domingo, 27 de dezembro de 2020

"Aqui Jaz um Blog"

 Não sei se este é o título apropriado mas é o título que esteve em minha mente estes últimos dias.

Reparei que fiquei aproximadamente um mês sem escrever e já adianto que não foi proposital muito menos aqueles desafios que faço de vez em quando comigo mesma.

Não escrevi por falta de tempo, falta de assunto, falta de vontade e disposição (para escrever), sim, porque houve muuuita disposição para outros afazeres.

Nem sei precisar se aconteceu muita coisa neste mês que passou mas sei dizer sobre as coisas que andei fazendo ou não.

O "não" refere-se a leitura, não li absolutamente nada este tempo todo mas, em compensação cuidei muito bem da minha casa, de mim, das pessoas que amo, ah, costurei bastante também, assisti a vários vídeos de costura e fui me desafiando a costurar peças cada vez mais complicadas e não é que deu certo ?! Sou movida a desafios e eu gosto disso.

Neste tempo também fiz vários questionamentos e cheguei a algumas conclusões, conclusões estas que me deram uma certa libertação, como é bom me sentir livre e ter toda a convicção do mundo que as minhas escolhas foram, mesmo que aleatórias, muito assertivas. Se eu acreditasse em espíritos eu diria que há algum santo ou espírito de luz que me protege constantemente, anjo de guarda talvez, só sei que por mais que eu ache que não ou que fique triste na hora, todas, veja bem, todas as minhas escolhas foram assertivas, me sinto aliviada com isto.

Hoje está fazendo um ano que resgatei o "Ti" nosso bem te vi com necessidades especiais, ele está bem de saúde mas as duas perninhas defeituosas o impedem de voar, então para sua proteção o colocamos numa gaiola que fica constantemente aberta e só é fechada a noite por conta dos gatos, antigos predadores de pássaros. Fiquei pensando como o tempo passou rápido, um ano já, e parece que foi ontem.

Este ano foi um ano muito difícil por conta da pandemia, agora no final do ano as coisas se agravaram muito, eles chamam de segunda onda, o povo relaxou, não se cuidou e o aumento de casos é grande, há mais pessoas infectadas e cada vez mais próximas, nos colocando em risco também.

Estou com medo de ter sido infectada. Minha manicure pegou covid e estive com ela antes do Natal, me avisou ontem que estava positivo. No Natal mesmo estava muito apreensiva, tive coriza e alguns sintomas leves de gripe, pensei, acho que vou gripar e agora me veio esta notícia, imagina minha cabeça como ficou, estive ontem no apartamento de minha mãe, no Natal com meu marido, meus filhos, minhas noras, enfim, mantivemos o distanciamento mas .... de verdade estou com medo, medo de estar infectada e medo de ter passado pra alguém. Esta noite já dormi em quarto separado e estou em total alerta com relação ao meu corpo, só gostaria de não ser tão sugestionada, mas eu sou, não tenho jeito.

Vamos aguardar....não sei se o blog vai morrer mas pretendo continuar dando notícias minhas.

Deseje-me boa sorte, as vezes sorte é o que a gente mais precisa !

É sempre um prazer estar por aqui !

Silvia.

domingo, 29 de novembro de 2020

Domingo 29 de Novembro de 2020

 Ah ! pensaram que estavam livres de mim não ?! Pois estou de volta e, só para esclarecer, não, não peguei Covid-19, como disse antes, escapei desta, arre ! menos mal !

Fiquei ausente por outros motivos, motivos técnicos, a porcaria deste PC começou a dar tilte, pensei até em levá-lo à assistência técnica, já que um computador novo está os olhos da cara, então mandar arrumar seria a solução, mas acredita que este descanso fez bem pro bichinho ?! liguei-o e, do nada, está funcionando, vai entender !

Hoje teve segundo turno para prefeito, já fui e já vo(l)tei, no primeiro turno votamos em quem acreditamos e no segundo turno no menos ruim e emendando o trocadilho aqui em casa faremos rocambole, nada de boulos, é ruim !!!! O importante que o voto é livre e cada um vota em quem quiser, aguardaremos....

Hoje vamos nos reunir, é tão bom estar com minha família, vamos comemorar o niver da nora, faço de um tudo para harmonizar o ambiente, acredito que a paz é primordial por isso nada de política, conheço bem as preferências desta meninada e bater de frente é bobagem, deixo que acreditem e que se iludam, a vida é feita de ilusões, enquanto estiverem envolvidos nos seus ideais está ótimo, o duro é quando, calejados, não se tem esperança de nada, assim como eu que já desacreditei faz tempo !

Então, pra hoje, quero ser feliz.... farei por onde... O Domingo está maravilhoso, muito sol e um ventinho gostoso, entonces.... bora bora aproveitar !!!! Bye Bye !

sábado, 21 de novembro de 2020

"Às Favas"

 É, não tem jeito ! É só usar o computador grande que os olhos veem (##) e o coração sente, dois rios inteiros..... é, eu tento desviar o olhar mas de rabo de olho lá está, de lado do lado de soslaio......

Um dia me curo, não sei quando mas me curo, deixa pra lá !

Esta semana eu estava quieta, aliás eu sou quieta, não encho o saco de ninguém, estava concentrada na minha costura, queimando meus neurônios pra resolver os obstáculos do que me propus a fazer, daí do nada me pedem um outro trabalho, nada a ver, daí como sempre, com aquela dificuldade nata em dizer não, larguei o que me entretinha para realizar o pedido, comigo é assim, se é pra fazer vamos fazer, nada de empurrar com a barriga, fiz, pois bem, aí vem a surpresa, a pessoa disse-me "não era isso o que eu queria, era algo mais personalizado", tremi, respirei fundo e pensei, é certo exigir quando se paga mas quando se tem de graça aí já é um pouco demais pra minha cabeça, mas isso é culpa minha, mania que tenho de agradar e fazer tudo na camaradagem. Fiquei pensando, tentar resolver ou responder ?! Respondi, com toda a educação que meus pais me deram, e foi assim, com direito a textão que eu disse : "Nao !".

Uau ! Nem acreditei !! Eu disse "Não !!!"

Como foi difícil pra mim admitir que não conseguiria atingir as expectativas do outro, mas eu consegui, siiimmm, eu disse "Não", não posso, não sei, não tenho condições, não tenho tempo, não tenho saco, não tenho paciência, não, não e não....

Na hora me deu uma coisa, um alívio misturado com desconforto, fui tomar banho e foi um banho mega demorado, daqueles que te limpa por dentro e por fora, depois de banho tomado, agasalhada, penteada e cheirosa, desabafei sorrindo : Às Favas !!!

Fui dormir aliviada, no dia seguinte sabe o que eu fiz ?!

 Voltei pra minha costura..... êlaiá !

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

"Abusando da Sorte"

Eles chegaram de Porto de Galinhas - PE e quiseram nos ver, não tinha como dizer não, também estávamos com saudades, estiveram em Serrambi Resort, mantendo contato por uma semana com todo tipo de gente, principalmente as endinheiradas, avião, enfim, sem dizer que ambos tiveram Covid-19 há bem pouco tempo, mesmo assim vieram, pensei que poderíamos manter distância mas não foi isto o que aconteceu, foi impossível manter o distanciamento, então agora é rezar pra Deus.

Estou em alerta e morrendo de medo mas, também do que adianta ter medo ?! Já foi, vamos aguardar pra ver no que vai dar. Espero ter escapado desta !

As pessoas continuam morrendo e isto é muito triste, não quero fazer parte de nenhuma estatística mas, do querer ao fazer existe uma enorme distância que não depende de mim, ora bolas !

Tenho terminado meus projetos de costura e me desafiando cada vez mais, o grau de dificuldade tem aumentado gradativamente e isto é bom para minha cabeça, exercício mental, sabe como é !

Trocando de assunto.

No sábado quando estávamos reunidos quis contar resumidamente uma das crônicas do Stanislaw, só não esperava que o desfecho da conversa fosse mais engraçado que a história em si. Foi mais ou menos assim :

" O Zé tinha um amigo com nome muito diferente, chamava-se Flaudemíglio, ambos estavam passeando no centro da cidade e deveriam voltar a Repartição Pública onde trabalhavam mas, antes Flaudemíglio tinha a missão de levar o xixizinho de sua mulher ao laboratório, fez sinal para o ônibus e se atrapalhou para entrar deixando cair sua carteira, como não pode retornar para apanhá-la gritou para o amigo que assim o fizesse só que antes uma terceira pessoa apanhou a carteira sendo interceptada pelo Zé que disse : "Essa carteira pertence ao meu amigo", duvidando da veracidade o homenzinho abre a carteira e pergunta : É ?! Qual o nome ? Zé responde com certa dificuldade Flaudemíglio,  aí vem a parte engraçada, De quê...? Zé dá-lhe um safanão, pega a carteira e sai resmungando, quem acerta Flaudemíglio não precisa acertar mais nada". Agora o difícil mesmo foi tentar explicar ao compadre a graça da crônica, então resolvemos simplificar dando um exemplo próximo para que ele se fizesse entender. Então vamos supor que Edro deixou cair sua carteira e outra pessoa lhe pede a prova de que você realmente o conheça, aí você diz : Edrovande e o outro retruca : De quê ? e ele responde Rivardoso, e nós em coro : De quê ? Na sua ingenuidade ele conclui : Generiso. Aí não teve jeito foi só gargalhada. De verdade, quem acerta Edrovande precisa acertar mais alguma coisa ? Só o compadre !


*o nome da crônica : Dois Amigos e um Chato" de Stanislaw Ponte preta.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

"Dando um Tempo"

 Oi.

Reparou que eu sumi ?

Não ?

É sinal de que falta não fiz nenhuma.

É assim mesmo, as ausências nos poupa, nos cura, nos alivia e, vamos que vamos....

...."não faz mal, eu tô carente mas eu tô legal...."(rsrsrsss)

Tenho ido à aula de canto mas não tenho ido à academia.

Tenho costurado bastante e esquecido um pouco os meus scraps.

Tenho acordado muito cedo, em compensação dormido com as galinhas.

Tenho deixado o celular no outro cômodo com a intenção de dormir em paz.

Estou dando um tempo nas redes sociais.

Me poupando das chatices e das mesmices.

Aos poucos as postagens estão voltando ao normal : "eu eu eu eu eu"

Bom ? Ruim ? Nem sei.

Semana que vem tem votação, já escolhi meu candidato para prefeito, que chance, coitado, não tem nenhuma, mas o meu voto será consciente, já no segundo turno fico sempre com o menos ruim, ou, dependendo do caso não voto em ninguém. Brasil sil sil sil sil !!!!

Ando revoltada com a política e com os políticos, o nosso governador então, é ódio assumido....mas não vou me aborrecer logo cedo....esquece política.

Ontem a noite entrei no "Tinderzão da Regina", já ouviu falar ? É muito engraçado ver as pessoas interagindo. Acontece toda terça-feira á noite e eu me divirto (aí não tenho sono né ?!) Pra ver como são as coisas, se há interesse (rsrsrsrsss), embora  o meu interesse seja sobre as pessoas de um modo geral, sou mera expectadora, acho divertido e ponto. O que percebo é que a maioria anda mal das pernas, mas não vou me explicar muito menos me estender sobre o assunto que tão somente me distrai.

