fazer o orçamento das persianas, a fábrica é aqui do lado mas, estou sem coragem de ir ... sei lá, talvez não queira trocar as cortinas... é, pode ser isso, ou não, ou talvez, ou sei lá... Também tenho planos de trocar o estofamento de duas poltronas da sala, não é um serviço difícil, dá pra fazer mas, preciso correr atrás do tecido da espuma e... não estou afim... esquisito isso !!! Não é preguiça, juro, é desânimo.... Tantas preocupações tolas, isto porque falei que não iria me preocupar além da conta... quem é que entende se eu mesma não me entendo ?! Ah, deixa pra lá...

domingo, 12 de julho de 2020

"Amenidades- Hamburguer"

Posso falar sobre coisas sérias mas os assuntos sérios me pesam, principalmente quando não posso resolvê-los.

Este mês me propus a narrar o meu cotidiano por mais óbvio, chato e sem graça que ele seja e se, por acaso acontecer algo sério também deixarei aqui registrado, mas estou torcendo muito para que isto não aconteça, prefiro as amenidades.

Qual a sua frequência em comer Hamburguer ? A minha é rara, porque não dizer raríssima, a última vez que comi hamburguer meus filhos ainda eram pré-adolescentes e, queriam porque queriam ganhar uns bichinhos que vinham de brinde no lanche do McDonald's, daí como boa mãe fiz o sacrifício.

Gosto do lanche assim como gosto de feijoada e bacalhoada, uma vez na vida outra na morte, claro que não é isso, mas não são meus pratos favoritos, saboreie-os de vez em quando o que os tornam mais saborosos pela não frequência.

Ontem fizemos hamburguer em casa, 100% artesanal, com aquelas melecas a que temos direito, fiquei olhando para aquele lanche enorme e me perguntando como as pessoas o comem nas lanchonetes sem se lambuzarem ? Não tenho resposta, também há anos não entro em uma.

Segurei-o firme com as duas mãos e sem etiqueta nenhuma cai de boca no lanche, é inacreditável como todo o recheio teima em escapar do pão, fiquei me imaginando num lugar público passando vergonha, acredito que deva ter uma técnica especial para se comer hamburguer e talvez me falte a técnica pela falta de uso.

Claro que se estivesse numa lanchonete um lanche me bastaria mas, em casa a gulodice fala mais alto e acabei comendo um lanche e meio, contando que a minha metade foi consideravelmente maior.

Estava tudo ótimo, tirando o peso da consciência quando me deparar com o peso da balança.

Falando em balança...estava conseguindo manter o meu peso e o verbo está correto, tempo passado e, passada fiquei quando percebi que havia engordado um quilo e trezentos gramas, só preciso arrumar uma estratégia para perdê-los...ai ai ai ai ai !!!

Nesta altura do campeonato estou entregando pra Deus....


PS- Tirando o meu momento "ogra" de ontem á noite continuo "francesa" viu ?!


sábado, 11 de julho de 2020

"C'est Fini"

Tem dias que estou baiana e tem dias que estou francesa.

Hoje acordei francesa, dessas que se empolam toda para ir á padaria comprar pão francês, que de francês não tem nada de tão abrasileirado que é, talvez croissant ou petit-four.

Fato que hoje acordei no salto, metida á besta mais do que tudo, como dizem por aqui "me achando".

Terminei mais um livro de crônicas do Fernando Sabino que escolhi pelo título : "A Falta que ela me faz", achando que encontraria uma crônica romântica, mas quem disse que Fernando Sabino é romântico ? Não, não é, em compensação ele é genial para se escrever crônicas, rio sozinha com o desfecho de algumas, quem vê e não entende pensa que sou louca, acho que pensam certo, mas a culpa é do Sabino.

Como estou à francesa transcreverei duas parábolas do último capítulo :

 "A  Aventura do Cotidiano"

O PAÍS inteiro pedindo democracia, e o governo procedendo como aquele sujeito a quem um menino pobre pediu esmola :
-Moço, me dá dinheiro pra comprar um pão.
Ao que ele respondeu, condescendente :
-Não come pão não, menino; que senão você não janta.


.............

