quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"Da Janela do Carro"

Pela janela do carro observo
 as calçadas que se movem.

Minhas impressões passam
tão rápido quanto elas.

Sinto falta em pisá-las.

Sinto falta da ligeireza dos meus passos.

Congelo.

Entro na loja muito apressada.

Quero saber quanto custa ?!

Faço as contas de cabeça.

Compensa ?!

Pra saber se vale a pena
comparo com a loja ao lado.

O que me custa mais dois passos
se tenho a esperteza que minhas pernas necessitam ?!

Assim posso encontrar o que quero mais barato.

Da janela do carro suspiro...

Sinto falta da vida que levava.

Da liberdade que tinha.

Do vento fazendo nó no cabelo.

Do frio que gelava o nariz.

Da corridinha que me deixava no abrigo
me protegendo da garoa fina...

Descongelo.

Da janela do carro
cheguei mais rápido em casa.

Muito mais rápido.

E mil vezes mais infeliz.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Diário 30/10/2018

Ontem o professor de música e a esposa nos mostrou um vídeo clipe que ele mesmo criou e nos pediu opinião.
Puxa !!!! Que difícil falar a verdade, principalmente quando não se gosta do resultado.
Comecei com um "nossa ! ficou legal, mas.... O "mas" é que é o problema, porque sei que a pessoa fez o melhor que pode, mas... não ficou bom, ficou óbvio demais. E como dizer o que se pensa sem magoar ou desmerecer o trabalho da pessoa ? Difícil né ?! Mesmo assim precisava ser franca, aí fui dando aquele meu jeitinho de dizer que esperava mais movimento, outras imagens, fiz algumas observações e lamentei o fato de não poder ajudar efetivamente, pois não entendo nada dessas ferramentas que a era digital nos fornece, ou seja, tenho idéias mas não sei executá-las, então criticar o trabalho do outro é fácil, né ?!
O que acho legal é a simplicidade do maestro em ouvir, ele concordou comigo que o vídeo poderia ser melhorado, então fiquei de conversar com outras pessoas mais capacitadas para nos ajudar.
A letra da música é bonita, o arranjo que ele fez também ficou legal, mas o vídeo precisa ser refeito, ou seja, plagiando nosso presidente :
"Precisamos arrumar isso aí !" rsrsrsrsrsrssss
  

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Diário 29/10/2018

Acordei disposta.
Hoje é aniversário do meu filho mais velho.
Há trinta e três anos atrás estava descascando a tinta da parede do hospital para aliviar a minha dor, nervosa com os gritos da mulher que se encontrava na sala ao lado, lembro de perguntar ao médico se chegaria ao mesmo estágio que ela, foi quando me esclareceu que a dor era igual pra todo mundo e apenas as reações é que diferiam de uma mulher para outra, ou seja se eu não havia gritado até aquele momento com toda certeza não o faria. Suas palavras me encorajaram a aguentar firme e forte, sem escândalos... puta merda que dor !!!!! Não dá pra descrever dor de parto não ! É uma dor filha da puta e como dizia minha vó: "Guenta firme Bastiana ! daqui a pouco melhora! De parto normal a dor é tirada com a mão mas só depois que o bebê nasce". Dito e feito, sábias palavras !
Como pode o dia mais sofrido ser o dia mais feliz da nossa vida ?!
Pode ! E como pode ! Uma alegria imensa !!! Um êxtase !!!! Uma felicidade que não cabe no peito !!! Dor misturada com lágrimas e risos, ver aquele serzinho sujo de sangue e desejar proteger e amar pelo resto da vida.
Ah ! Se os filhos soubessem o tamanho do nosso amor !!! Mas eles sabem, ô se sabem!
E os anos passam tão depressa !
Trinta e três anos... que puxa !!!
Ontem comemoramos o aniversário com feijoada completa e bolo de massa folhada, fomos apresentados a nova namorada, fiquei feliz em ver meu filho feliz.
Deu tudo tão certo ! Amo-os demais !
Felicidade é isso, estarmos juntos com harmonia, porque a paz é tudo nesta vida !

sábado, 27 de outubro de 2018

"Senta, vamos terminar a história..."

