terça-feira, 30 de junho de 2020

"Não Fazer Nada"

Dei uma pausa para reler a postagem de ontem com o intuito de descobrir em qual momento do dia as coisas pioraram pra mim e, não achei nada que o justificasse, acho que é assim mesmo, cada dia tem suas nuances e qualquer fato pode nos levantar ou nos derrubar dependendo muito do nosso estado de espírito.

Não ando bem. Estou na fase de ficar caraminholando coisas ruins na cabeça. Tenho sonhado maus sonhos e, como se não bastasse também ando sentindo dores pelo meu corpo, dores estas que pioram quando estou parada, não sei explicar é uma dor generalizada que só melhora quando passo a me movimentar, esquisito isso !

É uma conjunção de tudo, dor, maus pensamentos, dias nublados e frios, questionamentos enfim...

Não há muito o que fazer, apenas esperar estes medos tolos se afastarem para poder seguir minha vida normalmente e estou um tanto ansiosa para que tudo passe o mais rápido possível.

Enquanto isto vou tentando me distrair, estou terminando de  ler o livro de crônicas do Fernando Sabino, temos uma coleção de livros dele na estante e de vez em quando pego um livro dele pra ler.

Gosto de Crônicas, elas relatam o dia a dia das pessoas pela ótica de quem as conta. Fiquei pensando em algumas coisas ditas, por exemplo o fato de algumas pessoas gostarem de escrever e se acharem escritoras, o que não é o meu caso, gosto apenas de escrever e não sou nem pretendo ser mesmo que remotamente uma escritora, mesmo porque com meu desconfiômetro eternamente ligado me acharia um tanto ridícula e medíocre para tanto, fato é que algumas pessoas assim se julgam e, ele fala dessas pessoas que sem preparação nenhuma se intitulam como tal, escritoras, não, não são, pra ser um bom escritor é preciso além de talento para escrever, é necessário conhecimento e preparação, não dá pra sair por aí escrevendo qualquer bobagem se dizendo escritor. Digo isto porque ando recebendo muitos textos (crônicas) que necessariamente precisariam ser revistos, mas quem tem coragem de dizê-lo francamente, ainda mais eu que nem tenho embasamento para tal, pode ser caso até de se perder a amizade, e entre uma crítica mesmo que construtiva a uma amizade, ficarei com a amizade. Outra coisa que li e me serviu como lição foi uma frase que ele cita no livro dita por não menos que o sábio Manuel Bandeira quando, por ocasião, uma jovem lhe perguntou que conselhos daria a quem quisesse iniciar-se na literatura,  eis sua resposta :
-"Apenas este : não pedir conselho a ninguém".
Me diz, é ou não de grande sabedoria ?!
Outra citação referente ao mesmo assunto, conselho de outra grande fera da literatura Carlos Drumond de Andrade :
"Só escreva quando de todo não puder deixar de fazê-lo. E sempre se pode deixar."

Bem, não posso seguir este conselho, escrever agora faz parte do meu viver, não é uma vaidade é uma necessidade e, jamais serei uma escritora, haja visto o tanto de gerúndios aplicados.

É, só joguei um pouco de conversa fora é que não fazer nada tá dolorido demais !

*achei necessário acrescentar esta informação : Livro de Fernando Sabino - "Deixa o Alfredo Falar"-
Crônica : "O Preço da Admissão".


segunda-feira, 29 de junho de 2020

"Redes Sociais"

Redes Sociais - Esquisito isso !

Eis algumas redes atuais : Facebook - Instagram - Twitter entre outras.

Bem, para cada uma dessas existe um propósito, uma utilidade, dependendo do objetivo a ser alcançado.

No Facebook me vejo mais vulnerável e exposta, fico incomodada em me expor através de fotos, fica parecendo carência de chamar a atenção, por isso evito.

Já o Instagram comecei a usá-lo há pouco tempo, apenas com o objetivo de fazer pequenos registros como um diário ilustrado, ali me exponho sem constrangimentos ou receios, assumo o que faço e o que sou sem cobranças, com o desconfiômetro totalmente desligado.

Não compartilho vídeos nem fotos no Facebook, prefiro estabelecer um propósito para cada mídia e com isto mantenho minha "privacidade" se é que a tenho.

Tudo tão fútil não é mesmo ?!

E....????? (não faça essa cara! outra hora me explico).

 Vamos que vamos !!!


domingo, 28 de junho de 2020

"Diário 28/06/2020"

Neste friozinho sabe como é que é ?!

Bom mesmo é....

Livro,

Gorro,

Café,

Meinha no pé,

Muito agasalho,

Cafuné !

Quer coisa melhor do que estar de bem com a vida ?!
Não né ! Estamos vivendo uma fase maravilhosa de paz e harmonia.
Seria fruto desta pandemia ?! Acho que fiz um versinho, tosco mas fiz rsrsrsss seja como for vamos ao que interessa...

Ontem meu filho segundo e minha nora estiveram aqui em casa nos fazendo uma visita, fazia aproximadamente três meses que não nos víamos pessoalmente.

Estamos ainda no processo do distanciamento social, recebendo um filho por vez, semana passada foi a vez do filho primeiro, deste jeito fazemos a nossa parte e se acontecer algo de errado é porque tinha que acontecer, mas não quero me preocupar com isto, quero sim é contar sobre ontem.

Nossa noite de sábado foi regada com pizzas, vinho, muita conversa e algumas leituras, quase um sarau estendido madrugada adentro. Ficamos lendo pequenos textos mas, teve um em especial que nos rendeu boas gargalhadas, talvez motivado pela graça de quem os escreveu mais as taças de vinho que ingeri.