Acredita que ainda não achei um livro do meu interesse pra ler ?! Aí peguei um livro de crônicas do Stanislaw Ponte Preta, estou lendo, ele é excelente, dou boas risadas com suas histórias hilárias. É tão bom quando a pessoa tem humor, acho que as coisas ficam mais leves. Bom humor deveria ser quesito obrigatório nos relacionamentos.

Bem bem bem bem bem ! Bom bom bom bom bom !

Quando volto aqui ?!

Sei não, mas uma hora eu volto.


segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Meus Mortos"

Finados - Dia dos Mortos, dia de lembrar das pessoas queridas que se foram, dia de homenagens e visitas aos cemitérios, dia de velas e flores e todos aqueles rapapés que deveriam ter sido feitos quando a pessoa tinha nome......

Meus Mortos.

                                            "....Minha vida

                                           Meus Mortos

                                                          Meus caminhos

                                                             Tortos

                                                   Meu Sangue

                                                                          Latino

                                            Minh'alma

                                                        Cativa....." 

                                               *Secos & Molhados

É estranho dizer que colecionamos mortos mas é verdade, em algum momento a nossa vida foi marcada pelo fim da vida de alguém, são elas, os nossos mortos e, cada um de nós tem sua coleção particular.

O meu primeiro contato com a morte foi aos sete anos quando perdi a minha avó paterna, dona Felicidade, cuja vida nunca fez jus ao nome.

Lembro que antigamente era comum as pessoas velarem os seus mortos no cômodo social da casa, então a sala de visita era esvaziada e onde antes ficava a mesinha de centro posicionava-se o caixão, cadeiras eram espalhadas rentes a parede e tudo era muito fúnebre, triste e marcante, lembro que foi a primeira e única vez que vi meu pai chorar, agora imagina quanto tempo pra uma criança de sete anos esquecer a cena, o cheiro da vela e das flores ?! Respondo : não há tempo, as lembranças em dias como o de hoje se reavivam, não tem jeito.

Como era difícil fazer os velórios em casa ! Acho que naquela época havia poucos velórios particulares o que forçava as pessoas a fazerem a cerimônia em casa mesmo, ainda bem que isto mudou.

O meu segundo contato com a morte foi aos dez anos, uma inquilina da minha vó materna grávida de oito meses morreu de eclampse e eu, meus irmãos e primos muito curiosos fomos xeretar no velório, ali vi uma coisa que nunca tinha visto antes, o coitado do marido pagou para um fotógrafo tirar várias fotos da morta, que coisa mais bizarra e mais funesta, guardar foto de morto como recordação, eu hein ?!

Outra morte que me marcou muito foi aos doze anos, um colega de escola que havia acabado de ganhar uma moto no seu aniversário, morreu num sábado à tarde vítima de um acidente em frente a escola, bem na hora da saída do turno, aquela cena foi terrível e ele foi a primeira pessoa jovem que vi morrer, pois pra mim morte era coisa de gente velha ou doente, enfim, lembro-me da pessoa e do fato até hoje.

Depois a coleção foi só aumentando ou seja, conforme envelhecemos vamos enterrando mais e mais gente, até que haverá um dia que a nossa finitude fará parte da vida de alguém.

C'est la Vie !

C'est la Mort !





"Resumão"

 Olá ! Nossa faz tempo que não apareço por aqui, então resolvi fazer um resumão do que ando fazendo....

Bem a última postagem foi a nossa ida para praia, o que eu não contei foi o sufoco pra voltar. Peguei, garoa, neblina, chuva, tempestade, enfim, tudo o que tento evitar a todo custo, aí me vem a seguinte reflexão, nem tudo podemos evitar de acordo com nossas preferências, existem coisas que são indiferentes a nossa vontade e se elas nos chegam não tem como fugir, temos sim é que encarar, foi uma tempestade ? Foi. Passei um sufoco danado ? Passei. Mas o próprio tempo do verbo já diz tudo, passou, passado, e se estou viva pra contar esta história e tantas outras é sinal que bem ou mal sobrevivi a todas elas, ou seja, ponto pra mim.

Segunda-feira fui à aula de canto, retomamos a teoria, é mais chato e mais difícil pra esta minha cabecinha, mas dizem por aí que, fazer coisas que nos desafiam exercitam o nosso cérebro, então, é isto que ando fazendo, exercitando a cachola.

Penso que não nasci pra uma coisa só, adoro desafios, adoro que me questione, adoro que me provoque, adoro me sentir motivada...fazer sempre a mesma coisa é um Ó !

Esta semana consegui finalizar o vestido que desenhei. Fiz o molde, lavei o tecido caso encolhesse, alfinetei o molde de papel no mesmo e fiquei com a tesoura na mão numa dúvida cruel : corto ou não corto ? Cortei. O pior que pode acontecer no processo de criação é a dúvida por isso todas as vezes que me vejo em tal situação digo à mim mesma : "quem não morre não vê Deus" .... e réque réque réque com a tesoura rsrsrsss coragem e determinação, fiz tudo exatamente como manda o figurino (olha o trocadilho) e não é que deu certo ?! O vestido ficou lindo ! (olha a modéstia !!!). Costurar por prazer dá uma satisfação inexplicável, assim como todas as coisas que fazemos por vontade própria através do nosso esforço, e conseguir, é o auge.

Aí veio o aniversário do meu filho mais velho...trinta e cinco anos, dá para acreditar ?! Não vou cogitar que estou ficando velha porque na atual conjuntura quem está ficando velho é ele, cara, trinta e cinco anos ?!!!

Me propus a fazer o bolo com todas as técnicas culinaristas que deveriam ser seguidas à risca mas que foram todas ignoradas por mim, óbvio, mania minha de agir pela intuição. Sabe aquele bolo que tinha tudo pra dar errado ? Mais uma vez o que me atrapalhou foi a insegurança e a ansiedade mas, remendando uma coisa aqui outra ali, o bolo saiu e foi elogiado, ufa ! menos mal !

Hoje é feriado, dia dos mortos....não parei pra pensar nos meus mortos ainda, com certeza haverá uma hora do dia que vou dirigir meus pensamentos à eles, acredito que lembrar deles seja uma forma respeitosa de homenageá-los.

Enquanto isto vou me distraindo com a costura....Precisava achar um livro pra ler mas tem que ser com calma, tudo que vou fazer tenho que me concentrar, acho que tenho déficit de atenção, quando digo isto as pessoas próximas ficam brava comigo dizendo que fico inventando história...sei lá ! Não consigo dividir minha atenção, estou sempre focada e a minha meta é atingir o meu objetivo, ou seja, finalizar...e se por algum motivo não finalizar aí bate a frustração e a baixa estima e nisso, por enquanto não quero nem pensar, estou na minha melhor fase, a fase do Yes I can !

Então bora bora focar !

Êta resumão bão da preula !!!

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Relembranças - Solemar - Outubro - 2020

 Depois de alguns longos meses em isolamento social conseguimos finalmente passar um final de semana na praia num lugar muito especial pra mim que se chama Solemar.

Todas as vezes que chego ali constato que meus sentimentos nunca irão mudar, pois fazem parte de mim, das minhas relembranças...

É tão bom poder respirar o ar puro, sentir o cheiro da maresia, ouvir o barulho das ondas se quebrando, deixar a brisa bater no rosto e o vento bagunçar o cabelo... aí começo a cantar músicas de mar e sereia e a voz se perde na imensidão, puxa ! como isto é bom !

Passamos um final de semana agradável por conta da visita de meu primo e sua esposa, foi um encontro pouco planejado e muito especial, relembramos nossa infância e os momentos alegres que vivemos ali, naquela mesma casinha, a casa do Vô Silvano e da Vó Izabel, quantas risadas e boas recordações...

Penso que tantos falam na preservação da natureza e poucos falam na preservação das amizades, ou, talvez até falem mas, pouco praticamos, ficamos sempre por marcar um encontro, um café, uma visita, coisas que nunca acontecem de fato, mas quando um encontro deste nível se concretiza nossos corações se preenche de boas emoções, foi o que aconteceu este final de semana...algo tão especial e tão bom.

Aí ouvindo meu primo dizer o quão marcante pra ele aquela fase da infância passo a acreditar que este sentimento é comum em todos que ali conviveram : os irmãos, os primos, os amigos... enfim todos nós guardamos boas lembranças desta época tão importante em nossas vidas.

Penso que tive o privilégio de ter alguém especial (##) nas minhas relembranças, alguém que com certeza em algum momento de nostalgia também pensa em mim e isto me faz um bem danado, é a minha história, por mais que não tenha dado certo aqueles foram os melhores anos da minha (nossa) vida e digo isto sem pretensão alguma, simplesmente porque o que foi nunca deixará de ser. Bom né ?!

Daí lembro da voz de minha vó dizendo com toda sua sabedoria : "Filha, o que é vosso ninguém tira !" 

Verdade vó, as boas lembranças são todas minhas !

terça-feira, 20 de outubro de 2020

"Minhas Limitações"

 É, ando me afastando, é fato.

As vezes acordo mais cedo do que gostaria, são os pedidos insistentes dos meus Pets, foi o que aconteceu hoje, levantei, abri a porta, deixei que fizessem suas necessidades e voltei pra cama, consegui dormir mais uma horinha e isto foi bom.

Tenho feito coisas variadas, cozinhando, costurando... coisas que ocupam meu tempo e que me distraem.

Este final de semana consegui terminar um vestido, desses de ficar em casa, fiquei contente pois ficou do jeitinho que o projetei. Estou constatando o que já sabia, que a perfeição vem com a prática, se bem que falar em perfeição neste caso é uma heresia, mas digamos que estou me saindo melhor que a encomenda.

A costura de alguma maneira sempre esteve presente em minha vida.

Começa pelo fato de minha vó Felicidade ter sido uma costureira de mão cheia, melhor que muito alfaiate.

Quando minha vó faleceu eu tinha apenas sete anos de idade e a influência dela em minha vida ficou marcada pra sempre, são coisas que não conseguimos explicar, afinal foram apenas sete anos de convívio.

 Lembro-me que era apaixonada por ela e pela máquina de costura e vivia ao seu redor, que por sua vez ficava feliz e orgulhosa em me ver por perto, tão curiosa e interessada no seu ofício.

Desde pequena que gosto de desenhar, digo sempre que nasci com o lápis na mão, e o fato de ver minha vó costurando associei o desenho à costura.

Meus desenhos eram bonequinhas de roupinhas variadas. Hoje percebo que pra minha pouca idade era bastante criativa e intuitiva. 

Os desenhos eram separados da seguinte maneira, havia os vestidos, as roupas de frio, os biquínis, as princesas e as noivas, fazia as coleções mesmo sem ter ideia do que isto significava, dá para acreditar ?!

Eu as desenhava, pintava, recortava, dava-lhes um número e também um nome, sabia o nome de todas, e olha que eram mais de cem, todas devidamente guardadas numa caixa de sapato que pra desespero de minha mãe eram espalhadas todas as vezes que brincava de desfile ou inventando algum tipo de história para as minhas personagens, pois é ! falei muito sozinha com minhas bonecas, e gostava mais de brincar com elas do que com as bonecas de verdade.