Era uma reunião de técnicos em administração pública. O diretor de departamento os havia convocado para ouvir a palestra de um colega que havia feito curso nos Estados Unidos e iria relatar a sua experiência :
_Ele fará uma explanação do que teve oportunidade de observar e aprender - informou, ao apresentá-lo : - Quando terminar, passaremos à outra sala, onde serão servidos refrigerantes e um sorvete. Quem quiser fazer alguma pergunta, não se acanhe, pode fazer.
Um dos técnicos presentes fez logo um sinal e, ante a aquiescência do diretor, perguntou :
-Sorvete de quê ?


.............

Desculpa, mas narrei os dois causos mais curtinhos, há outros muito bem contados só lendo pra saber.

Saio à francesa.... Au revoir !

C'est Fini


sexta-feira, 10 de julho de 2020

"Desculpa Incomodar"



Quem já teve imóvel na praia sabe como é difícil a manutenção do mesmo e, o maior de todos os vilões são as intempéries climáticas popularmente chamadas de "maresia".

Os efeitos da maresia é devastador, ela corrói ferro, cimento, madeira, eletrônicos enfim, tudo o que vê pela frente.

Manter uma casa de praia habitável não é tarefa fácil, por isso contratamos uma pessoa de confiança para que, uma vez a cada quinze dias, fizesse a manutenção da mesma.

Tudo ia bem até que num final de semana chegamos de surpresa e encontramos a tal pessoa e sua família usufruindo da casa como se lá morassem.

O marido estatelado no sofá assistindo televisão, a criança brincando no quintal e a mulher fazendo o almoço.

Na hora não tivemos reação, pedimos desculpas pelo incômodo e nos retiramos dizendo que voltaríamos mais tarde.

Ficamos muito constrangidos em invadir a privacidade do casal que por sua vez se viram tão somente surpreendidos, nada mais.

Só depois de um tempo, almoçando no restaurante da cidade, é que fomos avaliar a real situação e percebemos que a ordem estava totalmente invertida e que eles sim haviam ultrapassado os limites da nossa confiança.

Resultado, dispensamos o serviço de manutenção do imóvel e hoje quando queremos ir para praia temos que fazer um exercício mental, nos preparando psicologicamente para pegar no pesado.

Nestas condições acabo ficando na dúvida, ir ou não, eis a questão !

Só que não é escolha, é necessidade e, depois de tudo limpinho o castigo acaba virando passeio, só não posso esquecer o dorflex, o voltaren e o diclofenaco.

Ah ! Tão bom ver o mar e comer um peixinho !!!!

Tô precisando tanto !!!














quinta-feira, 9 de julho de 2020

"Diário 09/07/2020"

É não teve jeito, mais um dia inteiro sem internet, tivemos que chamar o técnico, agora ao que tudo indica voltamos ao normal.

Pela manhã comecei a escrever o texto que publicaria hoje mas, com a interrupção, perdi o embalo, vou deixá-lo para amanhã.

Então é isso, até amanhã !


quarta-feira, 8 de julho de 2020

"De Cabo a Rabo"

Há dois dias sem Internet, uma hora funciona outras tantas horas não funciona, que catso !

Ligamos para a Net e... espera que te espera.... agendamos visita para hoje e agora a desgraça está funcionando, mas não vou reclamar não, vou aproveitar para limpar estes fios que estão há um bom tempo empoeirados, aí se fizer alguma bobagem posso pedir ajuda para reconectá-los.... bobo isso né ? o que é que tem a ver ? Nada ! Mas tem a ver sobre ontem....

A Internet resolveu dar o ar da graça já era bem tarde da noite, pensei até em dormir mais cedo mas ficamos conversando.

Qual o limite entre a verdade e a ficção quando se tem uma boa imaginação ?

Nenhuma, nunca sabemos onde começa uma e onde e quando termina a outra....

Foram horas agradáveis com muitas risadas, gosto quando me aguçam a curiosidade, me sinto envolvida e interessada, não fico pensando besteiras, aliás é bem melhor falar besteiras que pensar nelas.

Queria tanto que estes bons momentos se estendessem mas a vida não é ficção.

Culpa destes cabos que se desconectam de vez em quando exigindo manutenção.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Diário 07/07/2020

Escrevi para um amigo.

Um amigo que se encontra triste.

Talvez ele leia a minha mensagem ou talvez a ignore, não sei...

Só espero que ele fique bem.

Acho que teria mais coisas para dizer mas não vem ao caso.


