segunda-feira, 28 de setembro de 2020

"Be Strong"

 Nunca fui ligada em tatuagem, e também nunca pensei que um dia viesse a tatuar o meu corpo.

Para os meus pais era inadmissível e, como boa filha, era impensável contrariá-los.

Embutido nesta resistência havia grande dose de preconceito, tanto da parte deles quanto da minha.

Quando meu filho quis ser tatuador fiquei muito frustrada, sabe aquele sentimento de que não era isso que sonhei pra você ?! pois então, foi assim que me senti, mas por bem tenho algo de bom dentro de mim, sempre penso que a pessoa deva fazer o que acredita e o que a faz feliz, e desde que não prejudiquem ninguém, meus filhos podem sim contar com meu total apoio.

De uns tempos pra cá comecei a amadurecer a ideia de me tatuar, foi por ocasião do meu aniversário de sessenta anos, mas não queria fazer qualquer tatuagem, queria um desenho que representasse o meu momento.

Então escolhi a Sakura e a frase "be strong".

Significado :

Bem, o "be strong" na sua tradução já se explica por si, "ser/seja forte", e eu sou, embora muitas vezes eu duvide da minha fortaleza, então a tatuagem é pra me lembrar de que sou sim muito forte, já passei por poucas e boas e permaneço em pé, confiante, buscando a serenidade, a paz e um pouco de humor pra seguir adiante.

Já a Sakura é o meu lado mais frágil e romântico que por vezes tento camuflar e esconder.

O processo da primeira florada da cerejeira é lento, faço aí a referência do meu amadurecimento, é como se a minha primeira flor tivesse nascido apenas agora.

Não é fácil envelhecer, mas foi gratificante chegar aos sessenta, sei que o processo do envelhecimento chega pra toda gente, mas de verdade, por dentro me sinto ainda uma menina, a tatuagem não é um sonho nem tão pouco uma vaidade, visto que no local em que se encontra mal posso admirá-la, mas é uma marca, ou um marco, de um novo ciclo em minha vida, no ápice da minha maturidade que grita a todo momento dentro de mim : "Yes I can !!!!"


I Love My Tattoo !

Yes I Can !!!!

Be Strong !

*tem que ser onda forte pra me derrubar...


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

"Foto Antiga"

 Recebi algumas fotos antigas ontem pela manhã, se vê que a minha prima que mora em Barretos estava melancólica e saudosista, foi ela quem compartilhou as fotos comigo.

Havia duas fotos minha 3x4, ainda em preto e branco, que eu mesma não as tinha, daí lembrei que antigamente tirávamos este tipo de foto para o documento da escola, era no mínimo seis mas o fotógrafo nos agraciava com sete, por isso o que sobrava distribuíamos entre os parentes mais próximos, estas duas fotos pertenceram a minha tia, já falecida.

Nossa, como eu amava a irmã de minha mãe ! Sempre desejei ser sua afilhada, só mais tarde entendi que a nossa diferença de dez anos na idade é que nos impediu mas, se ela não era minha madrinha de fato sempre foi minha madrinha do coração, talvez por isso as fotos estavam tão bem conservadas.

Fiquei olhando as fotos.... tão antigas..... me reconheci nelas.... tão menina !!! ....sempre tento retroceder a memória o mais longe que consigo ir.... a foto de cabelo curtinho tirei em 1970, numa época que deu uma febre nas meninas de cortarem o cabelo "á lá Joãozinho", e eu não fugi à regra, mesmo com os cabelos lindos, compridos e lisos, fui à cabeleireira e pedi pra meter a tesoura.... arroubos da juventude.... e a outra foto de 1972 já com os cabelos crescidos, no auge dos meus doze anos, com a cabecinha repleta de sonhos alimentado pelo primeiro e platônico amor (##)....

O espaço de tempo entre as fotos antigas e o meu agora são de cinquenta anos, dá para acreditar ?!!!

Envelhecemos por fora mas a nossa essência permanece... pra sempre !

A adolescência é um período difícil e ao mesmo tempo maravilhoso, difícil pelas incertezas que a vida nos reserva e também pela nossa própria insegurança, e maravilhoso por tudo aquilo que ela representa, é que quando somos jovens a gente infelizmente não se dá conta.