Quando fiz treze anos, a meu pedido, minha mãe me matriculou no curso de corte e costura, foi ali que tive a noção correta de costurar. Meu vestido de formatura do Ginásio fui eu que desenhei assim como meu vestido de casamento que também foi criação minha. Na época era moda os vestidos chamados de bolo de noiva, muito volumosos com armações, saiotes engomados e mangas bufantes e eu fui radicalmente na contra mão, meu vestido era muito simples, cintura baixa, zero volume, literalmente lambido. Analisando as fotos percebo que meu vestido é atemporal, acho que minha intuição pra moda sempre foi boa.

Mais tarde fui estudar Belas Artes, na época que o prédio ficava onde é hoje a Pinacoteca do Estado de São Paulo, ali, do ladinho da rua São Caetano, mais conhecida como rua das Noivas, adivinha se não fui me arriscar a pedir emprego lá ? Com a maior cara de pau fui e consegui emprego de figurinista numa loja que acredito que exista até hoje, ficava numa esquina e se chamava "Castelinho".

Fiquei apenas um mês lá, um mês que me ensinou muitas coisas, principalmente a reconhecer minhas limitações.

Fiz inúmeros desenhos, atendi algumas noivas mas um detalhe me impediu de continuar ali, minha inabilidade em lidar com o público. Como posso me explicar melhor?!

Vamos começar pelo pré-conceito, não era nada comum naquela época mulheres figurinistas, aquele campo pertencia aos homens afeminados  porque não dizer afetados, o profissional precisava ter uma grande dose de deslumbramento pra poder se envolver com a noiva, e se tem uma coisa que não tenho e nunca tive é essa disposição para os confetes e purpurinas, eu era muito direta e reta e isto não agradava ninguém, nem as noivas e muito menos a gerente da loja, ou seja, fui demitida. 

Não fiquei triste porque soube reconhecer que também não me sentia à vontade, fiquei sim aliviada e com muita raiva de ter deixado muito dos meus desenhos na loja, deveria tê-los resgatados, mas eles alegaram que eu os fiz enquanto estava a serviço da loja, então deixei passar.

Desisti da ideia de ser figurinista e acabei caindo de pára-quedas na sala de aula ministrando aulas de artes por mais de trinta anos, coisas da vida e que jamais me arrependo.

As durezas da vida e a falta de grana para comprar roupas prontas me levou várias vezes de volta a máquina de costura. Era muito mais barato comprar o tecido e eu mesma costurar. Fiz isso em inúmeras ocasiões, principalmente para os meus filhos pequenos, lembro que até terninho de casamento com gravatinha borboleta eu fiz, e muito bem feito por sinal, minha dedicação era total.

Depois as coisas começaram a melhorar e fui me afastando da costura. Hoje retomo com prazer, tudo bem que falta um pouco mais de prática para o resultado final sair melhor, mas não ligo muito não, o importante é fazer por prazer, me distrair e principalmente me ocupar.

Então bora bora costurar !




quarta-feira, 14 de outubro de 2020

"Cuidando de Mim"

 Olá !

Faz um tempo que não apareço por aqui.

Não é má vontade, talvez um pouco de desânimo, talvez um pouco de não ver mais sentido....(##)

Podia escrever "Morri", mas não morri de fato então não é certo mentir mas, morri sim um pouco por dentro.

É esta certeza de que está faltando algo que não sei ao certo o que é.

Já abriu a geladeira ou o armário procurando algo pra comer e você não consegue precisar se é doce ou salgado se é frio ou quente, aí você fecha tudo porque não é nada daquilo que tem em casa nem fora de casa, simplesmente porque a gente não sabe o que é ?!

Ando assim.... procurando sabe Deus lá o quê ?!

Tenho ido dormir, literalmente, com as galinhas, em compensação ando acordando muito cedo, não acho ruim acordar cedo mas também não precisava me sentir bêbada de sono todas as noites. É ! São os prós e os contras ! Como tudo nesta vida.

Esta noite sonhei com a casa de Solemar, sonhei que havia muito lixo dentro dela e não conseguia limpar, isto me deixou aflita, esquisito isso !! Acho que fiquei preocupada com a notícia de que tentaram entrar na casa e só não conseguiram por conta das travas da porta e das grades nas janelas, se não fosse esta quarentena o imóvel não estaria tão propenso a ser invadido. Vamos ver se este final de semana conseguimos dar uma chegada até lá.

Trocando de assunto...

Ontem conversei com minha dermatologista, gosto de ver primeiro a questão da saúde da pele pra depois fazer os procedimentos estéticos, é um pouco de vaidade eu sei mas, lidar com o envelhecimento é bem difícil e se a ciência e a tecnologia pode nos ajudar a retardar este processo por que não ?!

Eu vou e faço, sem exageros, óbvio, não quero ficar diferente e não me reconhecer no espelho, quero sim ficar bem.... e também não vou me culpar porque posso me cuidar e me cuido, acho que é por isso que as pessoas que fazem não falam nada pra ninguém, justo para evitar julgamentos. Sabe qual é o meu problema ? Não sei se perceberam mas eu mesma me julgo, caso contrário não estaria me justificando não é mesmo ?!

Preciso aprender a me aprovar, aliás preciso aprender tantas coisas... 


sábado, 10 de outubro de 2020

"Minha Rua"

Minha rua é pequena, deve ter uns duzentos metros, sou ruim de cálculo por isso não posso precisar, mas é pequena. Meu bairro ainda não está tomado de prédios, as casas antigas permanecem e as novas construções são pequenos sobrados geminados, isto me dá a perspectiva de que os prédios demorarão a chegar e talvez nem cheguem. Gosto do meu bairro do jeito que é, lembra o meu "antigamente", o problema deste país é a violência, a falta de educação e segurança, estas ausências que desanima qualquer cristão, mesmo assim minhas raízes são profundas, aliás sempre foram. Bem, mas eu não quero desviar do assunto...na vizinhança tem de tudo, dos bem educados ao nariz em pé, os viciados em jogo aos viciados em álcool, gente nova, gente não tão nova e os velhos. Os mais sociáveis formaram um grupo no Whatsaap, e eu me incluo nele, assim nos mantemos conectados e qualquer estranheza na rua um comunica o outro. Minha mãe sempre disse que nos momentos de precisão muitas vezes quem nos socorre é sempre aquele que está mais próximo, no caso os vizinhos, por isso é bom mantermos boas relações. Há alguns dias tentaram invadir a casa de um casal de idosos, só depois vim a saber que a casa estava vazia pois o casal de idosos portugueses havia falecido, eles faziam parte da turma do "nariz em pé", achei estranho ambos morrerem ao mesmo tempo, pensei até que tivesse sido acidente, mas não, na verdade o velhinho adoeceu e estava desenganado aí os médicos liberaram a visita e numa dessas a esposa pegou covid-19, resumo do drama, ele morreu e uma semana depois ela se foi, triste né ?! Se a gente pensar romanticamente foi até bonito terem partido juntos, mas por outro lado, partir ?! quem é que quer ?! Eu, com esta minha cabecinha impregnada de maus pensamentos, não quero ! Ontem, de manhã bem cedo, meu portão se encheu de viaturas, ao sair com os cachorros para passear perguntei a um dos policiais se havia acontecido algo, foi quando ele me disse que se tratava de uma morte natural, o vizinho do lado, não tão velho, mas tomado pelo vício do álcool veio a falecer, ou seja, mais um. É, uma rua tão pequena e tão desfalcada... triste mas é a vida, ou melhor, a morte, que espreita e não avisa, é ruim hein ?! Como disse antes estou sem pressa nenhuma, me erre, por favor ! rsrsrsss. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

"Lições"

Quando vi no facebook que ele estava de volta quase não acreditei.

Fiquei tão feliz por ele ter voltado.

Gosto tanto das coisas que escreve.

Uma pessoa 100% do bem.

No seu texto ele se anuncia de volta e agradece muito aos amigos que torceram e rezaram por ele.

É incrível como a esperança faz toda a diferença na vida da gente.

Enquanto tivermos esperança haverá vida, desejos e motivações para seguir adiante.

Cada sentimento tem o seu devido valor e a gente só aprende a valorizá-los quando os vivenciamos na pele, caso contrário tudo parece piegas demais.

Eu tenho vivido intensamente alguns sentimentos, aprendendo coisas que só os atropelos da vida pode nos ensinar.

 " Nunca, nunca é tarde para aprender !"

Lições da Vida !

Eu que o diga !


       


quarta-feira, 7 de outubro de 2020

"Rotina"

 Mais um dia que promete esquentar.

Aos poucos vou me reanimando.

Tenho planos para hoje.

Coisas de dona de casa, afazeres domésticos que preenche meu dia.

Não acho ruim, acho bom.

Fico feliz quando faço as coisas que gosto e as que precisam ser feitas.

Me dá a sensação de utilidade.

É bom ser útil.

(rsrsrsss)

Lembrei do pano de chão.

Pano de chão também é muuuito útil !

Desfoca Silvia, desfoca....

Tive um sonho legal esta noite.

Algumas pessoas conhecidas e um menino lindo que conheci apenas no sonho.

Esquisito isso !

O menino se interessou por mim e me senti lisonjeada.

Foi um sonho bom.

Esquisito isso !

Gostar do sonho....

Ah ! lembrei de dizer.

Escolhi o livro e já estou lendo há algum tempo.

Clássico, pra variar um pouquinho.

Ontem a noite li antes de dormir, coisa rara.

Será que o livro tem a ver com o menino ?!

Pode ser.

Pode ser também que não seja tão esquisito assim.

É, pode ser.

Bora bora trabalhar....bora bora fazer o que dá....

Fui !




terça-feira, 6 de outubro de 2020

"Resposta"

 Quer que eu te responda agora ? Quer ?

Só vira tapete, capacho, pano de chão quem quer, ou melhor, quem se deixa.

Não se deixe !

Acredite você não é, mesmo que muitas vezes você possa se sentir....

Reli aquele texto mais que três vezes, muito mais !

A primeira vez me vi.

A segunda vez duvidei.

A terceira vez examinei melhor, questionei.

A quarta vez fiz as contas.

A quinta vez refiz as contas pra ter certeza.

A sexta vez somei tudo, conferi com exata precisão.

Estava errada, não era eu.

Sou ruim de matemática, de lógica então, nem se fala.

Não importa a idade todo mundo é um pouco infantil, em todos os sentidos, do mais singelo, ao mais tolo e perverso sentido da infantilidade.

Há meios de se descobrir, o meu é este aqui.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

"..."

 Quem sou eu dentro da minha insignificância ?

Quem ???

Triste querer se enxergar e não conseguir se ver.

Sou o nada.

No vazio da minha pequenez.

Sórdida e ordinária.

Tal qual pano de chão.

Que serve tão somente para servir.

Que de nada vale.

Que de trapo vira.

Que de puído desmancha.

Serei eu um pano de chão ?