Este texto que nos fez rir tanto foi intitulado "D. Pedro IV e Dona Inês de Castro".

A história narrada por Camões em "Os Lusíadas" é deveras dramática e triste mas contada pela ótica do compadre deixou-a hilária, principalmente quando achamos que vamos ler algo sério e profundo e ao contrário nos deparamos com tantas pataguadas. Quem sabe eu não o transcreva aqui, só preciso de autorização e disposição, veremos....

Bem, é isso, só quis deixar registrado esta noite memorável e a tal história de que muitas vezes somos felizes e não sabemos, sabemos sim, a vida lentamente está voltando ao normal, e isto é muito bom, então vamos com alegria celebrar tudo o que ainda está por vir... Tô te convidando.. bora bora ser feliz ?!










sexta-feira, 26 de junho de 2020

"É Fixo, É Nosso e Funciona !"

Tempos atrás era muito difícil ter uma linha telefônica em casa, para pobre então nem se fala, praticamente impossível, e a explicação era simples, a ineficiência do Sistema de Telefonia em ampliar sua rede gerava um desequilíbrio elitizando a aquisição do aparelho e como a procura era muito maior que a demanda ter um telefone fixo em casa era privilégio para pouquíssimas pessoas por isso todas as vezes que necessitávamos falar ao telefone recorríamos á vizinha o que nos causava um certo desconforto e constrangimento.
Acho que o sonho de consumo de muita gente naquela época era ter um telefone em casa, o meu por exemplo só foi se realizar anos mais tarde quando já estava casada.
Com o passar dos anos as coisas foram melhorando para aquisição do telefone fixo e não demorou muito para que a ficção do telefone móvel do Agente 86 se tornasse realidade e eis que surge o telefone celular para substituir àquele que outrora era objeto de tão obstinado desejo.
Hoje em dia a maioria das pessoas preferem o celular pelas suas funções e praticidade mas há os que mantém a tradição e acredite ainda temos telefone fixo em casa mesmo sem precisão, afinal quem é que nos liga ?
Sempre os mesmos : "Jazigo da Paz", "Dr. Consulta" ou o "Ministério da Saúde", o primeiro pra saber se estamos precisando, o segundo se ando bem de saúde e o terceiro se estou com os sintomas do corona vírus, ah tem um quarto também que é o mudinho tímido apaixonado que ouve o meu "alô" e desliga logo em seguida, daí para  evitar estas chatices estabelecemos um código familiar, pedimos para quem nos liga que o faça duas vezes consecutivas, então você já sabe, ligou para o fixo repita o processo, na segunda tentativa se estivermos em casa a gente atende, ô se atende, caso contrário tenta o celular.
Um pouco empoeirado pela falta de uso.



















































quarta-feira, 24 de junho de 2020

"A Saga do Pacote"

No finalzinho de abril fiz uma compra pela internet, era um presente para o meu marido que fez aniversário em maio, mas por conta de um descuido o rapaz da entrega perdeu o pacote, aliás o fato me rendeu um texto que deixei registrado aqui no Blog, pois bem, ontem a noite recebi uma mensagem de voz do mesmo rapaz e como minha noite de sono é sagrada para me aborrecer com qualquer tipo de notícia deixei para ouvi-la agora pela manhã.
Eis a surpresa, encontraram meu pacote intacto e ele queria saber se já havia feito outra compra para substituir aquela ou se estaria interessada em readquirir o pacote.
Quando o pacote se extraviou fiquei um pouco chateada sim, mas a minha chateação não foi por conta da perda e sim por toda situação desconfortável que gerou pois acabei duvidando da honestidade do rapaz e pelo fato dele me ressarcir em dinheiro o valor da compra mesmo sem ter condições de fazê-lo. Na ocasião expliquei a situação ao meu marido que de pronto entendeu, afinal podemos nos presentear independente de datas comemorativas, por isso não fui atrás de substituir o presente.
Resumindo, o rapaz vai me trazer o pacote e eu vou poder devolver-lhe o dinheiro, desse jeito tudo se acerta, presenteio meu marido que por sua vez ganhará o presente que merece mesmo atrasado e o rapaz fica com seu dinheiro que com certeza chegará em boa hora, ou seja, final feliz para a saga do pacote.


segunda-feira, 22 de junho de 2020

"Diário 22/06/2020"

Hoje é segunda, amanhã será terça e depois quarta, quinta, sexta, sábado, e domingo novamente.... e assim a vida segue...ora estamos compartilhando alegrias outras amargando as tristezas...e os dias seguem plácidos sempre dispostos a acolher o nosso estado de espírito.

Ontem foi domingo e pra minha felicidade vivi um dia maravilhoso. Ainda estamos em tempos de Pandemia, numa forçosa quarentena e parece que nada melhora, mas mesmo no meio desta turbulência pude estar com meu filho e minha nora. Tudo bem que mantivemos o distanciamento mas só o fato de estarmos próximos já me deixou feliz.

Ando muito querendo celebrar a "Vida", "O Amor" "A Paz" "A União" parece piegas mas não é não, e a gente só percebe que não é piegas quando algo acontece, algo que nos toca, e nos faz perceber que a vida passa muito rápido e que tudo é passageiro.

Por isso quero dedicar a minha felicidade aos momentos vividos com a minha família, proporcionar a harmonia... estar bem e ficar bem e deixar que as pessoas que me amam se sintam alegres com minha presença.

Hoje eu estou aqui mas amanhã posso não estar e os dias vão se seguir independente de mim...