Mas a vida é isso, é o viver, por isso a gente nem liga, a gente vive, protegida pelo acaso, Vivi.



Silvia-Adolescente.

1970- Cabelo Curtinho

1972- Cabelo Comprido

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

"Terceira Pessoa"

Acordou leve, a noite de sono caiu-lhe como uma luva, dormiu, profundamente, a noite inteira, sonhou que havia construído, com muito sacrifício, as próprias asas, trabalho minucioso, pena por pena, coladas uma a uma com cera quente, tal como Ícaro buscando fuga do labirinto ela desejou se ver livre dos maus pressentimentos, então abriu a janela, olhou para o céu e, rogou ao senhor do vento que lhe mandasse pelo menos uma brisa, fechou os olhos e sentiu-se independente pela primeira vez, depois de tantos anos carregando o fardo da obediência que lhe cabia, elevou seus pensamentos e se atirou alada sob o céu imenso, desejou que suas palavras fossem ouvidas por quem de fato as ouviria.
Voou alto, de lá pra cá de cá pra lá, brincou com o vento, estava feliz, experimentando a liberdade,  e se ela sorrisse ? e se ela gritasse ? e se ela escrevesse ? Poderia pedir gentilmente ao Senhor do Vento que espalhasse a boa notícia, sem peso, sem dependência de tão necessitada atenção, voou mais e mais, tão grande o céu, não percebeu que seus devaneios se aproximaram em demasia do calor do sol que derreteu lentamente suas asas, imprudente despencou das alturas e enquanto caia seu coração parou, sentiu o calor que explodia por dentro, sentiu o vento jogando seus cabelos para cima, sua mente apagou na imensa escuridão, de repente o nada, o vazio, tudo se findou.


"Quente - Frio
Aurora - Crepúsculo
Riso - Choro
Claro - Escuro
Luz - Trevas
Começo - Fim"
Podemos escolher ?!
"Sim - Não
Quem Sabe -Nem Sempre"




domingo, 20 de setembro de 2020

"Boas Notícias"

 Aos poucos aquela nuvenzinha preta que pairava sobre minha cabeça vai se dissipando.

Que alívio sinto !

Sexta-feira estive com o médico para entregar-lhe meus exames e o resultado da análise patológica foi "benigno", ufa ! tirei uma tonelada das costas e agora a vida se infiltra lentamente em meu corpo.

Estou viva ! Há perspectivas, posso sonhar e fazer planos.... Portugal, ano que vem, quem sabe ?!

Também sei que nada nesta vida é garantido, num segundo tudo pode acontecer, entre estar vivo e morrer é um traço, e o nosso mundo pode mudar, virar de cabeça para baixo, mas o pior é morrer por antecipação é ficar martelando sobre dor, perdas, doenças, é viver neste sofrimento contínuo. Juro como não queria me preocupar tanto e ser diferente do que sou, só que nesta altura do campeonato é difícil mudar, o máximo que posso fazer é continuar tentando.

E assim vou seguindo meu caminho, fazendo as coisas que gosto e que me distraem, cuidando daqueles que amo e que estão próximos, deixar este sentimento de gratidão tomar conta de mim.

Sou o que sou, o que penso e o que sinto, como reajo e como me expresso, o que digo, o que omito, como escrevo quando escrevo, com filtro, sem filtro, desconfiômetro ligado ou não, apertando o botão do foda-se ou me segurando pra não dizer nenhuma besteira que possa ferir ou magoar alguém.

Penso (##) todos os dias, as vezes com raiva de mim, querendo não pensar e já pensando, mas decidi deixar a vida me levar, se quero pensar, penso, que mal há ?! É tão somente pensamento...

Acho que a vida é isso, um eterno fazer e pensar...não tão eterno, afinal somos seres finitos, mas enquanto viva estiver terei muito a fazer e outro tanto pra pensar.

Viu como estou melhorando ?!!

Liga não para as minhas divagações.

Eis-me de volta !!!



terça-feira, 15 de setembro de 2020

"Costurando"

 Oi,

Sabe o que ando fazendo ? Me distraindo com a costura. Já tem um tempo que minha mãe me deu uns tecidos de algodão, desses que serve tão somente como panos de prato, e é justamente o que ando fazendo, panos de prato, e sabe por que ? Porque não tem erro, não preciso queimar os meus miolos para confeccioná-los, sabe como é, costura reta, costurou tá pronto.