*pela manhã estava sem internet  e perdi o fio da meada....

segunda-feira, 6 de julho de 2020

"Síndrome das Segundas-Feiras"

Estou batizando meus pesadelos de Síndrome das Segundas-Feiras.

Tive uma noite mal dormida, fruto dos meus medos, que não são tolos, medos exagerados de tudo a minha volta ou de tudo que está por vir, meu corpo fica em alerta esperando sempre o pior... queria ter o poder de mudar este sentimento ruim.

Mais uma semana que se inicia cheia de incógnitas... dá um aperto no peito... as atividades estão voltando ao normal... sei que é impossível deixar tudo como antes, sei que tenho que enfrentar esta nova realidade e... saber a gente sabe, o difícil mesmo é me convencer.

Me obrigar a encarar os fatos com naturalidade sem aquelas cobranças de que devo ser forte que devo encarar o que vier e como vier, que não posso me deixar levar muito menos fazer história triste na minha cabeça antes mesmo delas se concretizarem já é por si só uma tortura.

São pensamentos ruins que fabricam e alimentam os meus medos...

Preciso pelo menos tentar me corrigir...ou dizer pra mim mesma que tudo é uma fase e que logo logo estes medos irão embora junto com todas as minhas dores físicas e emocionais.

Caramba, é horrível começar a semana assim !

domingo, 5 de julho de 2020

"Pacotinho"

Os dias seguem frios e eu me sinto um pacotinho embrulhado na minha cama, o peso das cobertas é tão grande que pela manhã estão intactos sobre mim, sinto preguiça para levantar mas, meus filhos de patas e pelos são insistentemente chatos, azucrinam minha paciência até conseguirem o que querem, me levanto.

Começo o meu dia bem humorada, pelo menos é assim que me proponho, exceto os dias em que estou realmente mal, caso contrário me olho no espelho e esboço um sorriso, meu primeiro sorriso do dia é pra mim, e teço alguns elogios também, mentalmente elevo minha estima dizendo que sou bonita pra minha idade e que estou bem de saúde e, sempre dou um jeito de estar.

Sorrio e me observo, faço um esforço danado para ressaltar as minhas qualidades, talvez até por não me reconhecer nelas, sabe como é, cara inchada, descabelada, tudo ao natural, não me engano mas me animo, sou o que sou mas posso ser o que pretendo ser, talvez...

É domingo de inverno; o sol vai se abrir.

E é este sol energizante que vai desembrulhar este pacotinho aos poucos, delicadamente.

Revigoro as minhas forças, sigo adiante, devagar, lenta e preguiçosa até ser totalmente desembrulhada.... mais alguém ?!

*....de virada desço o queixo e rio amarelo....
"Mais Alguém"







sábado, 4 de julho de 2020

Entre o Fusca e o Apartamento"

Decidir entre o fusca e o apartamento não foi uma escolha simples e insensata, ao contrário foi sofrida e muito ponderada e, embora o apartamento fosse muito mais importante que se ter um carro, optei pelo carro.

Foi meu irmão mais velho que nos ofereceu ambas e tentadoras propostas, o apartamento que ele havia comprado era no quinto andar com vista para a frente já o apartamento disponível ficava no mesmo andar só que virado para os fundos por isso bem mais barato, a entrada caberia direitinho no nosso orçamento mas sem nenhuma folga, o problema era minha situação como professora do estado, na ocasião eu era ACT (admitida em caráter temporário) e todo final de ano eu "perdia" entre aspas as minhas aulas e nunca sabia se no ano seguinte eu as teria novamente para garantir o meu salário, esta insegurança e este medo me fizeram desistir do aparatamento nos restando a opção do fusca e, olha como são as coisas, nunca fiquei sem aulas e o fusca depois de 35 anos de serventia ainda hoje permanece na garagem guardado como uma relíquia para relembrarmos dos velhos tempos.

Então não foi uma escolha idiota, e sim de uma pessoa que sempre deu o passo do tamanho da perna, nunca arrisquei em compensação nunca perdi o sono por causa de dívidas, as minhas preocupações sempre foram outras.

