domingo, 29 de julho de 2018

"O Presente"


O que estou fazendo para ser a pessoa que gostaria de ser ?

O que você foi, já foi.

É passado e passado não se muda.

Futuro ? Nem pensar !

Futuro é futuro, demora pra chegar e as vezes nem chega.

Estou falando do aqui e agora.

O que estou fazendo para ser o que gostaria de ser ? Ou de fazer ?

Nothing !!!!!!!

Reaja dona Silvia, reaja !!!!!Sempre há tempo pra mudar.

Mas tem que ser rápido.

De preferência já.




PS. Esse texto foi escrito um dia antes da minha queda. É mole ?!!!!!

sábado, 28 de julho de 2018

"Cada um é cada um"

Salve a diferença !!!

Cada um é do jeito que é.

Dá pra mudar ?

Sim.

Mas só se a pessoa quiser.

Tem gente que é chata.

Tem gente que é besta.

Tem gente que se acha.

Tem gente que não tem "desconfiômetro".

Tem gente inconveniente.

Tem gente falsa.

E tem gente que coleciona de tudo um pouco.

Mas também tem gente bacana.

Gente legal.

De boa índole.

De papo bom.

De palavras positivas.

Pessoas que brilham por si, clareando nosso dia.

É ! Tem tudo quanto é tipo de gente.

Que tipo de gente eu sou ?!

Ah ! Difícil responder.

Melhor deixar o outro dizer.

Posso ser diferente aos olhos de cada um.

É ! Melhor mesmo !

Sem julgamentos.

Cada um é cada um.

Mas já vou adiantando...

Só vou mudar se eu quiser.

Sou do tipo geniosa.... rsrsrsrsss

sexta-feira, 27 de julho de 2018

"Sentido, Cheiro, Saudade"

O olfato é um sentido que a gente não controla, ele chega de repente, na maioria das vezes sem a gente esperar, invade as narinas percorre rapidamente o cérebro e nos teletransporta, em questão de segundos as reminiscências estão ali tão vivas na memória tornando-as quase palpáveis e reais.

Acontece tanto isso comigo.

E quando acontece me vem uma saudade imensa, mas não é uma saudade de dor ou de pesar, é uma saudade feliz de me levar onde estive um dia.

É um sentimento tão rápido e tão intenso que a vontade que dá é de perseguir o cheiro para guardá-lo pra sempre dentro de mim.

E o cheiro vem de enes maneiras diferentes, e todos muito prazerosos.

Cheiro de gente...

Meu pai cheirava a sabonete "phebo" aquele pretinho com perfume de rosas, saía do banho com a barba bem feita e o cheiro dele se misturava com o cheiro da manhã junto com os raios de sol que entravam pela janela.

 A minha vó paterna cheirava "talco de bebê" perfume que exalava pelo corpo e fixava nos lençóis brancos antes de dormir.

 O menino que eu gostava cheirava desodorante "avanço" quando ele passava por mim de cacharrel preta a minha vontade era de grudar nele feito o perfume pra nunca mais sair.

 A  vó materna cheirava "sardinha"... porque ela limpava sardinha toda semana pra fritar e comer, minha vó era portuguesa, sardinha e bacalhau não podia faltar na mesa.

O bom de sentir o cheiro é que mesmo que ele não seja bom o bom de sentir o cheiro é relembrar daqueles que marcaram a nossa história é estar com eles novamente.

E o cheiro de comida então ?!!!

Bife acebolado, "aquele" contra filé com bastante cebola... fecho os olhos, vejo os trejeitos de meu pai degustando o prato.... comia com tanto prazer que até hoje só de lembrar dá vontade de comer... por vontade  maior de lembrar...

Arroz parboilizado com tomate da bivovó, servido na panela gigante para os netos famintos que chegavam da praia mortos de fome porque água salgada abre o apetite...era o que os adultos diziam e o que a gente gostava de ouvir com a desculpa pra repetir... e na ponta da mesa tinha o cheiro do vô, que era o cheiro do vinho "sangue de boi" garrafão de treliça que lhe serviam um copo no almoço e outro na janta e que deixava meu vô falante e feliz.

Os bolinhos com sementinhas de erva-doce batizados como "rosquinhas da vó Felicidade" que ela mesmo fazia e que a mãe  repetidas vezes nos fez depois que ela se foi, adoçando a vida da gente com açucar  e canela e sempre trazendo a lembrança da vó a cada mordida.

Cheiros do lugar...

Cheiro de mar... de marisia... do nariz grudado na esteira tomando banho de sol...

Cheiro do mato com orvalho misturado com cheiro de maresia nas manhãs de verão.... da areia molhada com água da chuva da noite anterior...

Cheiro da casa limpa... da cera poliflor... amarela ou incolor...

Cheiro do momento....

Cheiro do cimento quente quando lavávamos o quintal...

Cheiro do livro novo...

Cheiro do café passado na hora...

Cheiro da pipoca depois da missa...

Cheiro da mala de couro com material escolar...

Ah! os cheiros !!! bendito nariz que me aflora os sentidos, os cheiros, as pessoas, os momentos e as saudades !