Estava ainda na 5ªDE quando tomei ciência da real localização da escola que acabara de escolher, e creiam, era longe ! Conferi o itinerário pela milionésima vez, contei os trocados que tinha no bolso e parti confiante. A condução era precária e o caminho "pitoresco"; as casas foram rareando e a paisagem se tornando cada vez mais rural, com a ajuda de algumas pessoas consegui chegar ao meu destino.
E lá estava ela, afundada no meio do nada, a escola com o nome sonoro e bonito que por ingenuidade acreditei estar perto de casa : E.E. Prof. "Mozart Tavares de Lima".
Me apresentei tímida para a diretora, uma mulher alta, loira, falante, despachada e muito engraçada.  Enquanto conferia o papel com as 16 aulas de artes do período vespertino, muito surpresa me perguntou : "E as aulas da noite por que não pegou ?!"
Insegura e com a delicadeza de quem recusa um café, lhe agradeci e expliquei que morava muito longe dali e que não poderia assumir as aulas do período noturno pela dificuldade que teria em voltar para casa. Inconformada com a recusa, perguntou onde morava ? Respondi : "Tatuapé". Mal havia terminado de pronunciar o nome do meu bairro ouvi uma gargalhada que me deixou muito sem graça por não entender a piada. Me esclareceram que ali todo mundo morava no Tatuapé, e por uma questão de segurança ninguém saía de lá sozinho. Resumindo, as aulas seriam minhas e ponto final.
Por um lado fiquei satisfeita, o meu salário iria dobrar, por outro continuava muito insegura pois era tudo ou nada, e naquele momento eu precisava do "Tudo".
Fui intimada a começar na mesma hora devido ao caos em que a escola se encontrava por falta de professores, me equiparam com caixa de giz, apagador, diários de classe e depois de muitos conselhos e ressalvas dos novos colegas, fui apresentada aos alunos que eram muito pobres e carentes.
Na hora do intervalo pedi autorização e liguei para minha mãe explicando minha real situação e ficou acertado que meu pai viria me buscar. Me senti tranquila e segura, só não esperava que tudo pudesse dar errado.
As onze horas da noite meu pai me aguardava no portão da escola com cara de poucos amigos, por um imprevisto estava sem carro e viera ao meu encontro sabe Deus lá como.
Durante o trajeto de volta pra casa, ainda no ônibus meu pai argumentava a falta de segurança e o perigo que estava correndo em dar aulas pra bandidos, silenciosa ouvia seu sermão respeitosamente enquanto as lágrimas escorriam pela face, me senti péssima por ter provocado toda aquela situação.
Chorei muito, não estava sendo um dia fácil para mim, relembrei de tudo que havia passado desde as primeiras horas daquele dia, as impressões que tive quando desembarquei do ônibus aquela manhã em Itaquera com o mínimo de chance de se conseguir alguma coisa.
Tive uma noite super mal dormida, ponderei os prós e os contras e tomei uma decisão.
Precisava trabalhar para me manter e continuar os meus estudos e nada iria desviar meu caminho.
Meus pais não tinham condições financeiras para bancar minha faculdade e contrariando a opinião deles acordei cedo e comuniquei que chegaria tarde da noite em casa pois iria trabalhar, precisava das aulas e os alunos precisavam de mim, enfim, por minha conta e risco foram cinco anos de experiência intensa naquela escola, mas isso também já é outra história.



sexta-feira, 26 de outubro de 2018

"Sobre ontem"

Como foi seu dia hoje ?!

Chuva.

Café da manhã.

Tempo fechado.

Uber.

Fisioterapia.

Gente legal.

Uber de novo.

Casa.

Comidinha boa me esperando.

Sesta.

Café.

Leitura.

Cafuné.

TV.

Comidinha boa de novo.

Bate papo.

TV de novo rsrsrsrss

Celular.

Internet.

Rede Social.

Mais do mesmo.

Gente chata falando de política..

Caminha.

Celular com musiquinhas.

Paz.

Naninha.

Meia noite... virei abóbora rsrsrsrsss

Fuiiiiii !!!!!

Zzzzzzzzzzzzzzzz



*Esclarecendo tomei banho viu ?!

"Pois é, pois é, pois é !"

Pois é ! Hoje é sexta-feira, agora pela manhã antes de levantar fiquei pensando em algumas coisas que aconteceram dentro de mim, estou falando de como ando me sentindo, descobri que estou chovendo no molhado, e me desculpem se não estou conseguindo ser mais explícita, talvez eu consiga tentar, mas tenho quase certeza que não vou conseguir, não é um sentimento de tristeza porque não estou tendendo a ficar triste, não, não é tristeza é outro sentimento, sabe quando você descobre que estava fazendo algo para que alguém soubesse de você e daí vem uma certeza que tudo o que você fez, foi por fazer, porque ninguém quer saber ? Então é esse sentimento de constatação, de enterrar a cara no chão de vergonha por ter pensado, e pior, acreditado que uma certa "conexão" acontecia.
Nossa ! Que vergonha !!! Me encolhi na minha insignificância...
Mas quer saber ?! Dane-se ! Vou seguindo em frente e como diz a letra da música "fingindo que sou rico pra ninguém zombar de mim", então é isso aí.... que o texto está lá, está, se alguém vai ler, aí são outros quinhentos, não vou me importar nem me aterrorizar por causa disto, é pesado, foi perturbador escrever, fiquei muito na dúvida em publicar, e entre as idas e vindas, deixei ficar, então, deixa ele lá.
Mas vamos trocar de assunto ?!
Ontem a atendente da fisioterapia renovando a minha ficha me perguntou : "continua com 58 ?" respondi : "Bem que eu queria ! estou com 63 " aí ela esclareceu :" Não é o peso é a idade", caí na gargalhada, pelo menos a idade ainda é 58 rsrsrsrsrssss
E falando em fisioterapia foram 10 sessões e minha evolução caminha, não como queria, mas caminha.
Passei no médico e atualizando meu prontuário : Vou continuar com a carga parcial na perna, isso significa mais um mês com o andador, dois parafusos estão frouxos, os da perna porque os da cabeça estão todos soltos rsrsrsrsss, continuo ouvindo os creque creque no joelho, não dói mas dá uma aflição da "preula", não tem o que fazer, remédio, compressa de gelo, canja de galinha rsrsrsss não faz mal a ninguém.
E assim vou levando... disse que esse diário terminaria quando voltasse a andar, mas pelo visto a vida dele será longa, enquanto isso vou me distraindo com minhas bobagens... tá ruim mas tá bom rsrsrsrsss.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

"Kamikaze"

Escrevo.

