Fiquei ponderando se deveria ou não fazer este relato mesmo porque nada mudaria em minha vida, são águas passadas que não movem moinhos, o passado não se altera, nem dele quero viver, mas a vida para mim se desenhou deste jeito e não vou tapar o sol com a peneira, são passagens superadas mas que deixaram marcas, não consigo ignorá-las porque existiram de fato, afinal, eu as vivi.
Ganhei o celular dos meus filhos, um samsung flip vermelho bem diferente dos smartphones de hoje em dia, mesmo assim havia nele certa tecnologia com funções diversas por mim desconhecidas pois o que me bastava era receber e fazer ligações e mais nada.
Eram sete horas da manhã, começava mais um dia de trabalho, entrei, fechei a porta da sala de aula e, enquanto aguardava o silêncio uma aluna se aproximou aflita me pedindo ajuda, tinha a ver com o esquecimento da chave de casa e de alguém de sua família que precisava ser avisado com urgência, julgando ser sério emprestei-lhe meu celular em total confiança.
O dia transcorreu normalmente e a tarde já estava em casa quando o grande mal entendido aconteceu... assim como qualquer discussão entre casal que nunca se sabe a origem, meu marido pegou meu celular e furioso começou a me questionar sobre o que significavam aquelas frases que comprometiam minha moral, eu, sem entender absolutamente nada, não conseguia dar nenhuma explicação plausível, foi quando me lembrei da aluna naquela manhã, provavelmente havia sido ela, tentei explicar-lhe o ocorrido mas conforme minhas explicações se estendiam menos ele acreditava em mim, estava tomado por uma ira descontrolada e eu só fazia chorar e me defender daquelas acusações até que o caos foi dando espaço para a angustia e o silêncio.... por ter bebido deitou-se no sofá e dormiu enquanto eu com a cabeça confusa saí sem rumo para caminhar e espairecer, já era tarde da noite quando voltei, todos estavam em casa, ele continuava dormindo, ninguém percebeu minha ausência, também fui dormir.
No dia seguinte tudo estava ainda mais silencioso, o ambiente se preencheu pelo excesso de mágoa e tristeza, peguei meu celular que havia sido arremessado longe e pedi para meu filho mais velho que me ajudasse a desvendar o que de fato havia acontecido. Ele me ouviu atentamente examinou o celular e começou a manuseá-lo com certa destreza, e concluiu para meu alívio que não havia nada de errado, aquelas frases faziam parte da memória do aparelho para facilitar a comunicação entre as pessoas, portanto estava comprovada minha inocência e atestada a nossa santa ignorância.
Colocamos uma pedra no assunto e seguimos adiante. Seguimos... eu com certeza mais pesada...
Hoje vivemos em paz e harmonia, construímos uma relação de confiança e amizade que poderíamos ter conquistado a mais tempo mas, a vida é o que é, muito do que foi e pouco do que poderia ter sido, enfim...
A leitura de S.Bernardo me trouxe estas lembranças e acredite fui muito "Paulo Honório"enxugando cada parágrafo para não ser cansativa, afinal pra que me estender se me faço entender, não é mesmo ?!
Ganhei o celular dos meus filhos, um samsung flip vermelho bem diferente dos smartphones de hoje em dia, mesmo assim havia nele certa tecnologia com funções diversas por mim desconhecidas pois o que me bastava era receber e fazer ligações e mais nada.
Eram sete horas da manhã, começava mais um dia de trabalho, entrei, fechei a porta da sala de aula e, enquanto aguardava o silêncio uma aluna se aproximou aflita me pedindo ajuda, tinha a ver com o esquecimento da chave de casa e de alguém de sua família que precisava ser avisado com urgência, julgando ser sério emprestei-lhe meu celular em total confiança.
O dia transcorreu normalmente e a tarde já estava em casa quando o grande mal entendido aconteceu... assim como qualquer discussão entre casal que nunca se sabe a origem, meu marido pegou meu celular e furioso começou a me questionar sobre o que significavam aquelas frases que comprometiam minha moral, eu, sem entender absolutamente nada, não conseguia dar nenhuma explicação plausível, foi quando me lembrei da aluna naquela manhã, provavelmente havia sido ela, tentei explicar-lhe o ocorrido mas conforme minhas explicações se estendiam menos ele acreditava em mim, estava tomado por uma ira descontrolada e eu só fazia chorar e me defender daquelas acusações até que o caos foi dando espaço para a angustia e o silêncio.... por ter bebido deitou-se no sofá e dormiu enquanto eu com a cabeça confusa saí sem rumo para caminhar e espairecer, já era tarde da noite quando voltei, todos estavam em casa, ele continuava dormindo, ninguém percebeu minha ausência, também fui dormir.
No dia seguinte tudo estava ainda mais silencioso, o ambiente se preencheu pelo excesso de mágoa e tristeza, peguei meu celular que havia sido arremessado longe e pedi para meu filho mais velho que me ajudasse a desvendar o que de fato havia acontecido. Ele me ouviu atentamente examinou o celular e começou a manuseá-lo com certa destreza, e concluiu para meu alívio que não havia nada de errado, aquelas frases faziam parte da memória do aparelho para facilitar a comunicação entre as pessoas, portanto estava comprovada minha inocência e atestada a nossa santa ignorância.
Colocamos uma pedra no assunto e seguimos adiante. Seguimos... eu com certeza mais pesada...
Hoje vivemos em paz e harmonia, construímos uma relação de confiança e amizade que poderíamos ter conquistado a mais tempo mas, a vida é o que é, muito do que foi e pouco do que poderia ter sido, enfim...
A leitura de S.Bernardo me trouxe estas lembranças e acredite fui muito "Paulo Honório"enxugando cada parágrafo para não ser cansativa, afinal pra que me estender se me faço entender, não é mesmo ?!
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