Serei ???

sábado, 3 de outubro de 2020

"Nua"

Há três dias estão atirando carvão nas caldeiras do inferno, gente ! que calor é esse ???

A temperatura elevada me faz tomar muita água durante o dia e isto é bom, considerando que é bastante saudável ingerir líquidos, coisa que faço pouco, exceto nos dias de calor intenso como estes que estamos vivendo.

 À noite quando tudo deveria refrescar, não refresca, nem um tiquinho, as paredes da casa exala todo o calor que acumulou no decorrer do dia, o colchão esquenta muito, lençol e roupa na hora de dormir nem pensar, só mesmo o ventilador ligado pra dar uma trégua, a vontade que tenho é de ficar um tempo dentro da geladeira.

Já reparou como o povo reclama de tudo ?! *O povo pobre né, porque os ricos estão debaixo do ar condicionado.

Rabugice é coisa de velho ou de pessoa mal humorada e, eu escolho não ser mal humorada (rsrsrsss).

Então eu fico feliz, penso pelo lado positivo, mexer com água neste calor é uma delícia, lavar quintal, lavar roupa, regar as plantas, deixar a casa aberta e arejada, tomar banhos de chuveiro, de mangueira, enfiar a cabeça embaixo da torneira no tanque.... enfim vale tudo pra refrescar.

***Se eu fosse avó compraria uma piscina de plástico mas, como não sou, nem cogito (rsrsrsss)

Ôôôô Dóóó !!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

"Bem - Vindo Outubro !"

 É o segundo texto de hoje, o primeiro deixei no rascunho, o título era "Meias Verdades", uma espécie de comunicação direta a uma determinada pessoa (##). Me pergunta : Por que não publiquei ?! Achei melhor não, ficaria sem sentido para outros que por ventura viessem a ler, então achei melhor não publicar. Deixei pra lá ! *mas está guardado, um dia quem sabe?!

Já tem um tempo que voltei para as aulas presenciais de Canto, continuo estudante e muito amadora, mas como gosto de cantar persisto em me distrair.

O professor tem feito uns videoclipes com algumas canções, tudo muito amador, ele me pede autorização para publicar e eu permito desde que não me marque em suas postagens, morro de vergonha de parecer ridícula, principalmente pra quem entende do assunto (##).

Quando acho que devo eu mesmo publico no meu Instagram, mas sabe por que ?! Vou explicar :

Eu penso, e nem sei se penso certo, que o Instagram foi feito pra isso, pra deixar registrado o meu cotidiano, as coisas que curto e gosto de fazer, como cantar por exemplo, e como posso restringir quem pode acessá-lo não me preocupo com as críticas, quem quiser ver ou ouvir que veja e que ouça e se não quiser que role para cima, simples e fácil como fazer um café, acho que no Instagram o botãozinho do   Foda-se fica ligado mais tempo.

Mudando de assunto...

Hoje é primeiro de Outubro ! Caracales !!! Dá para acreditar ?! Que aninho maledeto !!! Desejo que Outubro seja suave. Oxalá !!!!!

Espero que no próximo texto eu tenha algo melhor pra contar... hoje eu me dividi, aí deu no que deu, prometo melhorar !


"Meias Verdades"

"Bem-Vindo Outubro"

"Descabelada"

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

"Be Strong"

 Nunca fui ligada em tatuagem, e também nunca pensei que um dia viesse a tatuar o meu corpo.

Para os meus pais era inadmissível e, como boa filha, era impensável contrariá-los.

Embutido nesta resistência havia grande dose de preconceito, tanto da parte deles quanto da minha.

Quando meu filho quis ser tatuador fiquei muito frustrada, sabe aquele sentimento de que não era isso que sonhei pra você ?! pois então, foi assim que me senti, mas por bem tenho algo de bom dentro de mim, sempre penso que a pessoa deva fazer o que acredita e o que a faz feliz, e desde que não prejudiquem ninguém, meus filhos podem sim contar com meu total apoio.

De uns tempos pra cá comecei a amadurecer a ideia de me tatuar, foi por ocasião do meu aniversário de sessenta anos, mas não queria fazer qualquer tatuagem, queria um desenho que representasse o meu momento.

Então escolhi a Sakura e a frase "be strong".

Significado :

Bem, o "be strong" na sua tradução já se explica por si, "ser/seja forte", e eu sou, embora muitas vezes eu duvide da minha fortaleza, então a tatuagem é pra me lembrar de que sou sim muito forte, já passei por poucas e boas e permaneço em pé, confiante, buscando a serenidade, a paz e um pouco de humor pra seguir adiante.

Já a Sakura é o meu lado mais frágil e romântico que por vezes tento camuflar e esconder.

O processo da primeira florada da cerejeira é lento, faço aí a referência do meu amadurecimento, é como se a minha primeira flor tivesse nascido apenas agora.

Não é fácil envelhecer, mas foi gratificante chegar aos sessenta, sei que o processo do envelhecimento chega pra toda gente, mas de verdade, por dentro me sinto ainda uma menina, a tatuagem não é um sonho nem tão pouco uma vaidade, visto que no local em que se encontra mal posso admirá-la, mas é uma marca, ou um marco, de um novo ciclo em minha vida, no ápice da minha maturidade que grita a todo momento dentro de mim : "Yes I can !!!!"


I Love My Tattoo !

Yes I Can !!!!

Be Strong !

*tem que ser onda forte pra me derrubar...


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

"Foto Antiga"

 Recebi algumas fotos antigas ontem pela manhã, se vê que a minha prima que mora em Barretos estava melancólica e saudosista, foi ela quem compartilhou as fotos comigo.

Havia duas fotos minha 3x4, ainda em preto e branco, que eu mesma não as tinha, daí lembrei que antigamente tirávamos este tipo de foto para o documento da escola, era no mínimo seis mas o fotógrafo nos agraciava com sete, por isso o que sobrava distribuíamos entre os parentes mais próximos, estas duas fotos pertenceram a minha tia, já falecida.

Nossa, como eu amava a irmã de minha mãe ! Sempre desejei ser sua afilhada, só mais tarde entendi que a nossa diferença de dez anos na idade é que nos impediu mas, se ela não era minha madrinha de fato sempre foi minha madrinha do coração, talvez por isso as fotos estavam tão bem conservadas.

Fiquei olhando as fotos.... tão antigas..... me reconheci nelas.... tão menina !!! ....sempre tento retroceder a memória o mais longe que consigo ir.... a foto de cabelo curtinho tirei em 1970, numa época que deu uma febre nas meninas de cortarem o cabelo "á lá Joãozinho", e eu não fugi à regra, mesmo com os cabelos lindos, compridos e lisos, fui à cabeleireira e pedi pra meter a tesoura.... arroubos da juventude.... e a outra foto de 1972 já com os cabelos crescidos, no auge dos meus doze anos, com a cabecinha repleta de sonhos alimentado pelo primeiro e platônico amor (##)....

O espaço de tempo entre as fotos antigas e o meu agora são de cinquenta anos, dá para acreditar ?!!!

Envelhecemos por fora mas a nossa essência permanece... pra sempre !

A adolescência é um período difícil e ao mesmo tempo maravilhoso, difícil pelas incertezas que a vida nos reserva e também pela nossa própria insegurança, e maravilhoso por tudo aquilo que ela representa, é que quando somos jovens a gente infelizmente não se dá conta.

Mas a vida é isso, é o viver, por isso a gente nem liga, a gente vive, protegida pelo acaso, Vivi.



Silvia-Adolescente.

1970- Cabelo Curtinho

1972- Cabelo Comprido

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

"Terceira Pessoa"

Acordou leve, a noite de sono caiu-lhe como uma luva, dormiu, profundamente, a noite inteira, sonhou que havia construído, com muito sacrifício, as próprias asas, trabalho minucioso, pena por pena, coladas uma a uma com cera quente, tal como Ícaro buscando fuga do labirinto ela desejou se ver livre dos maus pressentimentos, então abriu a janela, olhou para o céu e, rogou ao senhor do vento que lhe mandasse pelo menos uma brisa, fechou os olhos e sentiu-se independente pela primeira vez, depois de tantos anos carregando o fardo da obediência que lhe cabia, elevou seus pensamentos e se atirou alada sob o céu imenso, desejou que suas palavras fossem ouvidas por quem de fato as ouviria.
Voou alto, de lá pra cá de cá pra lá, brincou com o vento, estava feliz, experimentando a liberdade,  e se ela sorrisse ? e se ela gritasse ? e se ela escrevesse ? Poderia pedir gentilmente ao Senhor do Vento que espalhasse a boa notícia, sem peso, sem dependência de tão necessitada atenção, voou mais e mais, tão grande o céu, não percebeu que seus devaneios se aproximaram em demasia do calor do sol que derreteu lentamente suas asas, imprudente despencou das alturas e enquanto caia seu coração parou, sentiu o calor que explodia por dentro, sentiu o vento jogando seus cabelos para cima, sua mente apagou na imensa escuridão, de repente o nada, o vazio, tudo se findou.


"Quente - Frio
Aurora - Crepúsculo
Riso - Choro
Claro - Escuro
Luz - Trevas
Começo - Fim"
Podemos escolher ?!
"Sim - Não
Quem Sabe -Nem Sempre"




domingo, 20 de setembro de 2020

"Boas Notícias"

 Aos poucos aquela nuvenzinha preta que pairava sobre minha cabeça vai se dissipando.

Que alívio sinto !

Sexta-feira estive com o médico para entregar-lhe meus exames e o resultado da análise patológica foi "benigno", ufa ! tirei uma tonelada das costas e agora a vida se infiltra lentamente em meu corpo.

Estou viva ! Há perspectivas, posso sonhar e fazer planos.... Portugal, ano que vem, quem sabe ?!

Também sei que nada nesta vida é garantido, num segundo tudo pode acontecer, entre estar vivo e morrer é um traço, e o nosso mundo pode mudar, virar de cabeça para baixo, mas o pior é morrer por antecipação é ficar martelando sobre dor, perdas, doenças, é viver neste sofrimento contínuo. Juro como não queria me preocupar tanto e ser diferente do que sou, só que nesta altura do campeonato é difícil mudar, o máximo que posso fazer é continuar tentando.

E assim vou seguindo meu caminho, fazendo as coisas que gosto e que me distraem, cuidando daqueles que amo e que estão próximos, deixar este sentimento de gratidão tomar conta de mim.

Sou o que sou, o que penso e o que sinto, como reajo e como me expresso, o que digo, o que omito, como escrevo quando escrevo, com filtro, sem filtro, desconfiômetro ligado ou não, apertando o botão do foda-se ou me segurando pra não dizer nenhuma besteira que possa ferir ou magoar alguém.

Penso (##) todos os dias, as vezes com raiva de mim, querendo não pensar e já pensando, mas decidi deixar a vida me levar, se quero pensar, penso, que mal há ?! É tão somente pensamento...

Acho que a vida é isso, um eterno fazer e pensar...não tão eterno, afinal somos seres finitos, mas enquanto viva estiver terei muito a fazer e outro tanto pra pensar.

Viu como estou melhorando ?!!

Liga não para as minhas divagações.