Escrevo muito.

Escrevo porque gosto de escrever.

São muitos rascunhos.

Releio alguns.

Deleto outros.

Publico poucos.

As vezes sinto vergonha das coisas que leio.

Porque sei que foi exatamente aquilo que senti quando escrevi.

Me exponho demais nos meus textos.

Acho-os tolos.

Fico vermelha não sei se de vergonha ou de raiva.

No auge da emoção vale tudo.

Até ser sem noção.

Mas depois que passa não.

Volto ao normal.

Me vejo.

Me sinto.

Me arrumo.

 Me aprumo.

Sigo em frente.

As vezes como agora me arrisco.

Mas na maioria das vezes me preservo.

Hoje quero ser Kamikaze ...

*

"Vento Divino"

Missão suicida.












segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Diário 22/10/2018

Todas as vezes que eu quis tentar ser petulante minha mãe veio e me cortou as asas.
Medo de ficar sem os dentes.


domingo, 21 de outubro de 2018

"Doce de Abóbora com Coco"

Depois de quebrar meia duzia de castanhas e preencher o restante da taça com doce de abóbora com coco e me empanturrar feito uma louca fico eu agora me tapeando com raiva de mim.
Já assisti a um filminho bobo água com açucar pra adolescente, já emendei com outro mais denso que me deu uma leseira danada e me fez quase dormir.... enfim, estou pilhada com muita mais muita raiva de mim, aliás já falei isso antes... dane-se, é só pra reforçar.
Me sinto gorda.
Me sinto gorda e feia.
Me sinto gorda feia e inútil.
Me sinto gorda feia inútil e velha.
Velha é o pior.
Inútil também não é bom.
O que é menos ruim ?
Ser gorda e feia.
Gorda e feia dá pra arrumar.
Inútil também dá pra fazer alguma coisa.
Mas velha meu amigo não dá pra fazer nada.
Se enterra.
Achei que estava melhor.
Mas não estava.
Achei que poderia até curtir.
Não deu.
Não dá pra fazer o que não é de coração.
Um dia vai dar.
Hoje quaaase deu.
Mas não deu.
Quer saber foda-se !

Diário 21/10/2018

Eita dona Silvia ! Que sorte !!!! Tá lá, tô aqui, ninguém viu. Ufa !!!

*Protegida pelo descaso e falta de interesse.

sábado, 20 de outubro de 2018

Diário 20/10/2018

Que todos nós vamos morrer é fato, a gente só não sabe quando. Algumas pessoas sabem como, principalmente quando se tem uma doença com sentença de morte.
É triste mas é a vida.
Fiquei pensando na Aninha. Foram cinco anos de sofrimento. Que merda ! uma mulher tão ativa e independente.
Não foi surpresa pra ninguém quando o seu filho por ocasião do enterro nos comunicou que estava tudo pago e acertado.
Incrível ! Ela fez tudo sozinha.
Acho que a pessoa precisa ter muita lucidez e coragem pra agir assim.
Acho também que ela estava muito certa em fazer as coisas do jeito dela.
Eu por minha vez gostaria de agir da mesma maneira.
Pra quê lutamos tanto durante a vida pra ter "as coisas" ? Os bens materiais nos dão segurança e conforto, só que quando a gente morre não levamos nada.
Além dos bens materiais acabamos deixando como herança, desavenças e dor de cabeça, por isso as coisas devem ser feitas as claras e com antecedência, assim evitamos os contratempos e a dor no bolso também, porque o governo e as leis não querem saber, tudo tem taxa tudo tem prazo tudo tem multa ,tudo tem um transtorno que nos roubam o tempo e mais que isso, nos roubam a paz de espírito.
Então que raio de herança é essa que deixamos para os nossos filhos ?!!!
Só sei de uma coisa precisamos agir agora.
Vai dar trabalho ? Sim, e como ! mas temos que deixar as coisas acertadas para não termos ou melhor não deixarmos dor de cabeça pra ninguém.
A casa de Itaquera tem que ser vendida, não dá mais para os meninos ficarem lá, como disse antes, não é só a falta de segurança, é tudo, não gosto daquele lugar, mas.... tem sempre o mas, é complicado, precisamos fazer a regularização do imóvel, e a economia do país está muito ruim para se vender qualquer coisa.
E mesmo que a gente consiga vender a casa, comprar em outro lugar não será fácil, há também a possibilidade em dividir o dinheiro entre os meninos, eles são responsáveis e cada um tem que aprender a cuidar de si.
É ! precisamos agir !