Então o mais sensato á fazer é aproveitar os meus (nossos) dias...."temos o nosso próprio tempo..."

Ando muito propensa a ser feliz e todo dia haverá possibilidades...

Ainda estou aqui !





sábado, 20 de junho de 2020

"2020"

O que dizer deste ano de 2020 ?

Assombros, ausências, tragédias anunciadas outras tão inesperadas.

Fiquei triste pela morte de uma pessoa que não conhecia, alguém que fazia feliz outro alguém importante para mim, por isso sua partida me tocou profundamente, uma pessoa nova, cheia de vida, apaixonada, e muito amada por todos.

Difícil aceitar a perda, algumas ausências ficam sem explicação e as palavras de conforto ficam vazias.

Eu só sei que tudo é muito triste e somente o tempo vai poder ajudar as pessoas que a amavam. Estou condoída pelo sofrimento deste alguém que quero tão bem e que não merecia passar por isto.

Não acredito em vida após a morte, mas eu acredito que deixamos um legado para aqueles que fizeram parte da nossa vida, por isso enquanto houver boas lembranças haverá imortalidade e esta pessoa será sempre lembrada com amor e com carinho.

Desejo muita força e muita fé para que seus familiares possam enfrentar sua ausência nestes momentos tão difíceis......

...........................


*silêncio em respeito á sua memória.


sexta-feira, 19 de junho de 2020

"Análise Profunda"

Ai ai ai ai ai pra quem fui perguntar sobre a alucinação das aranhas ?!!

Sim pra ele, meu amigo e companheiro.

Seus seis meses de faculdade de psicologia a quinhentos anos atrás atestou que as aranhas tem a ver com minha sexualidade, estou propensa a.....ri muito, ri tanto que estou rindo até agora.....

Mas não é meeesmo meu bem, minha fruta é outra, minha tendência é zero.

Que diagnóstico mais trolado !!!!

 Ainda me colocou pra ouvir Raul Seixas, rock maravilhoso, Guerra das Aranhas..... êêêêê sai fora !!!

(Desopilei).

Muito tosco isso ! Quanta bobagem ! rsrsrsrsss

quinta-feira, 18 de junho de 2020

"Alucinação"

Qual a hora certa pra escrever ?

Mas vem cá, pra escrever precisa mesmo ter hora ?

Eu particularmente gosto muito de escrever pela manhã, acho que as ideias estão mais frescas e a cabeça mais nítida, embora de uns dias pra cá não ando lá muito católica.

Agora difícil vai ser eu tentar explicar o que é ser ou estar "católica", mas de verdade não estou católica suficiente pra sequer tentar responder.

Tudo culpa da insônia que tive esta madrugada, o que me forçou dormir agora de tarde, e pasmem aconteceu de novo...alucinei.

Eu sempre relacionei alucinação com drogas sem nunca ter me drogado, por puro pré conceito mesmo, mas eu sou a prova que dá sim pra alucinar sem nenhuma substância que assim o provoque.

Por isso tenho certeza que alucinei duas vezes na minha vida, e ambas as vezes com o mesmo bicho em questão, uma tarantula preta peluda enorme e acreditem muito muito real.

A primeira vez que a vi estava dormindo no sofá de frente pra estante na casa de Itaquera, devia ser de tarde caso contrário não estaria dormindo lá, pois bem, abri o olho e vi a tarantula tão nitidamente se movendo vagarosamente para trás dos livros, gelei, ela era inacreditavelmente grande e, embora a possibilidade de ser uma aranha de verdade fosse grande visto que as paredes da casa fazia limite entre dois terrenos baldios um de cada lado, tive a certeza absoluta de ter alucinado depois de ter desmontado a estante inteira á procura da mesma sem nunca tê-la encontrado.

E hoje ela me apareceu de novo, abri os olhos e a vi, idêntica, sorrateira, preta e peluda, movimentando-se lentamente na lateral do guarda-roupa, mas ela não era real, desta vez não deu tempo de se esconder, sua imagem se dissipou tão logo firmei meus olhos sobre ela, enfim alucinei mais uma vez.

Devo ressaltar que não foi um sonho, sonho sonhamos dormindo e eu não estava sonhando, muito menos com aranha, mas estava dormindo profundamente antes de abrir o olho e ter aquela visão, foi alucinação sim e, acreditem, foi bem real.

Será que isto tem uma explicação ? Alucinar assim do nada e ainda por cima duas vezes com o mesmo bicho.... sei lá ! esquisito isso !

quarta-feira, 17 de junho de 2020

"Soltei a Bagagem"

Quanta bagagem desnecessária que acumulamos, parece que gostamos mesmo de sofrer.

O corpo vai se curvando pelo excesso de peso que muitas vezes carregamos á toa.

Tudo parece pequeno e importante demais pra gente se desfazer, daí vamos acumulando e diminuindo os espaços internos.

Aquelas coisas minúsculas que  julgava essenciais pra ser feliz mas que nunca encontrei serventia alguma, só fizeram peso.

Um belo dia acordei e percebi que nenhuma daquelas tralhas justificavam pra valer as minhas alegrias porque foram todas momentâneas e passageiras, aí num lapso de consciência decidi me desfazer dos excessos.

Soltei a bagagem.

Soltei e aliviei o peso.

A coluna se ergueu, cresci, fiquei mais leve, mais livre, mais solta.

Voei.

Passei a me expressar melhor, sem direcionamentos, sem culpas, sem julgamentos.

Se me der vontade vou escancarar o riso solto e se não, vou chorar o choro contido, sou humana, estou viva, passiva de erro e não vou julgar egoísmo meu querer ser feliz sem precisar depender.