Eis-me de volta !!!



terça-feira, 15 de setembro de 2020

"Costurando"

 Oi,

Sabe o que ando fazendo ? Me distraindo com a costura. Já tem um tempo que minha mãe me deu uns tecidos de algodão, desses que serve tão somente como panos de prato, e é justamente o que ando fazendo, panos de prato, e sabe por que ? Porque não tem erro, não preciso queimar os meus miolos para confeccioná-los, sabe como é, costura reta, costurou tá pronto.

Aí no domingo presenteei minha mãe e minha nora com os tais paninhos de prato, foi quando minha mãe contou a história do tecido....

Um primo nosso trabalhava numa tecelagem que faliu e recebeu alguns rolos de peças fechadas como pagamento daí  meu pai, para ajudar a família, comprou alguns metros de tecidos e deu para minha mãe, que por sua vez os guardou por anos e anos até que, por fim, os mesmos chegasse em minhas mãos, eis os panos de prato.

Interessante saber que esta história tem cerca de trinta anos, meu pai e meu primo já se foram e os panos estão aí, intactos, prestes a nos servir. * Esquisito isso !

Os bens materiais, desde que bem cuidados, duram muito mais do que a gente.

Trocando de assunto.... Ainda não escolhi o livro, preciso de inspiração, como ela ainda não veio vou me distraindo com outros afazeres.

Também preciso escrever para o Theo, estou em falta com ele, tem acontecido tantas coisas pesadas dentro e fora de mim que não chegam nem perto das bobagens que escrevo por aqui, e é com o Theo que desabafo, sim, porque ele me ouve e me entende e não cobra nada de mim, mas para escrever para o Theo eu tenho que me despir inteira, e ando muito cheia dos pudores, e é isto que anda me impedindo, porque se não for pra ser verdadeira melhor não ser nada, prefiro deixar quieto, acho que até nisso Theo me entende, não chegou a hora ainda, mas não tardará vou sim escrever-lhe. Desculpa Theo !

Por enquanto volto para os meus paninhos...




sábado, 12 de setembro de 2020

"Martelando"

Pelo calor que anda fazendo estou achando que não teremos Primavera, pularemos direto para o Verão, mas não vou engrossar o roll dos insatisfeitos, o calor é bom e o sol sempre reanima, pelo menos na parte da manhã, quando ainda está um tanto fresco para o meu gosto.

Acredita que não consegui escolher um livro novo para ler ?! A história de Clarissa ainda está martelando na minha cabeça.

Não queria contar mas preciso esclarecer alguns pontos...

A professorinha é descendente de uma família tradicional gaúcha, seu avô no final do século dezenove era muito rico e tinha enorme prestígio, mas os seus filhos são uns verdadeiros desastres pra não dizer trastes, começando pelo pai de Clarissa e se estendendo aos tios, um alcoólatra e o outro viciado em cocaína. Ela por sua vez é obediente mas não é cega, contudo pouco ou nada faz para mudar a situação em que vive. A única pessoa fora daquele contexto é Vasco, seu primo, que não é bem visto nem quisto por sua família. É ele que faz com que Clarissa comece a se questionar sobre a moralidade de seus familiares....

*Não vou me estender mas preciso questionar :

Acontece ainda nos dias atuais, muitos descendentes de famílias abastadas entram em decadência moral e financeira por pura incompetência, mas eu particularmente acho que não é só incompetência, acredito que a soberba e o orgulho lhes dificultam enxergar a real situação, não querem dar o braço a torcer e acreditam que assumir de fato o que se tornaram é muita humilhação. Preferem viver dentro do seus palácios com suas paredes descascadas e janelas carcomidas pelo tempo à buscar seu espaço através do seu próprio esforço. É mais fácil se acomodar e só reclamar. É isso que acontece no romance, não tem ninguém pra dar uma chacoalhada e dizer, gente, acorda !!!

Eu não sei qual a herança que estas famílias deixam aos seus descendentes, de verdade não sei.

Mas quando a pessoa encontra as facilidades, automaticamente ela se acomoda, como se a situação confortável fosse uma fonte inesgotável.

Minha formação foi tão diferente, sabe ?!

Nós éramos pobres, não paupérrimos, pobres. O dinheiro era contado pra tudo, e as vezes não tínhamos dinheiro. Meus pais nunca nos deixou faltar nada, mas não havia desperdícios ou abundância. As vezes queríamos algumas coisas e nos frustrávamos por não tê-las, mas aprendemos a esperar a hora certa e a lutar por aquilo que realmente queríamos. A escola e a educação era o nosso bem maior e nossos pais sempre diziam que era nossa única herança.

Então tudo o que conquistamos foi através do nosso esforço, me orgulho muito da minha história de vida mas, vejam como são as coisas, não vejo em meus filhos o mesmo empenho, eles são acomodados e satisfeitos com o que tem, aí me pergunto se eles saberão manter-se quando não estivermos mais aqui, difícil responder.

Acho que as marteladas na minha cabeça são os meus medos daquilo que não posso controlar muito menos prever.

O romance termina sem fim, há inúmeras possibilidades para o desfecho da personagem Clarissa, tanto ela pode dar um rumo diferente para a própria vida se entregando ao amor que descobriu que sente por Vasco como também pode se render aos caprichos insanos daquela família obrigando-a a se casar com o imigrante próspero que aos poucos toma posse de todos os bens.

Vou ficar com a ideia de que mesmo obediente ela se rebelou contra sua família embora, naquela época em 1936, a segunda hipótese seria com certeza a mais provável.

*Bem, vamos deixar de conversa e procurar um novo livro que me faça  ter outros questionamentos não é mesmo ?!

Depois te conto !

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

"Música ao Longe" - Érico Veríssimo

 Hã ? Hein ? Oi ?? Como assim ???

Mas qual ?! O livro não terminou ele foi interrompido, cadêêê ?!!!

Impossível ! finalizei o capítulo, fechei o livro e pensei, não vou esperar para ler mais tarde eu preciso saber... retomo a leitura e ???... não tem capítulo, verdade, aquele foi o fim, as páginas seguintes relatam apenas sobre o autor e a história em si, nada além.

Fiquei a ver navios.... me lembrou o filme "E o Vento Levou", que no final, não tem final.... amanhã será outro dia.... ah vá ?!!!

Deixando de lado esta imensa frustração vamos as minhas impressões...

Quem faz o prefácio é o autor, logo de cara ele se desculpa, diz que o livro foi escrito às pressas só para participar de um concurso, bem, primeiro que não achei certo o autor falar mal do próprio livro assim logo de cara, mas entendi sua justificativa, qual pai gosta de ouvir criticar os filhos ?! Melhor ele mesmo fazê-lo não é mesmo ?!

Comecei a leitura e pensei, se não foi bom o suficiente para o autor está sendo bom o suficiente para mim pois de imediato a história me envolveu. Que bom que Érico Veríssimo escreveu para nós, rélis mortais, pouco entendidos de literatura, facilitou bastante meu entendimento. Ah, diga-se de passagem, bom ou ruim ele ganhou o tal prêmio de literatura com esta obra.

Clarissa é uma jovenzinha de 16 anos, professora, vive na cidade de Jacarecanga, vem de uma família tradicional gaúcha, cuja importância se desfez gradativamente ao longo dos anos. O autor faz a narrativa acrescentando as particularidades do ponto de vista desta personagem feminina através do seu diário. Clarissa relata suas memórias de infância e também sua rotina atual a decadência financeira e moral dos membros da família. Ela é romântica e apaixonada por versos, acredita no amor mas não o reconhece por não tê-lo vivenciado até então. Fixa-se nos versos do seu autor preferido, Paulo Madrigal, que diz que o amor que a gente ainda não sabe que é amor, parece uma música ao longe.

Bem, não vou contar a história, perderia todo interesse e a graça, mas deixo o livro como sugestão, embora este romance não seja o mais famoso de Érico Veríssimo, é sim uma excelente leitura.

Particularmente adorei o livro e como não teve final farei como no filme "E o Vento Levou", deixarei por conta desta minha fértil imaginação ! Dou-lhe o final que me aprouver.




*Leia e depois me conta ! 

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

"Diário 09/09/2020"

Cacilda !!! Será que a gente nunca tem paz e sossego ?!

Peraí, tô reclamando do quê ?!

Que bom que as coisas acontecem mesmo que sejam ruins, aliás penso, se tiver me incomodando, ótimo, é sinal que estou viva... Vivaa !!

Me lembrei agora de uma discussão entre meus filhos, foi a primeira e única vez que os vi brigar, isto depois de adultos porque quando pequenos nunca brigaram. O mais novo estava choroso por conta de uma dor no braço, com certeza uma tendinite e o mais velho entrou no quarto muito bravo e disse-lhe com voz áspera e muito zangado, "tá doendo seu braço ? sorte sua é sinal que você tem braço !", pra quê foi dizer aquilo, o pequeno surtou, na hora fiquei apreensiva pois nunca os tinha visto bater de frente, mas depois que passou achei graça, o filho mais velho tem uma maneira serena de ver as coisas, já o mais novo é mais dramático e passional, adivinha quem puxou ?!

 Eta menininho difícil !!!

A dona Pietra está sem poder colocar a patinha direita no chão, anda mancando, isto quando anda, está amuadinha, não quis comer e só quer ficar deitada, o que me aflige, se acaso não melhorar levarei na veterinária. Sei que ela já tem idade e que os problemas de saúde surgirão, queria encarar com naturalidade só não consigo porque na minha cabeça os meus medos piora toda e qualquer situação.

 Eta mulherzinha difícil !!!

Mas não vou reclamar, tenho sim é que resolver, focando nela deixo de focar em mim.

Cara, vamos por ordem nisso aqui, um problema de cada vez, sim ?! 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

"O que sucede ?"

Uma hora a solicitação de amizade está lá e num passe de mágica deixa de estar.... Why ???

Quem pode entender o que se passa na cabeça das pessoas ?! Eu já desisti.

Pode haver inúmeras razões para se voltar atrás mas não vou me arriscar a imaginar nenhuma delas.

Poderia fazer o movimento contrário mas não me atreveria.

Há tantas pessoas interessantes neste mundo e vivemos rodeados sempre das mesmas, conhecer gente fora do contexto da minha realidade é instigante e ao mesmo tempo perturbador.

Será que causo algum tipo de curiosidade em alguém ? Acho que não. Pode ter certeza que não há existência mais morna e sem graça que a minha.

Não conheço motel, boate, drogas, nunca tomei um porre o mais transgressor que fiz foi ter cabulado aula na adolescência pra ir no Sambão na Guilherme Giorgi ou o dia que menti para o namorado pra poder ir á festa de casamento de um amigo no Jardins.

Sou do tipo certinha, que tenta a todo custo ser politicamente correta, porque não dizer uma chata de galocha, tem coisa mais enervante ?!

Por outro lado desde pequena sempre torci pelas bruxas e pelas vilãs, as mocinhas sempre me irritaram muito !!! Então por que sou tão certinha ?! Mas vem cá, eu sou ??? De verdade eu sou certinha ?

Meu sentimento na volta do casamento do amigo em mil novecentos e bolinha não foi de culpa, foi de felicidade..."o que a gente faz é por debaixo do pano...." rsrsrsss

Ah sei lá ! Só tento não ser mau caráter, não que eu não seja, mas tento não ser.... fico pensando que a vida poderia ser cor de rosa pra toda gente.