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Diário 19/10/2018

De duas uma, ou estou me deixando influenciar pelo livro que estou lendo "A máquina do tempo" ou é a novelinha das seis "Espelhos da Vida" que anda me fazendo sonhar.
Hoje acordei e lembrei de um sonho que me pareceu muito real.
"Estava com Edro e precisávamos resolver algo importante mas não lembro exatamente o que era, daí fomos numa loja com aparência bem antiga, lá dentro avistamos um senhor que iria fazer o tal serviço para nós.
As prateleiras da loja estavam quase vazias, apenas pouquíssimos objetos muito bem dispostos e todos arrumadinhos, havia uma mesa onde o senhor anotava com detalhes o nosso pedido, junto dele uma moça também escrevia e logo a seguir uma senhora sentou-se ao meu lado.
Não sei porque reconheci aquela mulher e perguntei-lhe se sua filha Silvia estava e se poderia chamá-la, ela se dirigiu aos fundos da loja e em segundos voltou com a filha que logo me reconheceu, dei-lhe um abraço apertado e perguntei se estava tudo bem, ela me confessou que andava esquecida por todos e que até mesmo os filhos não a visitavam, lhe consolei dizendo que era assim mesmo e que comigo acontecia a mesma coisa, foi quando lhe abri o caminho para que reencontrasse Edro. Presenciei um abraço pra lá de especial, um abraço de muito carinho e amor, conversaram baixinho e não pude escutar o que diziam um para o outro, mas tão logo nosso serviço ficou pronto saímos de lá.
Caminhando de volta para casa convenci Edro que não se despreza carinho nem amizade de ninguém e sem muito esforço de minha parte ele resolveu voltar sozinho, deixou alguns pertences para doação na porta não sei de quem, e o observei com passos apressados para reencontrá-la.
Resolvi segui-lo de longe e os vi juntos, sentados num banco, com mais pessoas ao redor, apenas conversando.
Fiquei só e não sabia como ultrapassar os obstáculos para tomar o caminho de volta pra casa, eram muros irregulares, ora muito alto, ora baixo mas sem o acesso necessário para poder ultrapassa-lo, pensei em algumas estratégias mas eram caminhos longos e teria que dar muita volta.
Quando consegui depois de um tempo atravessar as ruas, percebi que eram estreitas, sem movimento e já escurecia..."
Não lembro do meu sonho seguir adiante, não sei se voltei pra casa, lembro que ao atravessar a rua escura e estreita eu me sentia em paz.


*Eita dona Silvia ! Esquisito isso !!! Nem sei porque quis registrar aqui esse sonho, acho que é porque eu nunca lembro dos meus sonhos e quando lembro estou achando por bem registrá-los.
Ah! quer saber ?! Quis registrar e pronto !

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Diário 18/10/2018

Não acredito Silvia que você vai ficar triste, por que ?!
Não. Não vou ficar triste não. Não mesmo !
Lembra que eu te falei que pra tudo na vida tem um jeito ?
E tem.
As coisas devagarinho vão se acertando, não é da noite para o dia mas aos poucos tudo melhora.
E se não melhora pelo menos que não piore.
Precisamos resolver com urgência o problema de segurança da casa dos meninos.
O que gostaria na realidade era que saíssem de lá.
Detesto aquele lugar. Fomos para lá em outra época, nunca me senti a vontade ali, e não era por falta de segurança não, era simplesmente porque não me via fazendo parte daquele contexto.
Tem tantas histórias que ainda tenho pra contar... a história de como fomos parar lá e a maneira que me vi livre dali... nossa é muita história mesmo !
Hoje meu objetivo é me desfazer daquela casa, não dá mais, os meninos tem que sair de lá, mas também não posso forçá-los.
Acredito que eles próprios vão se mexer, impossível continuar vivendo nessa insegurança.
Os bandidos estão à solta e as grades nas portas e janelas ficam por nossa conta.
Presos e reféns estamos nós.
Que merda !