Soltei a bagagem pra valer.












domingo, 14 de junho de 2020

"Quarto de Despejo"

Não foi proposital, foi pura coincidência.

Escolhi o livro "Quarto de Despejo - Diário de uma favelada" de Carolina Maria de Jesus, bem antes desta polêmica que se instalou em forma de caos abordando o preconceito racial : "Vidas Negras Importam"

Protelei a leitura por percalços, mas não o teria lido apenas por conta do "momento", hoje em dia tudo vira modinha, todo mundo quer ser engajado, e eu decididamente não sou todo mundo.

Mas vamos ao livro...

São relatos que se repetem dentro de um cotidiano de luta pela sobrevivência, os dias são iguais, a miséria e a fome estão sempre presentes, e assim foi a leitura do começo ao fim do livro, como tomar um gole de cachaça onde tapamos o nariz e entornamos o copo de uma única vez, e a "marvada"  desce arranhando goela abaixo queimando tudo por dentro, consumi o livro numa tacada só, e me impactei com a cruel realidade tão despretensiosamente narrada nas entrelinhas.

Em nenhum momento a autora se vitimiza ou se diminui seja pela sua condição social ou sua cor, ela não poupa os favelados em relatar muitas vezes a falta de caráter o alcoolismo a maledicência os aproveitadores enfim toda falta de virtude advindas da fome e da miséria e a pouca disposição que as pessoas tem em modificar as próprias vidas.

Mas Carolina é diferente, ela pensa, repara e narra em seus cadernos tudo que presencia e vê fazendo uma crítica social e política atemporal.

E apesar de todo esforço e reconhecimento como escritora na publicação do seu livro, nada disso foi capaz de impedir que ela morresse desfavorecida e pobre.

Então é isso um livro que se repete na mesma narrativa do começo ao fim, daí me pergunto : "Seria diferente se trocássemos estas datas para os dias atuais ?!

Me bateu foi uma tristeza em constatar que depois de sessenta anos as favelas ainda existam, que não há saúde por falta de saneamento básico, que muitos independente da cor ainda vasculham os lixões em busca da sobrevivência e o mais revoltante que os políticos continuam se aproveitando da ignorância do analfabetismo da fome e da miséria pra se manterem no poder com a única intenção de que nada mude pois só assim eles se perpetuam, ou seja, daqui a sessenta anos haverão favelados famintos e herdeiros políticos governando o nosso país em prol deles mesmos.






sábado, 13 de junho de 2020

"Tudo Isso Pra Quê ?"

Estou constatando que este isolamento social anda afetando a sanidade das pessoas, principalmente aquelas que se fecharam no seu mundinho aconchegante temendo o contágio do vírus através do contato humano.

Ando presenciando nas redes sociais discursos de ódio e intolerância que se propaga com tamanha falta de educação e respeito que chega a assustar.

Pra quê e por quê tudo isso ?

Não consigo achar resposta, justo eu que tenho a mania de viver justificando as atitudes das pessoas, para estas não achei ainda nenhuma explicação.

A todo momento levantam-se "Bandeiras" com discursos inflamados politicamente corretos permeados de supostas razões, todo mundo quer defender uma causa sem ao menos parar para ponderar.

 Nem tudo é aquilo que aparenta ser, a falsa realidade nos confunde nos engana.

A mídia é a grande responsável por direcionar a opinião pública, e muitas vezes leva a massa para a ponta do abismo sem que a mesma se dê conta.

Infelizmente a maioria das pessoas não param pra ponderar não digo pensar porque muitas são inteligentes, digo ponderar mesmo porque toda moeda tem dois lados.

O certo ou o errado vai depender de onde e como me posiciono e se você não está do meu lado terei o direito de te odiar, excluir, execrar com todo o meu desprezo e repúdio? Será que temos o direito de humilhar e se desfazer das pessoas pelo simples fato de termos opiniões diferentes ?

Por que muitos se julgam mais sabedores, mais inteligentes, mais engajados ? Não será o ego que lhes fala mais alto ?

Pois é, por onde anda a tolerância o respeito o discurso de que todos somos iguais e todos temos direitos a convicções diferentes..... ????

Não quero me deixar influenciar, quero poder parar pra pensar e ponderar os dois lados, não quero radicalizar, quero poder discernir pra poder opinar sem extremismos.

Eu ainda acredito que é o caráter que difere as pessoas, não a cor, a classe social, os portadores de deficiência física ou intelectual, a identidade de gênero ou a opção sexual.

O mau caratismo e a hipocrisia não escolhe, são escolhidos.



*.....




sexta-feira, 12 de junho de 2020

"Conflitos e Desejos"

A minha decisão pode ser não querer tomar decisão nenhuma, não pode ?!

Não sei se quero mudar alguma coisa na minha vida, as vezes eu penso que sim, mas já ouviu aquela história que gato escaldado tem medo de água fria, pois é, sou um gato muito escaldado.

Se eu disser que está tudo lindo e maravilhoso estarei mentindo, as coisas nunca são exatas e perfeitas, acho que todo mundo sabe disso e eu tenho essa consciência também, mas eu posso dizer que está tudo muito calmo e tranquilo, gostoso de se (con) viver.

As vezes minha cabeça fica povoada de "Bentinho, de Tio João e Tia Luzia" no que me confunde bastante se devo ou não ponderar e retroceder.

Eu penso que conquistei a minha paz, a minha autonomia, minha liberdade, eu penso que aprendi a me expressar sem medo e agir sem me importar com a censura, enfim,  aprendi a impor respeito, conquistas pelas quais não posso não quero e não devo abrir mão.