Por outro lado se a vida fosse boa indistintamente, todos seriam certinhos, mornos e sem graça como eu e viver seria um tédio, já pensou encontrar todos os dias com as mesmas pessoas ?!

Ah, dona Silvia ! estou igual ao Américo Vespúcio tentando consertar o mundo, achando que a melancia deveria nascer na árvore frondosa enquanto as jabuticabas, tão pequeninas, deveriam nascer em ramas espalhadas pelo chão, já pensou uma melancia caindo na minha cabeça ?!

Vamos deixar o mundo como está, e quanto as pessoas, bem, haverão as frias, as mornas como eu e as prestes a entrar em ebulição... 

Podemos temperar esta água ? Sim, se a gente quiser a gente pode mas, basta apenas querer ?!!!

Vai entender os motivos ou os medos que nos impede !

Quer saber, deixa pra lá !



domingo, 6 de setembro de 2020

"Tola"

 As vezes me sinto mais tola do que na realidade sou.

Sei que preciso falar ou melhor escrever para que eu própria me faça entender.

Há zilhões de coisas que passam por esta cabecinha insana.

Estou lendo "Música ao Longe" de Érico Veríssimo, no livro há uma citação que diz o seguinte "quando paramos pra pensar no que escrevemos jamais conseguiremos escrever o que de fato pensamos" penso que isto é uma grande verdade, porque entre o pensamento e o ato há um filtro imperceptível, uma censura velada, não sei explicar mas há.

Por outro lado acho prudente que assim seja, pois a minha verdade não é a sua verdade e os pontos de vistas podem ser bem diferentes de acordo com o ângulo ao qual nos posicionamos.

Me incomoda muito pensar que de alguma maneira eu possa ter ofendido ou magoado alguém, embora o faça através do pensamento, aquele sabe ? que passa pelo filtro e não se concretiza em palavras *ainda bem !

Me reprovo, me censuro.

Estas últimas semanas passei por momentos bem difíceis, tudo por conta desta minha ansiedade que não sei controlar.

No dia da minha consulta acordei as três horas da manhã e não consegui dormir mais... coisas de "Laurinha Figueiroa", conversei com o médico a respeito mas é praxe deles não se abalarem com as dores alheias, então o que faço é tentar me controlar, deixar o rumo seguir e fazer de tudo para desviar o foco das coisas que me deixam triste, impossível querer controlar o incontrolável, seria o mesmo que tentar fazer o curso do rio voltar pra sua origem, não dá, assim é a vida, sempre pra frente....

O que poderia ser é o "Se" e como já disse dezenas de vezes o "Se" não existe.

Poderia estar passeando pelas alamedas de Lisboa, poderia Se....

É feriado prolongado, um monte de gente foi viajar e estamos aqui, sãos e salvos, totalmente protegidos.

De quê e pra quê ?! Excesso de proteção nos impede de viver. *Há tempo ?!!!

Esta temperatura amena e gostosa me faz ter planos para aproveitar o final de semana da melhor forma possível.

Me sinto viva e o meu ânimo sinaliza que as coisas vão melhorar...

"Resta, quanto tempo ? Não sei. O relógio da vida não tem ponteiros. Só se ouve o tic tac...Só posso dizer : "Carpe Diem" - colha o dia como um fruto saboroso. É o que tento fazer. *Rubem Alves.

Bem, é isso ! 

Vou saborear o meu dia, Até !



 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

"Atenção - Desembarque !"

 Nossa viagem foi planejada com antecedência, como toda boa e inesquecível viagem que se sonha, o embarque seria hoje, primeiro de setembro, voo direto para Lisboa, sem escala, e depois de dez horas lá estaríamos numa casa alugada no "Airbnb" prestes a saborear os autênticos pastéis de Belém, mas a Pandemia virou o mundo de cabeça para baixo e os nossos planos forçosamente tiveram que ser adiados, pra quando ? só Deus sabe, talvez para o ano que vem ou talvez para nunca, quem sabe ou quem poderá saber ?! Quem é que preveria este ano de 2020 ?! Nem eu, nem você, nem ninguém.

Na minha cabeça estava tudo cronometrado, uma semana em Lisboa, depois o trem, mais uma semana no Porto e por fim, dez dias em Figueira do Castelo de Rodrigo na casa dos compadres, conheceríamos a parte norte de Portugal ciceroneadas pelo compadre, percorreríamos algumas aldeias, quem sabe atravessaríamos a fronteira para conhecermos a Espanha e por fim alcançaríamos o nosso objetivo, as aldeias de Trás dos Montes, lugarejos onde meus avós nasceram e viveram sua infância, Freixo de Espada à Cinta e Mirandela.

Contudo, nada nesta vida é exato, e os imprevistos acontecem, tenho sim é que aprender a lidar com as adversidades e as frustrações, se deu deu e se não deu paciência.

De verdade não estou sofrendo pela viagem que não fiz, minhas apreensões por hora são de outra natureza, muito mais séria e muito mais preocupante.

Para o bem da humanidade esta vacina precisa sair e ser eficaz pra valer, caso contrário estaremos sempre apreensivos e em alerta o que nos tiraria qualquer prazer em vivenciar a viagem com paz, alegria, leveza e despreocupação.

É ! Não houve embarque porque desembarcamos antes os nossos sonhos. Que massada !!!!

Apenas hoje vou desfazer a mala que por conta da minha ansiedade estava pronta há meses.

***Atenção senhores passageiros desfaçam de suas bagagens e gentilmente desembarquem !

***Desembarquei.

Por hora pode guardar o passaporte !



*Por hora podemos guardar os passaportes !


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

"31 de Agosto - E o Pulso Ainda Pulsa"

 Há seis anos ela descansou de tanto que se exauriu, foram longos anos de luta contra um câncer de mama.

Fui visitá-la em junho quando seu estado de saúde se agravou.

Encontrei-a pálida quase sem cor, usava um gorrinho de lã, muito magra e com sorriso no rosto, tamanha a felicidade em nos ver.

Estava tão debilitada que não havia a necessidade de fazer o sacrifício em nos buscar no aeroporto da cidade de Dourados - MS visto que a casa onde moravam ficava distante e o carro velho toda vez que passava por um buraco na estrada de terra lhe causava visível incômodo, percebido nas suas feições que se contorciam de dor sem dizer um único "ai", só depois foi nos explicado que o fato dela estar ali não era apenas consideração por mim ou por minha mãe, sua irmã, o que ela sentia era muito medo de estar só.

Ficamos hospedados em sua casa durante uma semana e de tudo o que vi e presenciei o que me vem na cabeça é um trecho da música dos Titãs "...o pulso ainda pulsa..." Como pode um corpo sofrer tanto ? Como pode um corpo aguentar tanta dor ? ... e o pulso ainda pulsa...

Esta doença é perversa e desumana, nos reduz a nada, nos humilha, esfrega nossa cara no chão junto com nosso ego e todo o nosso orgulho... e o pulso ainda pulsa...

Eu não sei explicar em palavras o que aprendi aquela semana em Dourados, sei que foram inúmeras lições.

Com todo aquele sofrimento ela ria e nos contava histórias, mesmo sem conseguir comer nos acompanhava á mesa, foram longas conversas amenas e jamais conversamos sobre a gravidade daquele momento, porque o pulso ainda pulsava...

Houve um dia em que ela me contou que a angústia lhe batia ao entardecer, quando o sol lentamente se escondia nas planícies, angústia e medo de morrer, acho que era isto o que queria dizer, mas nunca confessou abertamente porque desviávamos todo e qualquer assunto ao que se referisse a morte.

Na hora de ir embora enquanto o Táxi nos aguardava pude me despedir dela com um longo e forte abraço, seus olhos marejaram, se encheram de lágrimas e ela me pediu que cuidasse de minha mãe porque sabia que sua morte lhe causaria grande sofrimento e eu só consegui lhe responder que não se preocupasse que minha mãe era uma pessoa muito forte, subtendendo que ela aguentaria o tranco.

Penso que fui tão inábil e tão insensível naquele momento, não era nada daquilo que eu queria dizer, quis sim me fazer de forte, mas na verdade estava desabando por dentro e não queria deixar transparecer.

Ela estava muito mal e eu presenciei aquela semana... e passou junho... e o pulso ainda pulsava... passou julho inteiro com seus intermináveis 31 dias... e o pulso ainda pulsava... e veio agosto inteiro, dia após dia e de tão cansada ela finalmente conseguiu morrer dia 31 de agosto de 2014.... o pulso por fim parou de pulsar...


*choro por sua dor...choro por sua ausência... pulso...






sábado, 29 de agosto de 2020

"As Pontes de Madison"

 Finalizei o livro "As Pontes de Madison" de Robert James Waller.... não sei nem por onde começar, há tanto o que dizer...

Óbvio que devo ressaltar, mais uma de tantas vezes, que não sou crítica literária e muito menos é meu objetivo fazer um resumo da história, aqui registro apenas as minhas impressões, então vamos a ela...

O livro realmente me pareceu roteiro de filme; consegui imaginar  a atuação dos atores Meryl Streep e Clint Eastwood em cada parágrafo do livro como se estivesse realmente assistindo a película.

Foi uma leitura rápida e fácil pela dinâmica da história, um tanto açucarada para o meu gosto, contudo foi bem envolvente e me fez lembrar dos meus dezoito anos quando pegava aqueles romances de banca de jornal com nome de mulher tipo "Sabrina" onde me deleitava com suas histórias melosas e picantes.

A história retrata um romance fugaz entre um homem e uma mulher na idade madura, e só não seguiu adiante pelo fato dela ser casada, ter filhos e viver numa cidade pequena onde todos seriam estigmatizados, ou seja, o preço da sua felicidade seria alto demais e nenhuma de suas escolhas a tornariam feliz de fato, então ela preferiu ser infeliz mantendo a fidelidade á sua família.... é ! difícil ! mas assim se desenrolou aquele caso de amor....

Minhas particularidades...

Qual mulher não gostaria de ter vivido um amor assim ? Mas amor assim existe ? Digo, existe de verdade ou apenas na literatura ?

Eu acredito que o  platônico deixa tudo sublime e perfeito demais em qualquer circunstância e assim deve permanecer para que este "suposto amor" se mantenha no seu inviolável pedestal, caso contrário a realidade profanaria o que seria de mais sagrado, a perfeição daquilo que se imagina.

Nossa cabeça nos rege, acreditamos naquilo que queremos acreditar, e eu não acredito em alma gêmea, mas acredito que podemos fazer uma história de amor fantasiosa para podermos suportar as agruras do cotidiano do amor real, então imaginar que um dia existiu alguém especial e que houve entre um homem e uma mulher, independente da idade, uma conexão que vai além do nosso entendimento racional, não é fuga e sim um alento.

Entre os personagens houve esta conexão e ambos se mantiveram fiéis aos próprios sentimentos além de suas existências, utópicos e apaixonantemente irreais, eis a beleza deste romance e se há por ventura alguma similaridade com a minha história ela só existiu na minha santa imaginação.