domingo, 14 de outubro de 2018

Diário 14/10/2018

De frente pra tela branca do computador com as mãos no teclado, respiro fundo e penso no que vou escrever, se ficar pensando muito acabo não encontrando as palavras certas para descrever o que se passa e o que sinto.
É difícil me expressar com exatidão porque os meus sentimentos mudam como numa montanha russa, não se pode deixar levar pelo estado de espírito. A impetuosidade dos sentimentos nos confunde.
Por isso acho que tenho que estar serena todas as vezes que for escrever e isso nem sempre acontece.
Acho mais fácil relatar os fatos e depois discutir ou me questionar porque agimos dessa ou daquela maneira, vou repetir mais uma vez, na minha cabeça tudo tem um propósito tudo tem um por quê, mesmo que seja involuntário ou inconsciente.
Minha vida em comum não vai mudar, estamos acomodados na nossa rotina e não há perspectivas para mudanças, não nos sentimos motivados para tal.
E a nossa rotina não é legal, somos infelizes, estamos a maior parte do tempo introspectivos, mergulhados nos nossos afazeres e quando paramos pra estarmos juntos sempre gera uma cobrança uma insatisfação uma discordância, mesmo assim nos apoiamos um no outro porque necessitamos um do outro, até mesmo para discordar.
Não faz muito tempo escrevi um texto com o título "Alguém Especial" e li esse texto em voz alta para o meu filho afim de lhe pedir uma opinião, dizer o que achava. Ele ouviu atentamente e concluiu que tudo o que havia escrito não era outra pessoa a não ser eu mesma que acabara de me descrever e que por mais que quisesse, não só apenas eu mas qualquer pessoa na vida, jamais encontraria alguém tão perfeito dentro dos nossos moldes tão idealizados. Fiquei pensando e realmente concordei com ele. Depois lhe mostrei outro texto seguindo a mesma linha de pensamento que se intitulava "Alguém Real" e novamente confabulamos, descrevi aos meus olhos a pessoa que eu tenho e que divide comigo o dia a dia, novamente ele me chamou a atenção dizendo que aquele relato era a minha perspectiva e sugeriu que eu fizesse um terceiro texto falando sobre "o que trago de expectativa para o outro" ou como o outro me vê, ou o que sou de fato para o outro, daí fiquei analisando esta possibilidade e creia até hoje não consegui pensar nem me situar dentro desta proposta. Acho que tenho medo de fazer essa auto análise porque devo me julgar muito ruim ou melhor dizendo, a expectativa com relação a minha pessoa deve mesmo ser muito pior.
Quando afirmo que minha (nossa) vida não vai mudar é fato e não é falta de querer, porque se fosse simples escolher eu escolheria ser feliz, óbvio !
Há dias, como ontem, que me sinto muito responsável pela infelicidade do outro, justamente porque não consigo corresponder. Já tem um tempo que me dou o direito de não mais me  enganar nem de fazer as coisas que não quero fazer, por isso eu digo "não". Não quero, não vou, ninguém vai me obrigar, mas... tem sempre o mas, me julgo falha na obrigação de esposa, não estou sendo uma boa companheira estou muito aquém das expectativas, daí eu me cobro e ao mesmo tempo digo pra mim mesma que não vou me violentar fazendo algo contra a minha vontade.
Não sabem como tudo isso me entristece.
Penso que se ele saísse ou se interessasse por outra pessoa, mesmo que não fosse um relacionamento amoroso e sim de amizade, seria bom pra ele, mas seria bom pra mim?! pois é ! eis aí o "X" da questão por uma série de fatores.
Existe alguém que o procura e tenta manter contato mas ele não dá importância, não se interessa por ninguém, também não posso insistir para que o faça, já tentei certa vez e me senti muito mal com o discurso da recusa.
Recentemente percebi que houve um tímido contato entre eles e me surpreendi.
Não sei como me sentiria em vê-lo animado e feliz saindo para um encontro.
Acho que me sentiria amaçada de "enes" maneiras, não é fácil mas vou tentar me explicar.
Já vi na vida, já li em livos, já assisti em filmes, quando um casal rompe o relacionamento, no começo é sofrido e muito difícil para os dois, mas com o tempo as coisas vão se assentando e novos relacionamentos vão surgindo, isso é consequência natural, mas não é uma regra, existe as exceções.
Acredito que para os homens tudo seja mais fácil, mas ele está à quilômetros de ser como a grande maioria. Mesmo assim se acontecesse dele ficar com alguém o que iria me doer seria vê-lo fazendo coisas com outra pessoa que nunca, jamais em tempo algum foram feitas comigo. Isso não é amor nem ciúmes, isso é egoísmo puro, insegurança ou sei lá que espécie de sentimento que me assola.
O que passa pela minha cabeça que ele tem muito mais chances de ser feliz do que eu.
Me vejo frustrada e amargurada, sem ter alguém que me ame de verdade, e eu preciso ser amada, preciso ser aceita do jeito que sou, eu preciso amar e ser correspondida, essa é minha condição pra ser feliz, e não vejo essa perspectiva, não há pessoa no mundo que vá se interessar por mim, não na minha condição a essa altura da vida.
Só que não estou conseguindo mais arrastar essa corrente, eu preciso dar a oportunidade dele ser feliz.
Quanto a mim eu não sei... haverá coisas para fazer, ou não...



sábado, 13 de outubro de 2018

Diário 13/10/2018

Há dias que a minha vontade é de pegar a minha sanidade a minha lógica a minha coerência a minha pseudo bondade e jogar no lixo.
Sinto o peso da pata de um elefante em meu peito.
Qual o tamanho do estrago que faço na vida da pessoa ?!
Precisamos conversar e não estou conseguindo ser explicitamente franca.
Why ?!!!!!!
Egoísmo ? Egocentrismo ? Comodidade ? Desvantagem ? Medo ?
Minha cabeça roda e meus pensamentos dão um nó.
Tenho as respostas.
Conheço os meus medos.
As mudanças me apavoram.
Não vivo um filme não tenho roteiro não existe script pra me ajudar.
Não se manipula a vida das pessoas.
Não dá pra dizer faça isso ou faça aquilo.
Toda ação provoca uma reação.
Nunca sei o que está por vir.
Minha ansiedade me consome.
É muito difícil ser responsável pela infelicidade do outro.
A minha vontade além de jogar tudo aquilo no lixo é de sumir, evaporar, não existir.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

"Corações na areia"

Fecho os olhos e puxo pela memória, tento buscar o cheiro, o clima, as músicas e tudo que possa me teletransportar para aqueles tempos, bons tempos, velhos tempos...
Me vejo menina brincando na praia com um graveto na mão rabiscando um coração enorme na areia, dentro dele escrevo o nome do meu amado que está ali tão perto e ao mesmo tempo tão longe de mim, alheio a este sentimento puro e verdadeiro, tenho a esperança que a maré alta da noite não apague meu desenho, se não o fizer tenho a chance dele acordar cedo e se deparar com a minha explícita declaração de amor, assim terá a certeza de que alguém o ama e talvez quem sabe por algum motivo ou algum detalhe desconfie de mim...