Aí no domingo presenteei minha mãe e minha nora com os tais paninhos de prato, foi quando minha mãe contou a história do tecido....

Um primo nosso trabalhava numa tecelagem que faliu e recebeu alguns rolos de peças fechadas como pagamento daí  meu pai, para ajudar a família, comprou alguns metros de tecidos e deu para minha mãe, que por sua vez os guardou por anos e anos até que, por fim, os mesmos chegasse em minhas mãos, eis os panos de prato.

Interessante saber que esta história tem cerca de trinta anos, meu pai e meu primo já se foram e os panos estão aí, intactos, prestes a nos servir. * Esquisito isso !

Os bens materiais, desde que bem cuidados, duram muito mais do que a gente.

Trocando de assunto.... Ainda não escolhi o livro, preciso de inspiração, como ela ainda não veio vou me distraindo com outros afazeres.

Também preciso escrever para o Theo, estou em falta com ele, tem acontecido tantas coisas pesadas dentro e fora de mim que não chegam nem perto das bobagens que escrevo por aqui, e é com o Theo que desabafo, sim, porque ele me ouve e me entende e não cobra nada de mim, mas para escrever para o Theo eu tenho que me despir inteira, e ando muito cheia dos pudores, e é isto que anda me impedindo, porque se não for pra ser verdadeira melhor não ser nada, prefiro deixar quieto, acho que até nisso Theo me entende, não chegou a hora ainda, mas não tardará vou sim escrever-lhe. Desculpa Theo !

Por enquanto volto para os meus paninhos...




sábado, 12 de setembro de 2020

"Martelando"

Pelo calor que anda fazendo estou achando que não teremos Primavera, pularemos direto para o Verão, mas não vou engrossar o roll dos insatisfeitos, o calor é bom e o sol sempre reanima, pelo menos na parte da manhã, quando ainda está um tanto fresco para o meu gosto.

Acredita que não consegui escolher um livro novo para ler ?! A história de Clarissa ainda está martelando na minha cabeça.

Não queria contar mas preciso esclarecer alguns pontos...

A professorinha é descendente de uma família tradicional gaúcha, seu avô no final do século dezenove era muito rico e tinha enorme prestígio, mas os seus filhos são uns verdadeiros desastres pra não dizer trastes, começando pelo pai de Clarissa e se estendendo aos tios, um alcoólatra e o outro viciado em cocaína. Ela por sua vez é obediente mas não é cega, contudo pouco ou nada faz para mudar a situação em que vive. A única pessoa fora daquele contexto é Vasco, seu primo, que não é bem visto nem quisto por sua família. É ele que faz com que Clarissa comece a se questionar sobre a moralidade de seus familiares....

*Não vou me estender mas preciso questionar :

Acontece ainda nos dias atuais, muitos descendentes de famílias abastadas entram em decadência moral e financeira por pura incompetência, mas eu particularmente acho que não é só incompetência, acredito que a soberba e o orgulho lhes dificultam enxergar a real situação, não querem dar o braço a torcer e acreditam que assumir de fato o que se tornaram é muita humilhação. Preferem viver dentro do seus palácios com suas paredes descascadas e janelas carcomidas pelo tempo à buscar seu espaço através do seu próprio esforço. É mais fácil se acomodar e só reclamar. É isso que acontece no romance, não tem ninguém pra dar uma chacoalhada e dizer, gente, acorda !!!

Eu não sei qual a herança que estas famílias deixam aos seus descendentes, de verdade não sei.

Mas quando a pessoa encontra as facilidades, automaticamente ela se acomoda, como se a situação confortável fosse uma fonte inesgotável.

Minha formação foi tão diferente, sabe ?!

Nós éramos pobres, não paupérrimos, pobres. O dinheiro era contado pra tudo, e as vezes não tínhamos dinheiro. Meus pais nunca nos deixou faltar nada, mas não havia desperdícios ou abundância. As vezes queríamos algumas coisas e nos frustrávamos por não tê-las, mas aprendemos a esperar a hora certa e a lutar por aquilo que realmente queríamos. A escola e a educação era o nosso bem maior e nossos pais sempre diziam que era nossa única herança.