Por outro lado tenho desejos de mulher e carência de ser humano, gosto do contato, me arrepio toda com os cafunés, a intimidade me atrai, mas a racionalidade me impede.

 É o lado feminino sentimentaloide contrapondo com a realidade dos fatos.

As ações de cuidado, de carinho, de respeito mútuo, de consideração, de admiração são fundamentais e elas atestam que existe uma relação de amor, alcançamos este patamar, mas isto basta ?!

Estou em conflito e não estou conseguindo raciocínio para ponderar e fazer se não a escolha certa pelo menos a melhor escolha.

Tenho medo de baixar a guarda e perder a minha identidade e tudo que conquistei, principalmente a minha liberdade.

O "querer" tem que ser de ambas as partes e não há um movimento em minha direção, como posso entender esse comportamento ? Respeito ? É isso ? Está apenas respeitando o meu espaço esperando que eu tome uma decisão? Tenho eu que fazer esse movimento ?

Entendo que os esteriótipos muitas vezes nos condenam a determinadas atitudes motivadas apenas pela nossa condição de homem e mulher, então devo concluir que é dever da mulher promover a harmonia e a união entre uma relação a dois ?! Não na minha visão porque tomando tal postura estarei atestando minha total incompetência de transformar qualquer coisa em algo bom. Este peso tem que ser dividido por igual e a responsabilidade deve caber tanto de uma parte quanto da outra e se depender só de mim é melhor que tudo continue exatamente dentro desta normalidade porque
 retroceder é voltar a estaca zero no pior dos sentidos, porque não é um zero de recomeço de tentar fazer diferente de tentar melhorar o relacionamento, retroceder por um único movimento meu é carregar o peso sozinha mais uma vez e de novo e se não der certo me diz, a culpa é de quem ?!

Concluo que enquanto houver o conflito o melhor que tenho a fazer é sufocar os meus desejos.

Sem choro nem vela nem fita amarela.


quinta-feira, 11 de junho de 2020

"À Procura de Ti"

A luz da lua
Invade o céu do meu quarto
Iluminando meu passado
Visto meu casaco e saio
À procura de ti, desolado

Quando cruzo as ruas
Da velha cidade
Tua imagem me invade
Lembro aquele seu jeito
Ingênuo e afeito
Atormentando meu peito
Com palavras de adeus

Justo tu que me disseste um dia
Que a tua alegria era estar junto á mim
Hoje tua boca vermelha
Tua blusa de renda
Teu sorriso solto
Zombas das canções que escrevi

Hoje tu vives nas ruas nos bares
E apesar dos pesares
Te lembras de mim.


*participação minha, não sei em que grau, muito menos em qual benefício, mas saiu, e valeu muito só por ter saído e pode acreditar que ficou bom mesmo eu achando a princípio que não.

Coisas de Silvia Maria, Rosendo, Edro e Carlos.






quarta-feira, 10 de junho de 2020

"Diário 10 de Junho - 2020"

Olá !!!!

Bom Dia pra quem é do dia !

Acordei bem e disposta. Hoje começo a leitura do livro que há tempos estava afim de ler, aquele que chegou pelo correio e que adiei por conta do outro livro via "Word", cara não é a mesma coisa ler um livro através de uma tela e outro em que você o folheia, pra mim o contato é fundamental, é como um namoro mesmo, tem que ter o contato e  intimidade se não, não rola. Quando terminar de ler eu falo a respeito do livro, também vou tentar deixar o meu parecer por escrito dentro dele assim como fazia antigamente, acho que vai ser legal.

Ando escrevendo bastante, já tenho dois textos guardados dando sequência na mesma história, prefiro dividi-los pra que não fiquem extensos demais e não canse a leitura. Pra variar um pouco relata de coisas que vivi, pessoas que encontrei durante minha vida e toda as experiências as quais passei, pura nostalgia ! Fuçar a memória é  um exercício e tanto, relembrar de lugares, nomes, apelidos, fatos, cheiros, ando viajando muito e sem sair do lugar !

 Muito em breve pretendo publicá-los mas hoje eu só quero namorar, digo ler !

Beijos e Abraços aos amantes !


terça-feira, 9 de junho de 2020

"Minhas Considerações"

Oi Compadre !

Terminamos de ler o livro "Um Sol para Nós Dois" de Carlo Vicenzo.

Gostamos da mensagem de esperança, paz, amor e respeito ao próximo, tão necessário nos dias atuais.

Eu, particularmente fiquei impressionada com a sua capacidade em criar tantos personagens dentro de um contexto nada familiar, isto prova que sua imaginação é fantástica.

Você foi muito coeso na história, mesmo dentro de uma ficção. A trama teve um fio de meada que se desenrolou com um propósito e você foi bem feliz em alcançá-lo.

Contudo não podemos deixar de fazer algumas observações que tem a ver com a maneira que se expressou usando repetidas vezes o tempo do verbo "a cantar", "a cavalgar", "a passear"....

Achamos na nossa humilde opinião que estas poderiam ser mais simples como "cantando", "cavalgando", "passeando"....

Acreditamos que uma boa maneira de aprimorar a escrita é ler bons autores e literatura diversa.

Sabemos que tens uma sensibilidade muito grande e que haverão outras boas histórias para escrever e contar.

Esperamos que essa nossa observação seja construtiva e que continue escrevendo.

Com carinho de seus leitores,

Edro e Silvia.