* A maré alta apagou todos os corações endereçados à ele, a maré só não conseguiu apagá-lo das minhas lembranças...


quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Diário 11/10/2018

Se tem uma coisa que gosto muito de fazer é conversar, ouvir e conhecer as pessoas, tem tanta gente interessante e legal pra saber, mas também existem aquelas que o "santo não cruza" de jeito nenhum e isso independe de ser adulto, adolescente, criança ou idoso, não sei explicar o que de fato acontece, acho que a frequência da energia é outra, falta empatia, não é sempre que isto acontece mas acontece, ou seja, proximidade não se força por imposição ou laços de sangue. É óbvio que nos aproximamos de quem nos acolhe e nos faz bem, tão natural não é mesmo ?!
O maestro e a esposa virão à tarde nos fazer uma visita, parece que finalizou outra música e quer nos mostrar, gosto de ambos, as conversas são boas e me distraio.
As relações se estreitam com a proximidade e é sempre bom estar aberto a novas amizades, ou seja entre nós houve a tal da empatia. Que bom !
Trocando de assunto, tive uma noite mal dormida, as cobertas da cama estão todas emboladas de tanto que rolei de um lado para o outro, parece que passou um tsunami por aqui, e não foi preocupação, aborrecimento e também não teve "foto" ou motivo aparente rsrsrsrsss simplesmente não dormi direito e por conta disso sei que meu dia ficará comprometido.
Quando é assim não tem muito o que fazer, só esperando, a noite a gente zera e amanhã recomeçamos melhor o dia.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Diário 09/10/2018

Quando você sonha dentro do sonho e acorda dentro do sonho lembrando do sonho que sonhou e melhor ainda, acorda de verdade e lembra de tudo isso rsrsrsrsrsrsss interessante, principalmente porque nunca lembro dos meus sonhos, mas pra que falar de sonhos não é ?! são sempre tão sem sentidos e tão bobos... deixa pra lá !
Meu filho ainda não me procurou e duvido que o faça. Só vai aparecer quando estiver fortalecido emocionalmente, é ! talvez demore um pouco para vê-lo.

Mandei a seguinte mensagem :
"Oi Fernando.
Fiquei esperando que você viesse pra gente conversar mas como isso não aconteceu resolvi te procurar.
Quando li sua mensagem eu estranhei e pensei que podia ser notícia boa ou ruim.
Seja o que for gostaria de te ouvir.
Vem me ver, eu passo um café e a gente conversa um pouco, assiste filme, fazemos qualquer coisa rsrsrsrsrsrsrsss
Hoje eu tenho fisioterapia e vou chegar três horas da tarde, mas amanhã estarei aqui sem fazer nada.
Vem sim filho, tô com saudades.
Bjos e me responde tá ?!
Assim você me ajuda."

Resposta:
"Bom dia mãe.
Tá tudo bem, a gente se fala quando der".

Acho difícil sensibilizá-lo, sei que me ama e se preocupa comigo mas .... acho que Fernando tem muito de Silvia, é a genética, fazer o quê ?!!!

PS. Tenho a impressão que espantei o passarinho.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

"Coração de mãe não se engana"

Eu sabia que ali tinha "coisa", coração de mãe dificilmente se engana, fiquei surpresa dele mandar mensagem querendo conversar comigo, pois não é do seu feitio, não os filhos que eu tenho, e olha que eu os conheço bem.
Também pressenti que não era notícia boa e só fui confirmar a minha suspeita à noite quando Aline ligou pra mim.
Sua voz estava chorosa e perguntei se estava com gripe; e não, não estava, foi quando me explicou o que havia acontecido entre eles.
O filme que eu desenhei na minha cabeça foi-se revelando, tudo tão previsível !
Depois da separação eles tentaram manter uma proximidade de "amizade" que alimentou não só as minhas expectativas mas também as dele de uma possível reconciliação.
Percebi isso quando há algumas semanas atrás ele esteve por aqui a procura de pincel, tinta, furadeira, temperos, terras e plantas tudo pra deixar o apartamento dela em ordem quando voltasse de viagem.
E eu sou uma besta porque percebendo todo o seu entusiasmo fui omissa, deveria tê-lo alertado que o pedido dela era apenas para cuidar dos gatos e que ele não deveria se exceder e alimentar falsas esperanças.
Mas como sempre, nos omitimos com a desculpa de não invadirmos a privacidade dos nossos filhos e deixamos tudo acontecer.
Resumindo ele quis voltar e mais uma vez ela disse não, então resolveu cortar o mal pela raiz, deletou, bloqueou enfim, ela não o encontra mais em lugar algum.
Ouvi atentamente sobre a discussão que tiveram, e claro que fiquei triste por ambos, me entristeço pelo lado do meu filho que deve estar sofrendo pra caramba, visto que até agora não me procurou para conversar só para não me preocupar. Compreendo sua atitude tão radical, as vezes o remédio pra fazer efeito tem que ser amargo, não tem outro jeito, mas também me coloco no lugar dela, difícil esquecer uma traição. Sinto que ainda o ama mas não consegue perdoar, criou uma armadura um bloqueio que não consegue superar.
Conversamos bastante e tentei acalmá-la, disse-lhe que se a sua consciência estava tranquila e certa na sua negativa ela não tem com o quê ou quem se preocupar pois ele vai sim sair dessa, assim como ela futuramente vai encontrar outra pessoa.
Quando não se perdoa fica difícil aceitar de volta a pessoa que nos faltou a confiança e se por acaso aceitar sem perdoar de coração aberto, aí sim fica pior, porque o sofrimento só vai se prolongar.
Uma pena ! Se ela tivesse essa capacidade para perdoá-lo e ambos tivessem a maturidade pra sentar e conversar abertamente sobre tudo o que aconteceu acredito que teriam a chance de tentar mais uma vez de serem felizes.
Relacionamentos humanos são difíceis de equacionar, porque envolve sentimentos, se fosse apenas o racional,(um menos um) seria bem mais fácil.
As vezes a gente deixa de ser feliz por um triz... lembrei da besta do "Bentinho" que deixou de ser feliz com a "Capitu" pela desconfiança e ciúmes que tinha do "Escobar"... ê mundo difícil !!! Vai entender !!!! mas  conhecendo bem o meu filho não haverá mais volta.