Então tudo o que conquistamos foi através do nosso esforço, me orgulho muito da minha história de vida mas, vejam como são as coisas, não vejo em meus filhos o mesmo empenho, eles são acomodados e satisfeitos com o que tem, aí me pergunto se eles saberão manter-se quando não estivermos mais aqui, difícil responder.

Acho que as marteladas na minha cabeça são os meus medos daquilo que não posso controlar muito menos prever.

O romance termina sem fim, há inúmeras possibilidades para o desfecho da personagem Clarissa, tanto ela pode dar um rumo diferente para a própria vida se entregando ao amor que descobriu que sente por Vasco como também pode se render aos caprichos insanos daquela família obrigando-a a se casar com o imigrante próspero que aos poucos toma posse de todos os bens.

Vou ficar com a ideia de que mesmo obediente ela se rebelou contra sua família embora, naquela época em 1936, a segunda hipótese seria com certeza a mais provável.

*Bem, vamos deixar de conversa e procurar um novo livro que me faça  ter outros questionamentos não é mesmo ?!

Depois te conto !

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

"Música ao Longe" - Érico Veríssimo

 Hã ? Hein ? Oi ?? Como assim ???

Mas qual ?! O livro não terminou ele foi interrompido, cadêêê ?!!!

Impossível ! finalizei o capítulo, fechei o livro e pensei, não vou esperar para ler mais tarde eu preciso saber... retomo a leitura e ???... não tem capítulo, verdade, aquele foi o fim, as páginas seguintes relatam apenas sobre o autor e a história em si, nada além.

Fiquei a ver navios.... me lembrou o filme "E o Vento Levou", que no final, não tem final.... amanhã será outro dia.... ah vá ?!!!

Deixando de lado esta imensa frustração vamos as minhas impressões...

Quem faz o prefácio é o autor, logo de cara ele se desculpa, diz que o livro foi escrito às pressas só para participar de um concurso, bem, primeiro que não achei certo o autor falar mal do próprio livro assim logo de cara, mas entendi sua justificativa, qual pai gosta de ouvir criticar os filhos ?! Melhor ele mesmo fazê-lo não é mesmo ?!

Comecei a leitura e pensei, se não foi bom o suficiente para o autor está sendo bom o suficiente para mim pois de imediato a história me envolveu. Que bom que Érico Veríssimo escreveu para nós, rélis mortais, pouco entendidos de literatura, facilitou bastante meu entendimento. Ah, diga-se de passagem, bom ou ruim ele ganhou o tal prêmio de literatura com esta obra.

Clarissa é uma jovenzinha de 16 anos, professora, vive na cidade de Jacarecanga, vem de uma família tradicional gaúcha, cuja importância se desfez gradativamente ao longo dos anos. O autor faz a narrativa acrescentando as particularidades do ponto de vista desta personagem feminina através do seu diário. Clarissa relata suas memórias de infância e também sua rotina atual a decadência financeira e moral dos membros da família. Ela é romântica e apaixonada por versos, acredita no amor mas não o reconhece por não tê-lo vivenciado até então. Fixa-se nos versos do seu autor preferido, Paulo Madrigal, que diz que o amor que a gente ainda não sabe que é amor, parece uma música ao longe.

Bem, não vou contar a história, perderia todo interesse e a graça, mas deixo o livro como sugestão, embora este romance não seja o mais famoso de Érico Veríssimo, é sim uma excelente leitura.

Particularmente adorei o livro e como não teve final farei como no filme "E o Vento Levou", deixarei por conta desta minha fértil imaginação ! Dou-lhe o final que me aprouver.




*Leia e depois me conta ! 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

"Diário 09/09/2020"

Cacilda !!! Será que a gente nunca tem paz e sossego ?!

Peraí, tô reclamando do quê ?!

Que bom que as coisas acontecem mesmo que sejam ruins, aliás penso, se tiver me incomodando, ótimo, é sinal que estou viva... Vivaa !!