Talvez eu não seja tão bestial quanto aparento ser, ou talvez seja mas, só um
pouquinho !


sexta-feira, 3 de julho de 2020

"Fusca Branco"

Nós havíamos conseguido juntar três mil não sei se cruzeiros, cruzado ou cruzado novo muito menos quanto este valor se equivaleria nos dias atuais.
Foi quando nos surgiu simultaneamente duas excelentes oportunidades, dar entrada num apartamento ou comprar um carro usado e, embora a aquisição da casa própria fosse muito mais importante e necessário que se ter um carro, hesitei, compramos o carro, um fusca branco 1975, dez anos de uso, pago nota por nota zerando mais uma vez a conta poupança.

Me vi a mais feliz das proprietárias após dez anos de carteira com o meu primeiro automóvel, agora só precisava treinar para sair rodando por aí.

Recorri ao meu pai que meio a contra gosto resolveu me dar as primeiras aulas práticas de volante, que roubada ! a sua falta de paciência me levaram as lágrimas em compensação aprendi a dirigir na marra, motivada pela raiva, pelo nervoso, pelo desafio, justamente para provar-lhe que eu era sim muito capaz de dominar aquela máquina, mas ficou o trauma, nunca mais dirigi o fusca com meu pai sentado ao meu lado, acho que se o fiz foi uma única vez, suando frio e morrendo de medo de errar as marchas e fazer tudo errado na presença dele, foi daí que concluí que volante e medo são duas coisas que não combinam e que te levam fatalmente ao erro.

Dirigir é muito simples, você senta enfrente ao volante, pega a chave liga o carro mas não sem antes verificar se está no ponto morto do contrário você vai assustar com o solavanco, pois bem, você tem três pedais, com a perna direita você acelera e freia e com a perna esquerda você pisa fundo na embreagem para que com a mão direita você posicione as marchas, daí você vai soltando o pé esquerdo muito lentamente, lembrando que primeira marcha é só para dar a partida ou seja, fazer o carro sair do lugar, em seguida, pisa novamente no desembreio e engata a segunda marcha até que de marcha em marcha o carro saia desembestado com você aflito tentando manter o auto controle, seu e do auto, fora isso mire-se à frente, e mantenha-se atento aos retrovisores que se somam três ao todo, dois nas laterais externas e um dentro do carro, ah ! e não podemos esquecer de um aviso muito importante, temos que dirigir pela gente e também pelos outros, viu como é simples ?! simples e fácil como se equilibrar numa bicicleta de uma única roda com pratos rodopiando no queixo e na testa enquanto as mãos balançam quatro ou cinco laranjas num malabarismo exato sem erros, caso contrário babau.

Mas como tudo na vida requer prática e um tanto de habilidade ir á feira ou á farmácia perto de casa era moleza, difícil foi quando num domingo resolvi visitar minha irmã há vinte quilômetros de distância tendo que enfrentar a tão temida avenida Radial Leste.

Ainda bastante inexperiente combinamos que meu pai iria com seu carro à minha frente me informando que horas deveria trocar as marchas gesticulando com os dedos, bem se o trajeto até a casa da minha irmã demorava cerca de quarenta minutos aquele dia levou pelo menos duas horas.

Sempre atenta ao carro da frente e indiferente aos xingamentos que passavam em alta velocidade eu já não raciocinava mais nada meu foco era os dedos de meu pai : um dedo - primeira marcha, dois dedos - segunda marcha, três dedos- terceira marcha e.... quarto dedo - nem pensar !!!

O que deveria fazer automaticamente meu cérebro não decodificava tamanho pavor, o nervosismo foi tomando conta, suava frio e o coração parecia saltar pela boca.

Fiquei com dó de meu pai se ver naquela situação justo ele um Ás do Volante, mas foi a primeira e última vez, depois disso tive que me virar sozinha.

Bem fato é que aos trancos e barrancos aprendi a dirigir, bem, eu "acho" que aprendi em compensação os palavrões que ouvi decorei-os todos.

Fiquei mais de dez anos só dirigindo o Fusca e na minha cabeça não sabia dirigir outro carro, então todos os dias de manhã eu vestia o Fusca Branco para ir trabalhar e com isto acumulei muitas aventuras compartilhadas com meus filhos e alguns amigos de carona, muito corajosos por sinal.

Como esta história já se estendeu, as aventuras eu deixo para contá-las outra hora, teve de tudo de atropelamento a briga de trânsito, mas isto ficará para a próxima.

Até lá!