"Ansiedade"

Ansiedade. Sim, vivo ansiosa o tempo todo, meu corpo está sempre em alerta, fico me convencendo que esta ansiedade nunca é à toa, pois arrumo sempre uma desculpa  esfarrapada para justificá-la e na maioria das vezes não tenho justificativa nenhuma, daí fico tentando me corrigir o tempo todo provocando além da ansiedade uma frustração tremenda por não conseguir me conter gerando um mal estar que só me deprime.
Me faço cobranças comportamentais; julgo que o meu comportamento define meu estado de espírito, por isso não adianta me encolher numa cama se eu não me dispôr a levantar, lavar o rosto e me desafiar a fazer qualquer coisa que saia pelo menos um pouquinho da minha rotina.
Resumindo tenho que fazer por onde.
Procurar "imagens" para me chatear não vai me ajudar em nada.
Já falei isso tantas vezes, tenho que mudar o foco, transformar esse querer em ações no meu dia a dia.
Preciso ter força de vontade e um querer absurdo.
Bem ! Não sei mais o que dizer já que a minha ansiedade é super difícil de controlar...

Com relação aos meus escritos me convenço de duas certezas ambíguas.
A  primeira certeza é que não escrevo sem motivo e que haverá alguém para ler e se interessar pelos meus textos, isso me motiva, me incentiva me faz feliz.
A segunda certeza é que não há ninguém interessado neste blog, isso me desmotiva mas ao mesmo tempo  me protege daí não tenho medo de me arriscar e me expôr cada vez mais.
Estou rindo agora.... acabo de constatar que são as incertezas que me propulsionam, não quero não devo e não vou parar de escrever.


domingo, 7 de outubro de 2018

Diário 07/10/2018

A frase "eu preciso falar com você" vinda de meu filho me sobressalta o coração.
Não importa onde, nem como, se filho meu precisa de mim estou pronta para ouvir e ajudar.
O que não posso é me antecipar, estou segurando minha ansiedade para não "atropelar".
Meus filhos são independentes e nunca nos ocupam pra nada,acabam deixando isso muito claro mesmo sem dizer uma palavra, não querem nos preocupar, nunca ! então aparentemente está sempre tudo bem, mesmo quando o comportamento os trai dizendo que não está.
Então esse "preciso falar com você" é novidade, não sei se boa ou ruim.
Respondi "na hora e quando você quiser, estou aqui".
Não houve resposta.
E cá estou... esperando o tempo dele chegar, não vou me precipitar, nem quero fazer histórias na minha cabeça, só espero de verdade poder ajudar.



A propósito, hoje é domingo dia de Eleições e desta vez não irei as urnas votar, não estou podendo subir escadas, não estou chateada com isso, estou é aliviada por não ter que fazê-lo, mas em compensação estou preocupada com o resultado desta eleição, temos dois extremos muito ruins como opção e os dois me assustam, mesmo assim me posiciono contra a corrupção e roubalheira do atual governo, precisamos de mudança. Não sei qual o futuro do nosso país, tá faltando otimismo, só não pode faltar esperança. É ! tá osso !!!!

sábado, 6 de outubro de 2018

Diário 6/10/2018

Não sei se é preguiça pra pensar ou se é desmotivação mesmo ! só sei que não tô afim de escrever ....hoje pela manhã reli alguns textos que foram escritos no bloco de notas do meu celular e... avalio... é muita besteira junta.
Pra quê ? por que ? e principalmente pra quem ?!!!
Eu achava que escrevia pra tentar me entender... será ?!
Estou achando tudo tão sem sentido... mas eu preciso contar algumas histórias, terminar esta por exemplo que comecei e não terminei.
É !! Não adianta forçar... tem que ser natural...
Mais tarde tentarei novamente... inspiração vem !!!!!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

"Senta que lá vem a história..."

