quinta-feira, 10 de agosto de 2023

"Cada Doido Com Sua Mania"

 Minhas ações obedecem meu cérebro que funciona numa certa sequência, se há, por exemplo, muitas coisas que quero fazer, priorizo alguma, que nem sempre é a mais importante, e, só parto para subsequente quando finalizo a que escolhi e assim sucessivamente até que todas as tarefas sejam cumpridas.

Difícil de explicar por isso fica difícil de entender então vamos a um exemplo prático :

Meu ateliê está um caos mas antes de começar a colocar ordem na bagunça mentalizei e ordenei as coisas que deveriam ser feitas, eram dois consertos de roupa e uma costura do zero, pois bem, ao término desses afazeres parti para a arrumação do ateliê, nesta minha cabeça doida começo da esquerda para a direita, daí vou separando as coisas antes de guardá-las só que, no meio do caminho havia algo muito insignificante, um calendário de mesa que ainda marcava o mês de julho, parei tudo e foquei nele, perdi uns longos minutos para refazê-lo e só depois dele pronto, e que dei continuidade a arrumação; essa tarefa boba consumiu boa parte do meu tempo atrasando a arrumação do ateliê.... entenderam ?! Não é escolha é necessidade, se o calendário não fosse atualizado para o mês de agosto eu não teria paz pra continuar a minha limpeza....e uma coisa puxa a outra e a outra puxa uma, limpar por cima não dá, ou até dá, quando finjo que não me importo, e nem sempre eu me importo, convivo bem com a minha bagunça mas quando o "momento chega" a arrumação tem que ser mais profunda; por isso tenho que fazer com calma, limpar as gavetas e jogar fora aquilo que não se usou.... filosofando : acho que deveríamos fazer também uma limpeza dentro de nós, mas nos limparmos por dentro é muito mais difícil que organizar um ateliê caótico, melhor fazer uma coisa de cada vez, por hora vou me distraindo por aqui, obedecendo esta sequência doida que só minha cabeça entende. 

sexta-feira, 4 de agosto de 2023

"Flauta Doce"

 Flauta Doce, pela minha idade, 63, você deve estar achando que estou me referindo aquele doce gostoso com recheio de creme de confeiteiro que leva o mesmo nome, e a resposta é não, isso mesmo, não estou me referindo ao doce e sim ao instrumento musical; flauta doce, conhece ?! Tem a flauta transversal e a flauta doce o que difere uma da outra grotescamente falando é que a transversal, sopra-se pela lateral  (transversalmente) e a flauta doce é uma flauta de bico, quer dizer que sopra-se o ar pela ponta do instrumento.

Na década de 70 a minha turma adorava um violão e uma flauta doce, eu mesma comprei uma e apendi com eles a tocar algumas músicas....luar do sertão, asa branca, aquela do comercial de natal e outras só tocadas mesmo, era bem legal aprender e a gente se esforçava para memorizar, e é isso, exatamente isso que eu queria falar, o que aprendemos por vontade própria dificilmente a gente esquece, não sabíamos nada de teoria musical mas as musiquinhas eram memorizadas e tocadas até com uma certa destreza, bem, o tempo passou e a flauta só foi lembrada novamente na época da faculdade com uma pequena introdução a teoria musical  já que a minha formação estava voltada para a docência, licenciatura em artes.

Lembro que houve uma época, mais precisamente década de 80 em que a grade curricular dos alunos da rede pública comportava uma aula semanal de teoria musical e adivinha pra quem sobrou esta tarefa ?! Sim, para os professores de arte que preparados ou não foram obrigados a ministrar tal aula. Que sufoco ! Trinta e cinco alunos eufóricos apitando flauta doce no meu ouvido, pergunta se eu desisti ?! Não, claro que não e, bem ou mal, me propus a repassar o pouco que sabia, enfim, a princípio foi um Deus nos acuda !!!!  Lembrar disso é bem engraçado, na festa de encerramento do ano letivo, fui convocada pela diretora a reger dez alunos entoando um "Parabéns pra Você" para o diretor de ensino da nossa região, pois bem e o medo de dar errado? de fazer feio? de passar fiasco ?! Eu não sei dizer se eu era corajosa, confiante, cara de pau ou doida....resumindo, fiz meu "mise en scène" com as mãos e o "Parabéns" saiu direitinho deixando o excelentíssimo "emocionado" e a digníssima diretora orgulhosa pelo feito.

Bem ! o tempo passou (e como passou) e a flauta foi esquecida.

 Agora, depois de todos esses anos há cerca de um mês mais ou menos meu professor de canto me propôs ensinar o instrumento, contei-lhe sobre as minhas experiências e resolvi encarar o desafio. Depois de muito procurar encontrei a tal da flauta doce numa loja de instrumentos musicais dentro do Shopping, o jovem que me atendeu ao final da compra, por curiosidade, me perguntou "pra quem é o instrumento ?" levantei o dedo da mão e sorrindo lhe respondi "pra mim !" recebi de volta um "que legal !!!" acho que isto levantou o meu astral, saí de lá com a minha "yamaha" realmente feliz e animada.

Lembrar dos dedinhos subindo e descendo entoando asa branca instintivamente foi fácil agora a pergunta que não quer calar : Será que desta vez vou aprender direito ?!