*Leitura despretensiosa... vamos ao filme...






quarta-feira, 26 de agosto de 2020

"Chocha"

 Parece que estou ouvindo a voz da minha vó materna dizendo "estou chocha !" ela usava bastante este termo quando estava meio apagadinha e hoje quem está chocha, murcha, sem graça sou eu, aliás já tem um tempo que ando "meio" inteira chocha, me esforçando muito para reverter este quadro.

Posso dizer que esta semana estou bem melhor do que a semana passada, vislumbro aí uma sensível melhora.

Comecei a ler o livro que tanto queria, aquele que virou filme e foi um grande sucesso: "As Pontes de Madison".

Não quis assistir ao filme antes de ler o livro. Sei mais ou menos que se trata de uma história de amor, desencontros, escolhas, renúncias... enfim só lendo pra saber qual o tempero de tudo isto e se o enredo vai me agradar como agradou tanta gente. Desconfio. Não sou do contra mas sou difícil.

Assim, meio por cima, pensei que talvez pudesse me identificar com o livro...sorrio sem graça com tamanha bobagem.

Há bem pouco tempo tive a oportunidade de conhecer melhor meus personagens e descobri que eles eram pessoas incríveis apenas dentro desta minha cabeça fantasiosa, na realidade eles eram pessoas pra lá de normais com poucas virtudes e muitos defeitos, tão reais como eu ou você, sem nadica de nada de tão especial.

O que me fez sentir aliviada por saber que não perdi absolutamente nada e que inconscientemente minhas escolhas me protegeram do mal que poderia estar fazendo a mim mesma.

Será que nem bem comecei a ler o livro já misturo ficção com realidade ?

Quem é que tem tanta certeza de suas escolhas nesta vida ?

Os tolos, talvez....

Vamos deixar de bestagem... e vamos ao livro !



domingo, 23 de agosto de 2020

"Domingo Dia de Nada"

 Ficamos sabendo que os compadres de Águas de Lindóia pegaram Covid-19. O compadre, diabético, está assintomático, quanto a comadre o vírus lhe pegou de jeito. Pelo que relatou a situação ficou tensa mas graças a família repleta de médicos ambos foram muito bem orientados e assistidos e, diga-se de passagem, segundo consta nada de cloroquina. Fico feliz com as notícias de sua melhora, não demora muito irá se recuperar totalmente.

Quanto a mim ando me esforçando, tentando focar um dia por vez, fico repetindo pra mim mesma que o que vivemos é o agora, por exemplo, agora me deu vontade de escrever, estou por aqui, e escrever me distrai e.... é isso.

Na segunda-feira passei muito mal, não por conta da endoscopia, e sim pela pequena dose de anestesia... é, acho que foi isto....a anestesia.

Sexta-feira me ligaram para refazer a mamografia, foi lá que desmaiei após a endoscopia, se vê que as radiografias não foram suficientes ou não ficaram boas, então amanhã tenho que retornar ao hospital para refazê-las.... mas isto não é o meu agora, este agora se dará apenas amanhã....

Já deu pra perceber que estou reticente....

.....vou melhorar....

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

"A Quarta Morte - Walter Egéa"

 Terminei de ler o livro.

Demorei um pouco porque houve algumas interrupções mas, por fim terminei.

Gosto sempre de deixar meu parecer quando finalizo uma leitura e diga-se de passagem que o que faço não é um resumo da história e sim as impressões que a mesma me causou.

Este livro chegou em minhas mãos através do meu filho e minha nora.

Walter, o autor, é pessoa conhecida, de longe mas é, ele foi professor de sax e clarinete deste meu filho, sei que nos vimos apenas por duas vezes, o suficiente para aguçar-me a curiosidade em saber um pouco mais sobre o conteúdo de sua narrativa.

Penso que não são raras as pessoas que escrevem mas penso também que são poucas que se arriscam a publicar seus escritos, admiravelmente, Walter assim o fez.

Quando li a contracapa achei que se tratava de uma biografia e me identifiquei quando falou de seu primeiro amor e de um beijo que nunca aconteceu, mas ao ler o livro percebi que estava parcialmente enganada.

Então vamos as minhas impressões....

A narrativa é em primeira pessoa, propositalmente ele escreve com letras minúsculas o que me remeteu a outro escritor contemporâneo, Valter Hugo Mãe, que assim também o faz, a explicação deste é que cada palavra tem o seu relativo valor e nenhuma se sobrepõe a outra, já no livro do Walter há sim uma única referência com letra maiúscula, quando se fala dela, a Morte em questão.

A história não é linear, os personagens, cada qual dentro do seu contexto, transmutam constantemente, ele permeia algumas de suas experiências pessoais com as histórias de seus personagens e assim ele vai construindo o enredo até que por fim todos se encontram e se confrontam, autor-escritor-narrador-personagens.

Livro instigante e reflexivo.

...."estamos sempre á espera Dela e quanto mais esperamos, menos esperamos...."






quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Paradoxo : "A Imaterialidade é o que temos de Concreto"

 Vem cá, você acredita mesmo que esta Pandemia serviu para algo bom como muita gente, demagogicamente, propaga por aí ?!

Não acredito não, aliás acredito exatamente o contrário, que esta Pandemia serviu para desabrochar o lado mais obscuro das pessoas.

Pensa em como é fácil nos acostumarmos com tudo nesta vida, tanto com as coisas boas, claro, muito mais rápido mas, com as coisas supostamente ruins também.

Não chamo isto de "acomodação" e sim um processo natural de "sobrevivência", pois quem vive tem que arrumar um jeito de superar as adversidades impostas para continuar, enfim, sobrevivendo, seja lá de que jeito for.

Por isso as perdas e as ausências nos comove, nos dói por um certo tempo, mas não demora muito damos um jeito de superá-las, cicatrizamos nossas feridas, substituímos, readaptamos, nos adequamos a atual realidade para que, mesmo que involuntariamente, a vida siga seu novo curso, isto acontece para todos que indistintamente nela reside e independe da nossa vontade, tão natural e despercebido quanto piscar os olhos.

Pois é ! e assim a vida segue adiante.

Mas não desviando do assunto percebo que esta Pandemia isolou as pessoas de tal modo que nos acostumamos a viver isolados, cada pessoa dentro do seu mundo e só compartilhando com os seus virtualmente acabamos por viver uma realidade paralela.

Então simplesmente nos acostumamos as ausências, sem mais beijos, sem mais abraços, sem contato físico, sem contato emocional.

Será que um dia voltaremos ao normal ?

Não. Não pra mim, acredito que viveremos um novo "Normal", este atual que nos distanciou.

Mas será que houve um tempo em que realmente nos preocupamos com o outro ou por obra da Pandemia estamos dando de ombros como sempre estivemos e nunca tivemos a coragem de assumir ? 

Há vestígios que sim.

A hipocrisia é tão escancarada, discursos que não condizem com as ações, um egoísmo tão evidente.

Quem já era de se isolar só arrumou uma desculpa "boa" e "justa" para fazê-lo.

Estamos sós. Esterilizados. Calafetamos o nosso metro quadrado diariamente. Fingimos que nos importamos. A realidade é oposto. A humanidade está se perdendo dentro deste mundo virtual.

Paradoxo :

Por hora, "A imaterialidade é o que temos de Concreto".

Triste e Virtual Realidade.

Lembrei do Ariano Suassuna para dizer que hoje acordei chata pra caramba, pois segundo ele :

"O Otimista é um tolo,

O Pessimista um chato e

O Realista um esperançoso"


quarta-feira, 19 de agosto de 2020

"Uma Vastidão do Nada"

 Para escrever é preciso de motivação, aliás pra tudo na vida precisamos estar motivados, esses dois dias que se seguiram me vi sem a tal da motivação e hoje sem estar muito crente apenas um tanto carente me ponho aqui á escrever.

Segunda-feira foi barra, fiz o tal do exame que necessitava de um longo jejum e sedação e só porque preciso otimizar o meu tempo, sem comer, emendei um exame seguido do outro, ah, não deu outra, passei mal e fui parar no Pronto Socorro. Um dia inteiro perdido por conta do mal estar, só fui me recuperar ontem quando voltei a me alimentar, mas a cabeça e os maus pensamentos não me largam ou eu não os largo, esta noite tive pesadelos.... 

Preciso me centrar e me aprumar, é só uma fase ruim e vai passar, é nisso que preciso acreditar.

Há dias ando pensando no Couto por conta de uma postagem que fez na sua rede social agradecendo aos amigos, um tom meio que despedida, aquilo me deixou triste. Eu o conheci por intermédio de meu marido, ambos trabalharam juntos, certa ocasião ele veio aqui em casa pegar alguns livros que havíamos doado para uma escola carente em que faz trabalho voluntário. Grande homem ! Sempre preocupado com o saber e semear conhecimento. Há bem pouco tempo comecei a segui-lo na rede social, adorava ler o seus textos, sempre bem humorados e recheados de lembranças e boas histórias, mas de um tempo pra cá os textos foram rareando, alguns se tornaram melancólicos, tudo por conta de uma doença grave que lhe acomete, é tudo tão triste ! Ontem, através de um texto, ele se despediu pra valer dizendo que excluiria sua conta na rede social, agradeceu aos amigos e nos desejou coisas boas como sempre faz.... é tão difícil.... eu só consegui lhe agradecer pela companhia dos seus textos que tantas vezes me fez rir e outras tantas me inspiraram ... houve muitos amigos lhe pedindo pra não se afastar, mas só quem passa por certas situações é que sabe como é difícil superar.... entendo o Couto, entendo e também me entristeço... porque se não há motivação o que é que nos sobra ?!

Uma vastidão do "Nada". 

domingo, 16 de agosto de 2020

"Mais um Domingo"

 Mais um Domingo - não é um pesar é uma constatação.