Me lembrei agora de uma discussão entre meus filhos, foi a primeira e única vez que os vi brigar, isto depois de adultos porque quando pequenos nunca brigaram. O mais novo estava choroso por conta de uma dor no braço, com certeza uma tendinite e o mais velho entrou no quarto muito bravo e disse-lhe com voz áspera e muito zangado, "tá doendo seu braço ? sorte sua é sinal que você tem braço !", pra quê foi dizer aquilo, o pequeno surtou, na hora fiquei apreensiva pois nunca os tinha visto bater de frente, mas depois que passou achei graça, o filho mais velho tem uma maneira serena de ver as coisas, já o mais novo é mais dramático e passional, adivinha quem puxou ?!

 Eta menininho difícil !!!

A dona Pietra está sem poder colocar a patinha direita no chão, anda mancando, isto quando anda, está amuadinha, não quis comer e só quer ficar deitada, o que me aflige, se acaso não melhorar levarei na veterinária. Sei que ela já tem idade e que os problemas de saúde surgirão, queria encarar com naturalidade só não consigo porque na minha cabeça os meus medos piora toda e qualquer situação.

 Eta mulherzinha difícil !!!

Mas não vou reclamar, tenho sim é que resolver, focando nela deixo de focar em mim.

Cara, vamos por ordem nisso aqui, um problema de cada vez, sim ?! 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

"O que sucede ?"

Uma hora a solicitação de amizade está lá e num passe de mágica deixa de estar.... Why ???

Quem pode entender o que se passa na cabeça das pessoas ?! Eu já desisti.

Pode haver inúmeras razões para se voltar atrás mas não vou me arriscar a imaginar nenhuma delas.

Poderia fazer o movimento contrário mas não me atreveria.

Há tantas pessoas interessantes neste mundo e vivemos rodeados sempre das mesmas, conhecer gente fora do contexto da minha realidade é instigante e ao mesmo tempo perturbador.

Será que causo algum tipo de curiosidade em alguém ? Acho que não. Pode ter certeza que não há existência mais morna e sem graça que a minha.

Não conheço motel, boate, drogas, nunca tomei um porre o mais transgressor que fiz foi ter cabulado aula na adolescência pra ir no Sambão na Guilherme Giorgi ou o dia que menti para o namorado pra poder ir á festa de casamento de um amigo no Jardins.

Sou do tipo certinha, que tenta a todo custo ser politicamente correta, porque não dizer uma chata de galocha, tem coisa mais enervante ?!

Por outro lado desde pequena sempre torci pelas bruxas e pelas vilãs, as mocinhas sempre me irritaram muito !!! Então por que sou tão certinha ?! Mas vem cá, eu sou ??? De verdade eu sou certinha ?

Meu sentimento na volta do casamento do amigo em mil novecentos e bolinha não foi de culpa, foi de felicidade..."o que a gente faz é por debaixo do pano...." rsrsrsss

Ah sei lá ! Só tento não ser mau caráter, não que eu não seja, mas tento não ser.... fico pensando que a vida poderia ser cor de rosa pra toda gente.

Por outro lado se a vida fosse boa indistintamente, todos seriam certinhos, mornos e sem graça como eu e viver seria um tédio, já pensou encontrar todos os dias com as mesmas pessoas ?!

Ah, dona Silvia ! estou igual ao Américo Vespúcio tentando consertar o mundo, achando que a melancia deveria nascer na árvore frondosa enquanto as jabuticabas, tão pequeninas, deveriam nascer em ramas espalhadas pelo chão, já pensou uma melancia caindo na minha cabeça ?!

Vamos deixar o mundo como está, e quanto as pessoas, bem, haverão as frias, as mornas como eu e as prestes a entrar em ebulição... 

Podemos temperar esta água ? Sim, se a gente quiser a gente pode mas, basta apenas querer ?!!!

Vai entender os motivos ou os medos que nos impede !

Quer saber, deixa pra lá !



domingo, 6 de setembro de 2020

"Tola"

 As vezes me sinto mais tola do que na realidade sou.

Sei que preciso falar ou melhor escrever para que eu própria me faça entender.

Há zilhões de coisas que passam por esta cabecinha insana.

Estou lendo "Música ao Longe" de Érico Veríssimo, no livro há uma citação que diz o seguinte "quando paramos pra pensar no que escrevemos jamais conseguiremos escrever o que de fato pensamos" penso que isto é uma grande verdade, porque entre o pensamento e o ato há um filtro imperceptível, uma censura velada, não sei explicar mas há.