Beijo grande compadre !

domingo, 7 de junho de 2020

"Registros"

Estamos fazendo uma adequação na nossa sala de estar, o ambiente não estava bom, a iluminação muito precária, excesso de móveis escuros, estamos pensando em mudar algumas coisas e começamos por tirar tudo que poluía o ambiente visualmente, foram-se os quadros, o barzinho antigo, a mesinha do telefone e enxugamos os livros da estante fazendo uma triagem. Ontem passei o dia limpando-os e enquanto tirava a poeira parei para observar detalhadamente alguns livros que já havia lido.

A maioria deles datam do ano de 2000 portanto já tem vinte anos que eu os li, sei disso porque era do meu costume toda vez que terminava de ler um livro fazer um pequeno resumo e algumas reflexões sobre a história, estes registros foram deixados entre as páginas com o meu nome e a data em que ocorreu a leitura e ontem tive a curiosidade de reler boa parte deles, revê-los foi muito importante além de curioso e interessante.

Fiquei pensando por quais motivos parei de fazê-lo, não há explicação, vou tentar me corrigir de agora por adiante e deixar novamente as minhas reflexões por escrito, mas hoje quero transcrever aqui um desses comentários que encontrei ontem dentro de um dos livros que eu mais gostei de ler, chama-se "Trabalhadores do Mar" do maravilhoso escritor Víctor Hugo.  Eis o meu parecer :

"Conheci Victor Hugo coincidentemente numa praia.
Não era temporada, estava frio e a praia deserta.
Caminhando encontrei um pedaço de jornal velho e amassado, entre pedras e areia. Sentei-me ali e por curiosidade comecei a ler o jornal.
Fiquei extasiada, era a biografia de Victor Hugo.
Não lembro quantos anos tinha, lembro apenas que vivia minha adolescência.
Passei a minha vida inteira sem ler absolutamente nada de Victor Hugo e hoje estou novamente em êxtase. Hoje 5 de maio do ano de 2000, precisamente 23:50', termino de ler "Os Trabalhadores do Mar" de Victor Hugo.
Choro de emoção. A quem interessar possa a História é Maravilhosa.
"Não existe obstáculos para os sonhos, o ser humano carrega dentro de si uma força por vezes sobre humana. Gilliat determinou-se a um objetivo e foi até o fim. Contudo a recompensa não veio e mesmo aniquilado encontrou forças para fazer o bem a quem se ama de verdade. Gilliat venceu a fúria da natureza mas foi derrotado pelo destino".
Obrigada Victor Hugo a sua genialidade me fez viver momentos maravilhosos. estou muito agradecida.
São Paulo, 6 de maio do ano da Graça do Senhor 2000"

Acho que não carece dizer mais nada.






"Chover é Preciso"

Ontem á noite caiu uma chuva daquelas, uma tempestade forte com rajadas de vento que lavou as paredes, portas e janelas, fiquei pensando no pé de tomate e nas outras plantinhas, hoje já fui verificar e está tudo em ordem.

Pela manhã me deparei com o céu limpo, o sol brilhando, as calçadas e ruas molhadas fiquei com a sensação de que houve uma grande faxina, está tudo fresco e gostoso, bom de respirar e passear.

Estávamos precisando mesmo de uma boa chuva.

Quando meus filhos eram pequenos a chuva era sinônimo de felicidade, sabe aquela história que quando você é feliz não se dá conta que é ? Comigo era exatamente o contrário eu tinha certeza absoluta que estar ali  agarradinha com eles era a descrição mais pura e genuína da nossa felicidade.

Minha casa meu marido e meus filhos todos protegidos de qualquer mal que pudesse haver lá fora.

A chuva sempre me traz boas lembranças, tanto da infância quanto da vida adulta e chover sempre se faz necessário.....

A chuva é um prenúncio de que dias melhores virão, não há dúvida é só olhar pro céu e ver quão azul ele etá hoje, lavado, limpo, perfeito graças a tempestade de ontem.

"Chover é preciso".


sexta-feira, 5 de junho de 2020

"Sou Sugestionada"

Não sou hipocondríaca, reluto bastante pra tomar qualquer tipo de remédio e se leio a bula antes do tratamento aí é que eu não os tomo mesmo ! Isto porque nunca sei o que é pior se os sintomas ou os efeitos colaterais, mas por outro lado não suporto nenhum tipo de dor, e se tenho dor aí eu tomo remédio, qualquer um, sem ler a bula sem nenhuma precaução, desejando apenas que a dor passe.

Parece contraditório não é ?! Mas além deste conflito de tomar ou não remédio há um  outro sintoma que me acomete para o qual não existe remédio, chá, religião ou reza : Sou Sugestionada. E é horrível Ser Sugestionada. Sugestionada sente tudo. Mas sente tudo porque é Sugestionado.

O Sugestionado quer sempre saber o que ele tem, pode ser uma dorzinha no joanete ele tem que investigar, e isso causa um desgaste emocional muito grande porque o Sugestionado sempre espera o pior, mas como tudo é sugestão na maioria das vezes não é nada grave, aí as pessoas que o acompanham passam a olhá-lo com certa desconfiança.

É tão louco isto que me faz lembrar da história do Pastorzinho Mentiroso que gritava a presença do lobo para zombar de seus colegas até que um dia o lobo apareceu de verdade e ninguém lhe deu ouvidos.

Fico me comparando com o Pastorzinho, mas se faço alarde não é pra zombar nem chamar a atenção de ninguém e sim por puro sugestionamento.

Mas o que é Ser Sugestionada ?