Acordei ás quatro me virei de um lado me virei do outro, tentei não perder o embalo do sono, não consegui. Meus pensamentos se preenche de preocupações, me viro novamente, olho para o relógio digital, são cinco da manhã, ouço um barulho de chuva, fraco a princípio mas depois a chuva aperta, choveu pra valer, daquelas chuvas que lava asfaltos, calçadas, paredes e janelas, queria aproveitar a cadência do barulho da chuva pra poder me ninar, inútil, não consigo, os maus pensamentos e as preocupações exageradas com a saúde do meu corpo não permite, me rendo a elas e tento pelo menos desfocar, pensar na dor do outro as vezes me conforta, não sou apenas eu que sofro, tanta gente sofre dores mais fortes que as minhas, será que é possível medir dor?  será que é possível medir o amor? ouvi certa vez que é impossível medir ou comparar qualquer sentimento, cada pessoa sabe o que sente e como sente, aí me vem a lembrança do médico que me atendeu no parto do meu primeiro filho, respondeu-me ele que a dor é igual para todo ser humano o que difere é como cada pessoa reage a sua própria dor, se eu havia sido forte até aquele momento com certeza me manteria forte após, aquelas palavras me bastaram para me encorajar, não por acreditar nelas e sim por vergonha de dar vexame. Fato é que aqui estou, já passa das seis, não consegui pregar o olho de jeito algum, já fiz e tomei o meu café e é tão bom sentir o gosto do café, penso no Couto que já não pode sentir gosto de nada....penso em quem pode e se recusa a comer, penso e me entristeço....amanhã farei mais dois exames, tenho que acordar cedo e não posso ir sozinha, caso contrário não faço exame, fiquei pensando em quem chamar para ir comigo, disponível deliberadamente ninguém, nem minha mãe por ser do grupo de risco, meus filhos com seus afazeres, parentes ? amigos ? não, ninguém, mas meu companheiro se dispôs a ir, não me agrada porque sei que é muito difícil para ele, quase um sacrifício e eu me sinto péssima em precisar, quando posso me viro sozinha mas, quando não, sou obrigada a me resignar, então vamos os dois. O domingo parece que vai ser assim.... nublado, melancólico, triste.... mais um domingo... na noite de sexta-feira assistimos um filme espanhol chamado "El Olivo" - (2016) primoroso o filme, história comovente de uma família e sua oliveira milenar....fala sobre perdas de uma maneira sutil e poética.... durante a noite por um momento seguramos nossas mãos....

sábado, 15 de agosto de 2020

"Hoje"

 Ontem eu não vivi. Ontem estive meio morta, meio viva. Não por vontade ou querência, simplesmente não consegui acordar e eu só fiz dormir, as vezes tentei abrir o olho e acordar de fato mas, um cansaço e uma sonolência tomou conta do meu corpo e da minha mente, algumas pessoas dizem que isto é sintoma de depressão... talvez sim, talvez não.... o importante é que hoje estou um tanto melhor, direcionando minha mente para os meus afazeres diários, vou tentar me ocupar....

As vezes penso que estou começando a entender este processo de vida e morte... mas não quero falar sobre isso, não agora com a minha sensível e frágil melhora....

O engraçado que não é engraçado....engraçado que não estou chateada nem triste, nem quero fazer julgamentos sobre certo ou errado, sei que cada pessoa tem sua própria moral e cada um age de acordo com suas crenças, o que é certo pra mim pode não ser certo pra você, o importante é ter consciência que tentei sim acertar, não me eximo das minhas responsabilidades mas não posso carregá-las de culpa.

Passei por momentos difíceis e delicados durante a minha vida, coisas da vida, que não é exclusividade minha, todos nós passamos por momentos carregados de tensões, frustrações, desavenças, mas sempre tive o entendimento que ninguém resolve nossos problemas a não ser a gente mesmo. Aprendi isto com minha mãe que nos contou tantas vezes que seu pai parado no portão da casa onde morávamos lhe disse : "tu sofres filha e não me dizes nada" e ela retrucava "está tudo bem pai" mesmo sabendo que não estava, isto é o que eu chamo de "aguentar o tranco", é isto que aprendi com minha mãe que sempre "acreditou" no meu "tá tudo bem mãe". Só não soube ou não quis repassar este ensinamento. Se o meu filho sofre eu preciso saber pra tentar ajudar e se ele me pede ajuda estará sempre em prioridade mas nem sempre sei como fazê-lo, sou dotada de incompetência para assuntos tão delicados. Não me poupo porque assim o quis. Não há fingimento, há confiança e certeza em ter alguém em quem contar, mesmo que este alguém seja um alguém como eu tão despreparado pra ajudar. Me faço de forte mas é só fachada e se não quero acordar é porque talvez eu queira simplesmente esquecer.



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

"Página Virada"

 Todo dia é uma página virada, o que hoje faz todo sentido do mundo amanhã pode não fazer sentido algum.... Não tenho vontade de reler postagens antigas afinal elas já se passaram são realmente páginas viradas...mas não estas, não agora enquanto escrevo... eu sou real ou ainda sou... minha dor existe ela é física e emocional...a nuvem negra sobre minha cabeça não se dissipou ao contrário aumentou no tamanho e no volume...um turbilhão de maus pensamentos tomam conta de mim neste momento...eu sei que há uma saída mas não estou conseguindo encontrá-la.... se eu achasse que chorar em desespero resolvesse eu viraria um rio insano de lágrimas, me rasgaria inteira mas sei que não resolve, eu tenho sim é que tentar manter os pés no chão e tentar ser forte e tentar superar e tentar tentar....Há algo no ar que conspira... é um conjunto de coisas....o livro do Walter, as postagens da Ana, a ausência de três dias do Couto, a minha dor física, o pedido de socorro de meu filho ontem de madrugada... quem dorme ? quem ri ? quem festeja ? quem acha graça ? quem vê esperança ? quem ?!

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

"O Primeiro e Último Beijo"

 Quem acredita em sonhos ?!

Freud, será ?

Todo sonho é a realização de um desejo recalcado.

As vezes um sonho é mais real que a própria realidade.

É assim quando muito o desejamos.

Demorou quarenta e oito anos para acontecer e enfim aconteceu, tão real quanto eu ou você que ainda respira e vive.

Haviam pessoas, não muitas, um grupo de velhos amigos do JB em uma caravana, e lá estava ele totalmente fora daquele contexto, se aproximou, tive dúvidas que fosse me beijar, nunca o fez, não por falta de vontade mas por falta de iniciativa, desacreditei que pudesse acontecer e ignorando a todos e sem pedir licença encorajou-se me tomou nos braços e me beijou, um beijo calmo, longo, profundo, senti o gosto da sua saliva como se real fosse, meu corpo esquentou e ascendeu meu desejo, umedeci, desfrutei daquele momento como quem bebe seu último gole antes de se despedir, não soube precisar o tempo, a eternidade também é finita, o hálito quente foi tomando distância, emudeci.... acordei com o gosto doce e refrescante do chiclete recém desembalado e com a sensação de que enfim aconteceu com quarenta e oito anos de atraso o nosso primeiro e último beijo, tão real quanto eu e você.



terça-feira, 11 de agosto de 2020

"Tudo a seu Tempo, Tudo a Contento..."

 Tudo ao seu tempo, tudo a contento...

Um pouco melhor que ontem, talvez, o pouco que seja já é um tanto melhor.

Sabe aquele dia que parece que você não viveu ?

Não fiz nada que fosse útil, nada que prestasse, é horrível esta sensação de inutilidade.

Consegui ler mais um trecho do livro do Walter, já tem uns dias que comecei a ler, depois parei e agora retomo. A princípio imaginei uma coisa e fiquei meio sem entender mas agora as coisas estão fazendo mais sentido, é uma maneira diferente de se expressar, nem sei se expressar é a palavra correta, acho que não, mas a história em si é provocante, não é uma biografia como pensei a princípio, sei que tem muitas referências da sua vida mas acho que ele aproveitou sua vivência para contar uma história que não é propriamente a sua ... quero terminar de ler para depois sim dar o meu parecer, não vou fazer uma crítica, vou sim escrever sobre as impressões que o livro me causou, então é isso...comecei achando que era uma coisa agora no meio percebo que é outra e vamos ver ao final o que fica.

Bem ! nem sei mais o que dizer... a não ser que preciso do meu humor e do meu otimismo de volta.

Não vou culpar o tempo seco que resseca tudo por dentro, quando chove é porque chove, quando faz frio é porque faz frio, se há sol vamos aproveitar, o sol é bom só preciso tomar mais água, me hidratar, desfocar dos excessos de preocupação, olhar mais para fora e menos para dentro de mim... cara eu vou melhorar, eu preciso melhorar....

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

"Um pouco sobre Ontem"

 Ontem foi o segundo domingo de agosto, dia dos pais.

O nosso domingo foi de paz, harmonioso e feliz.

Pude estar junto de minha família, sei que é com eles que posso contar para tudo que eu precisar nesta vida.

Dentro de mim, o sentimento maior é de gratidão.

Sou grata por tudo e por todos.

Agora, um pouco sobre hoje.....

Embora o domingo tenha sido bom, não tive uma boa noite de sono, os pensamentos e os sonhos ruins continuam me assombrando, acordei com pouca disposição e energia, desmarquei a aula de canto, pra falar a verdade adiei para o mês que vem, não sei explicar o por quê, não é medo de me contaminar, não é isso, é outro tipo de medo que não sei definir, eu só sei que preciso sim melhorar os meus pensamentos para que a minha disposição volte, talvez isto que ando sentindo seja apenas o reflexo dos excessos da semana passada, acho que exagerei na dose, preciso me centrar, acalmar a minha mente, respirar fundo e ....sei lá qual a receita... acho que preciso de um tempo... é isso, um tempo....

*ontem vesti azul.... ???

sábado, 8 de agosto de 2020

"Diário de À Gosto"

 Pensa que eu melhorei ?

Não, não melhorei mas também não vou me entregar.

Sou dura na queda.

Ontem sabe o que fiz antes de dormir ?

Tomei uma taça de vinho. Verdade. Nunca havia feito isto mas, ontem eu fiz.

Será que vou virar alcoólatra ? rsrsrsss Só faltava !

Penso que tomar vinho é menos ruim que tomar remédio....dormi a noite toda.

Esta semana fiquei por conta da limpeza, há dias que não leio absolutamente nada, nem panfleto, também não consegui estudar para as aulas de canto, precisava levar um puxão de orelha....talvez hoje se me esforçar um pouquinho eu consiga rever algumas coisas.

Ontem a noite (antes da taça de vinho) fiz uma postagem no Instagram sobre meu desejo tardio em fazer uma tatuagem, fiz alguns questionamentos e algumas pessoas me incentivaram. Já escolhi o desenho e onde tatuá-lo (na testa) rsrsrsrss mentira, na cervical mesmo, só estou tomando coragem para fazê-la, mas antes preciso deixar de lado o medo da dor e desligar o desconfiômetro...quem diria, estou virando uma velha bêbada sem noção, daquelas que vão pra Las Vegas afim de enfiar o pé na jaca, doida varrida !!

E por falar em velha lembrei de uma propaganda, de chocolate talvez, que era mais ou menos assim:

No elevador um homem maduro de seus 40 ou 50 anos, todo aprumadinho, suéter de lã pendurado no pescoço à lá Dória segurando com as duas mãos um saco de compras e eis que entra uma jovenzinha toda descolada se deliciando com um chocolate, aí o coitado, espichando o olho, todo animadinho começa a puxar assunto e as respostas são monossilábicas, crente que está abafando ao final a garota se despede com um "valeu Tio !"

Gente, o "Tio" é de matar ! e a gente só descobre que é de morrer quando assim nos chamam, é como levar um choque de realidade, dia desses levei um choque parecido, um amigo de meu filho, que não é um garotinho, me chamou de "Tia", talvez sua intenção fosse manter o respeito mas o tiro foi certeiro...morri !!!! Quando o cara tem mais de trinta e te chama de "tia", se olha no espelho e chora !

Nossa ! Quanta bobagem já escrevi ! Liga não, tô arriscando qualquer babaquice pra me livrar dos maus pensamentos.... à propósito meu nome não é Cristina, não sou nova, não sou loira e nem tenho os olhos azuis, é ruim hein ?! Me chame pelo meu nome rsrsrsrsss * o vinho já destilou, juro estou sóbria !

Ah, Tia ! O que a gente faz com você ?!!!


*Não era chocolate era suquita. hahahahaha