Itaquera é um bairro da periferia de São Paulo que conheci em 1981 com 21 anos de idade, antes disso conhecia o bairro apenas pela sua má fama, pois todo mundo dizia que em Itaquera só havia índio, fazendo alusão ao seu nome de origem indígena, por isso foi grande a minha surpresa quando desembarquei do ônibus naquela manhã de abril e dei de cara com uma paisagem bucólica quase interiorana, uma igrejinha no centro de uma praça limpinha e ao seu redor casinhas muito bem cuidadas, só aí me dei conta  de como o meu "pré" conceito sobre o bairro estava equivocado, Itaquera não era nada daquilo que havia imaginado ( não levei nenhuma flechada) rsrsrsrsss
Estávamos a caminho da 5ª DE delegacia de ensino da Zona Leste onde eram distribuídas as aulas remanescentes das escolas onde ninguém queria lecionar, fossem elas pela má fama ou pelo fato de serem mais periféricas ainda, localizadas como dizem os populares: "onde Judas perdeu as botas".
  Por isso minha esperança era grande em conseguir algumas salas para lecionar, questão de vida ou morte e sem exagero, pois precisava muito trabalhar para pagar os meus estudos e caso isso não ocorresse seria obrigada a parar.
A ordem dos professores que eram chamados a mesa para escolher as aulas se dava através do número de pontos que cada um possuía, como minha experiência era pouca os meus pontos também não eram muitos, portanto fiquei para o final daquela fila imensa de professores que foram escolhendo as escolas mais bem localizadas.
E aquele quadro negro cheio de referências de inúmeras escolas foi se extinguindo apagando-se uma a uma e me deixando cada vez mais apreensiva, sem muitas opções e sem muitas esperanças, até que chegou a minha vez.
Inexperiente e muito necessitada fiquei observando o nome e o endereço das seis míseras escolas que restaram naquele bendito quadro negro. Na bancada os supervisores de ensino já um tanto impacientes e bufantes querendo que tudo aquilo acabasse o quanto antes me questionavam: "como é não vai escolher?" e eu ali pressionada, olhando pra aqueles nomes numa dúvida cruel, rezando muito pra fazer a escolha certa e mais tarde não me arrepender.
Foi quando se ascendeu uma luz e li no quadro negro :E.E. "Prof Mozart Tavares de Lima" Jardim Vila Carrão.
Estava salva !!!!! Primeiro porque me apaixonei de cara pelo nome "Mozart", lindo nome, forte, com sonoridade, enchia a boca pra falar "Mozart" e segundo me julgando muito esperta usei a minha lógica, gosto da "lógica", nem pareço professora de arte, mas a lógica pra mim faz todo sentido, então fiz a seguinte relação: morava no Tatuapé, perto dali tem um bairro chamado Vila Formosa e encostado nele outro bairro chamado Jardim Vila Formosa, então usando a minha "lógica" pensei, Jardim Vila Carrão deve ficar do lado da Vila Carrão que é do lado do Tatuapé,  próximo da minha casa, enfim estou salva, saí da D.E. toda feliz com o papel que me outorgava 16 aulinhas no período vespertino na E.E. Prof "Mozart Tavares de Lima" localizada no Jardim Vila Carrão.
Só não contava que a minha lógica poderia estar equivocada e esse "deve ficar perto de" me sabotou completamente, indo parar onde Judas perdeu as meias já que as botas ele perdeu um pouco antes.
Enfim fui parar na...... (censurado).




* Tem continue.... rsrsrsrsrsss 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Diário 2/10/2018

Há dias que fazer graça não tem graça nenhuma, hoje é o dia de ser sem graça.
Parece que quanto mais o tempo passa mais difícil vai ficando.... domingo a tarde escrevi :
"Te vejo, não aqui, mas te vejo, como disse certa vez, de lado, do lado de soslaio, sou sua amiga e te pergunto : sente falta das nossas conversas assim como eu sinto ?"
Engraçado eu querer acreditar que sim.
Por que eu sempre acho uma coisa que de fato não acontece ?
Acho que é porque gosto de fantasiar, formar histórias na minha cabeça e seria mesmo uma história tão bonita se sentíssemos a mesma coisa, sabe o que eu diria ? Que existe um fio forte como os fios que tece a teia da aranha, um fio invisível que por alguma razão nos conecta e não é rede social que faz isso, é alguma coisa que não tem nome por isso não consigo explicar nem definir, apenas sentir.
Esquisito isso !!!!!
A gente sempre pensa em devolver aquilo que nos dão, se nos desprezam vou desprezar também, se não me procura por que procurar saber ? Mas não é assim que funciona não, dizer que um dia vou deixar de me importar só porque não sou e nunca fui importante, não, não funciona mesmo, não comigo, mesmo eu querendo muito, mas voltando a falar das coisas que fantasio, acho que é uma maneira que eu arrumei para... a palavra não é me confortar, talvez me iludir ? não também não, qual seria a palavra certa ? acho que abrandar um pouquinho só os meus sentimentos, é ! acho que pode ser isso sim.
Um dia quem sabe tornaremos a nos falar, olha eu fantasiando de novo.
*"Seje Homi !!!" hahahahahahaha
Um dia eu aprendo ! Ou não ! Vai saber !!!


* tinha que terminar com uma gracinha.