Por outro lado acho prudente que assim seja, pois a minha verdade não é a sua verdade e os pontos de vistas podem ser bem diferentes de acordo com o ângulo ao qual nos posicionamos.

Me incomoda muito pensar que de alguma maneira eu possa ter ofendido ou magoado alguém, embora o faça através do pensamento, aquele sabe ? que passa pelo filtro e não se concretiza em palavras *ainda bem !

Me reprovo, me censuro.

Estas últimas semanas passei por momentos bem difíceis, tudo por conta desta minha ansiedade que não sei controlar.

No dia da minha consulta acordei as três horas da manhã e não consegui dormir mais... coisas de "Laurinha Figueiroa", conversei com o médico a respeito mas é praxe deles não se abalarem com as dores alheias, então o que faço é tentar me controlar, deixar o rumo seguir e fazer de tudo para desviar o foco das coisas que me deixam triste, impossível querer controlar o incontrolável, seria o mesmo que tentar fazer o curso do rio voltar pra sua origem, não dá, assim é a vida, sempre pra frente....

O que poderia ser é o "Se" e como já disse dezenas de vezes o "Se" não existe.

Poderia estar passeando pelas alamedas de Lisboa, poderia Se....

É feriado prolongado, um monte de gente foi viajar e estamos aqui, sãos e salvos, totalmente protegidos.

De quê e pra quê ?! Excesso de proteção nos impede de viver. *Há tempo ?!!!

Esta temperatura amena e gostosa me faz ter planos para aproveitar o final de semana da melhor forma possível.

Me sinto viva e o meu ânimo sinaliza que as coisas vão melhorar...

"Resta, quanto tempo ? Não sei. O relógio da vida não tem ponteiros. Só se ouve o tic tac...Só posso dizer : "Carpe Diem" - colha o dia como um fruto saboroso. É o que tento fazer. *Rubem Alves.

Bem, é isso ! 

Vou saborear o meu dia, Até !



 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

"Atenção - Desembarque !"

 Nossa viagem foi planejada com antecedência, como toda boa e inesquecível viagem que se sonha, o embarque seria hoje, primeiro de setembro, voo direto para Lisboa, sem escala, e depois de dez horas lá estaríamos numa casa alugada no "Airbnb" prestes a saborear os autênticos pastéis de Belém, mas a Pandemia virou o mundo de cabeça para baixo e os nossos planos forçosamente tiveram que ser adiados, pra quando ? só Deus sabe, talvez para o ano que vem ou talvez para nunca, quem sabe ou quem poderá saber ?! Quem é que preveria este ano de 2020 ?! Nem eu, nem você, nem ninguém.

Na minha cabeça estava tudo cronometrado, uma semana em Lisboa, depois o trem, mais uma semana no Porto e por fim, dez dias em Figueira do Castelo de Rodrigo na casa dos compadres, conheceríamos a parte norte de Portugal ciceroneadas pelo compadre, percorreríamos algumas aldeias, quem sabe atravessaríamos a fronteira para conhecermos a Espanha e por fim alcançaríamos o nosso objetivo, as aldeias de Trás dos Montes, lugarejos onde meus avós nasceram e viveram sua infância, Freixo de Espada à Cinta e Mirandela.

Contudo, nada nesta vida é exato, e os imprevistos acontecem, tenho sim é que aprender a lidar com as adversidades e as frustrações, se deu deu e se não deu paciência.

De verdade não estou sofrendo pela viagem que não fiz, minhas apreensões por hora são de outra natureza, muito mais séria e muito mais preocupante.

Para o bem da humanidade esta vacina precisa sair e ser eficaz pra valer, caso contrário estaremos sempre apreensivos e em alerta o que nos tiraria qualquer prazer em vivenciar a viagem com paz, alegria, leveza e despreocupação.

É ! Não houve embarque porque desembarcamos antes os nossos sonhos. Que massada !!!!

Apenas hoje vou desfazer a mala que por conta da minha ansiedade estava pronta há meses.

***Atenção senhores passageiros desfaçam de suas bagagens e gentilmente desembarquem !

***Desembarquei.

Por hora pode guardar o passaporte !



*Por hora podemos guardar os passaportes !