*Só pra registrar olha eu aí com meu companheiro inseparável...
E aí ?! Aceita uma carona ?!!!






quinta-feira, 2 de julho de 2020

"Cotidiano"

Já parou pra pensar que quando queremos nos aproximar de alguém com a intenção de se jogar conversa fora começamos sempre fazendo observações sobre o tempo ? daí, avaliamos a reciprocidade, se a pessoa sorri e lhe dá um feedback a conversa flui, se não, nos recolhemos na nossa insignificância e muito sem graça encerramos o assunto com um "é" ou então um "pois é".

Ainda bem que a ventania foi embora, dizem que se deslocou para o oceano, isto depois de ter causado grandes estragos nas cidades do sul. Aqui no sudeste ficou apenas o tempo frio, dizem que no decorrer do dia vai esquentar, será ?! Sol de inverno é um problema, esquenta sem querer esquentar, porque na maioria das vezes o vento gelado que sopra não deixa o coitado do sol fazer a parte que lhe cabe, eu mesmo fico caçando sol pela casa, ora aqui ora acolá...

Fiquei pensando que os dias não são iguais, iguais e previsíveis somos nós, prova disto são os nossos cachorrinhos que nos observam o tempo todo, eles sabem exatamente para onde vamos e o que vamos fazer antes mesmo de começarmos, eles não sabem falar mas sabem pedir, pedem com o olhar, com os choramingos, com o rabinho abanando, devo concluir que mais do que inteligentes eles são bons observadores.

Todos os dias temos rituais que se repetem, não é bem uma rotina é uma mania, um vício, como fumar um cigarro quando degustamos uma xícara de café feito na hora, ou aquele docinho que procuramos obstinados após o almoço.

Hoje logo cedo fiz este reparo ao procurar insistentemente a "minha" xícara de café, há inúmeras xícaras no armário mas não me satisfaço com nenhuma delas, tem que ser "a minha", marronzinha por fora creme por dentro, depois disso fiquei prestando atenção em todos os meus movimentos, me senti um robô daqueles que ligam o start, feito a música do Chico - Cotidiano - "...todo dia ela faz tudo sempre igual..." E não é que é !

Então.....(pausa, silêncio...)

Visto que estou sem feedback sem saber se a prosa está lhe agradando dou por encerrada minhas explanações.

 Pois é !








quarta-feira, 1 de julho de 2020

"Vento Ventania"

Como está o seu dia hoje ?

Aqui na minha cidade está ventando muito há dois dias. E não é ventinho pouco não, é ventania das brabas, daquelas que uivam as frestas das portas e janelas, me faz lembrar de um livro que li há vinte anos atrás o "Morro dos Ventos Uivantes"- Émily Brontë, todos os personagens do livro morreram na flor da idade, lembro bem disso porque me chamou a atenção, a pessoa com 25 anos de idade já era considerada vivida e, pasmem, chegar aos 50 anos naquela época era surpreendente. É um romance bem bonito, nem sei se virou filme, e nem quero saber pois os cineastas tem mania de achar que vão transformar livro em obra prima da sétima arte o que geralmente não acontece.

Estou á procura do livro "As Pontes de Madison" de Robert James Waller, que não conhecia mas fiquei instigada a conhecer através de um Post no Facebook e, enquanto não consigo o livro vou lendo outras coisas. Terminei o livro de crônicas do Fernando Sabino mas já emendei com outro dele próprio. Gosto de crônicas, são sempre leves, e enquanto não consigo obter o livro que quero ler vou me distraindo com elas.

Quando vi o Post na Internet falando deste filme "As Pontes de Madison" logo me interessei pelo enredo e tentei procurá-lo para assistir mas não deu, só depois que fiquei sabendo que a história era embasada no livro, aí sim me aguçou ainda mais a curiosidade, vou lê-lo com certeza, "há males que vem para o bem", será certo ?!

Penso que o dia hoje não será muito diferente de ontem o que me causa certa angústia, aí penso no que já disse antes :"Os dias seguem plácidos sempre dispostos a acolher nosso estado de espírito", o meu está assim...meio á meio, meio triste, meio só, meio pensativa, meio dolorida...meio tudo... esta ventania vai ter que ter bastante paciência comigo.

".....vento, vento, vento...
eleva meus pensamentos...
sopra pra longe a tormenta...
afugenta a minha dor...
leve ligeira as nuvens...
deixe apenas o céu azul...."