Certa noite depois de ter me fartado com algumas guloseimas senti uma pontada na garganta então fui investigar, de frente para o espelho fiz um exame minucioso das amígdalas, língua, bochechas, dentes e toda anatomia interna da minha boca, com um pouquinho de água fiz um gargarejo e para minha surpresa cuspi uma gosma marrom que escorreu pela pia branca do banheiro, fiquei em choque e um pavor foi tomando conta do meu ser, o que era aquilo ? parecia sangue, será que estava com tuberculose ou algo mais grave que não havia percebido ?! Atônita em frente ao espelho fiquei na dúvida se deveria ou não comunicar ao meu marido o que estava acontecendo, mas se era grave ele tinha que saber, me coloquei á sua frente entre ele e a TV e comecei a chorar tentando explicar o que havia acontecido, muito calmo porque é da sua natureza ser calmo, ficou parado sem entender muito a situação tentando em seus pensamentos buscar uma explicação plausível foi quando me perguntou :
 "-Você não estava tomando sorvete de chocolate ?!"

Muito sem graça respondi que sim. - "Sim estava".

A tuberculose da Sugestionada era sorvete de chocolate, dá pra acreditar ?

*Por isso tenho que distrair minha mente com outros pensamentos e nunca estar ociosa, esta atenção excessiva às mudanças do meu corpo não me faz nada bem !








quinta-feira, 4 de junho de 2020

"Guia de Ruas de São Paulo - 1977"

Nosso GPS, Waze, Google Maps em 1977 era um livro brochura ao qual consultávamos qualquer itinerário desconhecido, o impresso era tão grosso que mais parecia uma bíblia, claro que no sentido figurado, embora muitas vezes dependendo do destino era mesmo necessário rezar antes de sair de casa.

Chamava-se "Guia de Ruas de São Paulo e seus Municípios" embora na minha humilde opinião devesse chamar "Guia de São Longuinho" pra gente poder dar três pulinhos quando estivéssemos perdidos e nos acharmos rapidinho somente com a ajuda do Santo e de mais ninguém.

As suas dimensões era do formato de uma agenda, não muito grande mas bastante volumoso, no índice constava o CEP, o nome das ruas em ordem alfabética, o Bairro e seguia também as coordenadas com letras e números pra gente poder se localizar dentro do mapa cujas páginas se interligavam numa cartografia minuciosa com letras minúsculas, achar determinada rua era tarefa demorada que exigia atenção, tempo, paciência e zero grau de miopia.

Bom, naquela época eu andava á procura de emprego, e encontrar propostas honestas e atraentes no jornal era como achar agulha no palheiro até que folheando o periódico de domingo me deparei com um classificado que me chamou bastante a atenção, recortei o anúncio com a tesoura e fui procurar no "Guia" o tal endereço anotando-o num pedacinho de papel.

Saí de casa na segunda-feira de manhã bem cedo, cabelo liso bem penteado, sapato de salto pra alongar a silhueta, trajava um vestido azul clarinho lindo cujo comprimento abaixo do joelho atestava minha decência, pouca maquiagem e munida de coragem, determinação, RG, CLT e o endereço do escritório que anotei no dia anterior.

Acontece que o centro velho de São Paulo pra quem pouco ou nada conhece se torna um grande labirinto e eis que me perdi, sim estava literalmente perdida e extremamente envergonhada pra pedir qualquer informação. Pra mim era inadmissível que uma paulistana como eu não conhecesse sua cidade natal, foi aí que tive a brilhante ideia em me fingir de "Turista Perdida no Centro" e arrastando um sotaque lusitano pedi informação para algumas pessoas que passavam, não sei se minha atuação foi convincente o que sei é que fui cordialmente atendida, consegui me localizar e retomar o meu caminho com rosto fervendo pela vergonha e a cara de pau de ter feito tamanho fingimento, mas vergonhas à parte, cheguei no endereço da vaga pretendida.

Era um prédio antigo desses que a porta vai direto pra rua, um corredor escuro com um único elevador de treliças de ferro que rangiam suplicando manutenção, me senti dentro de um filme de terror daqueles em que o elevador está prestes a cair e mesmo com aquela sensação ruim me encorajei e subi.

 Desci no andar indicado pelo endereço e encontrei uma sala aberta com cinco garotas aguardando atendimento, todas beirando a mesma idade que eu.

Um homem bem arrumado nos recebeu educadamente, distribuiu um formulário para que o preenchêssemos com todos os nossos dados, aquela coisa de praxe, nome completo, idade, endereço experiência enfim, em seguida nos chamou para uma entrevista particular dispensando uma a uma das meninas até que chegou a minha vez. Minha entrevista foi tranquila e depois de muitos elogios e algumas justificativas fui admitida.

Quando a pessoa precisa de um emprego ela não presta muita atenção nos detalhes e eu ingenuamente não prestei nenhuma atenção simplesmente concordei em começar a trabalhar naquele mesmo dia da minha apresentação até que chegou a hora do almoço.

O dito cujo do cidadão antes de sair  segurou bem forte em minha mão e num tom de galã de fotonovela barata  se despediu com um malicioso : "já volto, tá !"

 Foi aí que a minha ficha caiu, enrubesci de ódio, tão logo ouvi o barulho do elevador descendo, invadi sua sala, vasculhei as gavetas ate encontrar a minha ficha, rasguei-a em pedaços minúsculos, e saí de lá correndo jogando a chave por debaixo da porta.

Caminhei apressada pelas ruas da cidade e só depois quando me vi em segurança é que minhas pernas começaram a tremer aos poucos fui tomando consciência de tudo que aconteceu, primeiro fiquei com muita raiva de mim por ter caído em tamanha cilada, depois me senti envergonhada, tão envergonhada que nunca falei sobre este ocorrido com ninguém, nem da turista lusitana perdida no centro da cidade muito menos do assédio daquele ser repugnante, mas como tudo na vida é experiência decidi que emprego por classificado no centro de São Paulo, eu hein ! Nunca Mais !!!!

E foi Nunca Mais Mesmo !!!!














terça-feira, 2 de junho de 2020

"Diário 2 de Junho - 2020"

Juro que não chamei ninguém, elas marcaram entre si e vieram de livre e espontânea vontade, estou falando de minha mãe 80 anos e minha comadre 75 anos, ambas em isolamento social há três meses sem sair para canto algum e de repente resolvem me fazer uma visita, óbvio que tomamos todas as devidas precauções, principalmente o distanciamento, quanto as máscaras também usamos mas não dá pra tomar café e comer bolo de máscara não é mesmo ?! Ficamos um bom tempo conversando, elas estavam precisando mais do que eu afinal as duas moram sozinhas, minha mãe ainda vejo de longe pela sacada do apartamento mesmo assim o sair é muito importante, ver gente é muito importante, pisar na rua e caminhar é muito importante, achei bom que elas vieram pois também me distraí, mas não deixa de ser uma responsabilidade e tanto, perguntei para minha mãe se ela comentaria da visita com meus irmãos e me garantiu que não, é brincadeira isso ?! depois dos oitenta ter que omitir dos filhos pra não levar bronca feito criança desobediente ?! Ah sei lá ! De verdade eu não estou neurótica e me irrita muito quem está. Não estou subestimando o covid-19 sei de sua gravidade mas estamos fazendo sim a nossa parte. O que percebo é que aos poucos as pessoas estão relaxando, não no sentido ruim, estão deixando de lado aquela preocupação excessiva, eu concordo que a vida aos poucos retome a sua "normalidade". Quando falei em hipocrisia estava me referindo a esta situação, dessas pessoas que pregam uma coisa para os outros enquanto pra si agem de acordo com seus interesses, é tão fácil falar fique em casa, fique em casa, fique em casa...mas eu duvido que estas mesmas pessoas estão colocando a mão no vaso sanitário do seu banheiro super sônico para fazer aquela assepsia tão exigente, pois é, a empregada, ajudante, diarista, mensalista, secretária pode vir sim desde que tome um banho de álcool em gel antes de entrar em minha casa, daí conclui-se que o fique em casa não é realmente pra todo mundo, juro não me incomodo muito menos recrimino que as pessoas façam o que quiserem nas suas vidas mas como disse antes o que me aborrece de fato é a hipocrisia.... ah, não vou ser chata mesmo já sendo, vou ficar quieta e aguardar, espero de verdade que este "medo" não adoeça ninguém.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

"Sobre Livros"

Meu livro chegou !!!

Veio pelo correio na sexta-feira, já havia pego outro para ler, um do Fernando Sabino que ainda não cheguei a começar vou postergar (já está na lista).

 Temos na estante uma coleção de livros do Fernando Sabino, muito antiga por sinal, capa dura num tom de verde escuro com seu retrato estilizado e o seu nome como título, ambos timbrados em dourado, quase uma raridade, mas a surpresa ficou mesmo pelo lado de dentro, no cantinho superior de cada página foram feitos á lápis desenhos minúsculos na sequência de um desenho animado, quando se folheiam as páginas surge um bonequinho palito que se movimenta ligeiro chutando uma bola e depois mais dois personagens simulando uma luta com cambalhotas, bola de fogo e tudo mais, bem criativo e bonitinho de se ver mesmo num livro capa dura de uma coleção antiga empoeirado e esquecido há anos na estante.

 Fiquei pensando que foi bom ter encontrado esta "arte" do meu filho mais novo somente agora, acredito que se tivesse visto a estrepolia naquela época teria ficado muito brava e o teria feito apagar todas as margens e hoje haveria apenas marcas da borracha em forma de borrões e lágrimas.

 Me senti aliviada em não ter descoberto antes, sim porque hoje a surpresa dos desenhos só me trouxe boas recordações de uma época em que as crianças eram criativas e talentosas tudo devidamente registrado nas páginas de um livro cujo valor agora é infinitamente maior.

Ah os filhos pequenos e suas artes quanta saudades !

 Bem, ainda sobre livros... o livro novo está aqui comigo, ainda não comecei a ler e talvez demore um pouco para fazê-lo, estamos na fase de "namoro", curtindo a capa que é muito bonita e imaginando se o seu conteúdo vai de fato me atrair, estou acreditando que sim, mas por hora estou as voltas com outro livro que me chegou este final de semana.

 Não é de autor famoso nem é um livro impresso, é um livro que foi escrito há quarenta anos atrás por um amigo muito querido, em páginas amareladas de um caderno esquecido e que só foi reencontrado agora por conta deste isolamento social que nos obrigou a ocupar o nosso precioso e ocioso tempo dentro de casa arrumando gavetas que foram esquecidas com o tempo graças a nossa rotina tumultuada.

Fato é que a história foi retomada e reescrita com o cuidado de se manter a originalidade da obra, dentro daquela ingenuidade que nos fazia jovens inexperientes e ao mesmo tempo tão especiais.

Por isso estou concentrada em finalizar primeiro esta leitura de 255 páginas que me foram enviadas pelo celular, título da obra :

"Um Sol para Nós Dois" autor : "Carlo Vicenzo".

O mais legal é que pouquíssimas pessoas estão tendo acesso ao livro, apenas os amigos mais próximos e estou deveras feliz por ser um deles.

Bora bora ler o livro !