Ah! como é bom sentir ! Como é bom reviver !!! Hoje quero ficar aqui sentindo esse cheiro gostoso .... abusando do meu sentido ... só mais um pouquinho... mais outro tanto... mais, mais e mais...

.... buscando no cheiro a saudade pra ser um pouco mais feliz...










quarta-feira, 18 de julho de 2018

"Tom e Jerry"

E por falar em caderninho preto e em história trash vamos a uma delas...

Mas antes vai aí algumas elucidações :

Antigamente aluno reprovava quantas vezes fosse preciso, e de verdade, na maioria das vezes nem era preciso.

Então era muito comum ter em sala de aula alunos com uma disparidade muito grande de idade, por exemplo, um aluno com dez ou onze anos que entrava na quinta série pela primeira vez convivia com outro de quinze ou dezesseis que havia repetido a mesma série três vezes, este fato originava brigas, intimidações, roubo de lanche entre outras ocorrências comuns e frequentes.

O coitado do professor sofria para lidar com a situação e as aulas eram um eterno apaziguar de ânimos, até que em 1996 se estabeleceu o que os especialistas em educação chamou de "Reorganização do Ensino".

Resumindo os alunos teriam uma aprovação automática, e tanto os professores quanto os alunos deveriam ser remanejados de escola de acordo com os seus ciclos : Fundamental I, Fundamental II e Ensino Médio, mas até que essa ordem de se equiparar idade com série se estabelecesse teríamos que passar por um período de transição.

Pois é ! Foi exatamente isso que aconteceu, lá estávamos todos, alunos e professores de três escolas com realidades muito diferentes, remanejados e agora concentrados compulsoriamente numa escola estranha, todos insatisfeitos, contrariados, nos sentindo muito injustiçados, tendo que transpor inúmeros obstáculos.

Estávamos vivenciando um ano atípico e muito difícil.

Resolveu-se então que as turmas seriam divididas por faixa etária, dos menores aos maiores, originando as famigeradas quinta série I e quinta série J.

O que dizer sobre eles ?!

A turma era pequena, no máximo quinze alunos por sala com idade que variava entre quinze e dezoito anos, muito indisciplinados muito revoltados e muito difícil de lidar, não havia metodologia ou psicologia que nos ajudasse a minimizar as situações de conflito que aconteciam diariamente.

 Bem, vamos aos fatos...

"Os dois meninos eram unha e carne e nenhum dos dois flor que se cheirasse, viviam brigando e mesmo assim não se desgrudavam, o magrinho subjugado e o truculento intimidador, pareciam Tom e Jerry num desafiar eterno entre gato e rato.

 Já estava acostumada com os conflitos e minha tarefa era tentar minimizá-los durante os meus cinquenta minutos de aula, exercia  repetidamente a função de apaziguadora e na maioria das vezes sentia minha energia sugada totalmente esgotada.

Eis que um belo dia sem saber da razão ou o motivo, vejo a sala agitada e Tom e Jerry se estranhando com certa proximidade, numa atitude descompensada o menino maior pega a tesoura sem ponta e coloca no pescoço do outro menino deixando-o paralisado, surtei com a cena, aquilo era surreal e não tive dúvidas, confisquei a tesoura e muito brava dei aquela lição de moral nos dois mocinhos e fui colocando ordem na sala com a inocência de que havia resolvido o problema.

 Mas qual !!! de repente percebi duas mãos agarradas  ao pescoço do mais indefeso... não acreditei eram eles de novo ! tremi... o que fazer ?! como professora tinha que fazer valer minha autoridade, e com a voz empostada e firme ordenei que o soltasse... e nada... quis ser mais enfática... e nada... tentei ainda ser mais enérgica e nada... até perceber que teria que intervir, e com dificuldade foi o que fiz com ajuda de outro aluno, fomos soltando os dedos que agarravam com fúria o pescoço do pobre que já estava sem ar, até que por fim conseguimos desvencilhar ambos.

Meu Deus o que foi aquilo ?!! Tentativa de homicídio ?!! Brincadeirinha ?!!!
 Não !!!!!
 Brincadeirinha inaceitável !!! Aquilo não podia terminar com tapinha nas costas e "brincadeirinha professora !".

Ainda trêmula e perplexa peguei o caderninho preto para narrar o ocorrido, tanto os pais quanto a direção da escola deveriam tomar ciência e alguma providência haveria de ser tomada.

Nervosa comecei a escrever enquanto todos aguardavam em silêncio o desfecho daquela situação. Escrevi uma página inteira sobre a "insanidade" do aluno com todos os detalhes do que havia se passado.

Quando terminei de escrever resolvi ler em voz alta para que todos na sala testemunhassem a veracidade dos fatos e no calor da minha fúria acabei usando o termo antipedagógico "insano" provocando a onça com vara curta.

 Enquanto discursava o aluno em questão muito transtornado levantou-se de sua carteira ao fundo da sala e caminhou em minha direção esbravejando :  " Você  está me chamando de louco ?!" e a cada passo de intimidação esbravejava furioso : "você está me chamando de louco ?!" e lá vinha ele se aproximando...

Gelei por dentro... agora o caldo iria entornar de vez e era só o que me faltava... me pegar com aluno em plena sala de aula.

 Resolvi apostar, era tudo ou nada, minha intuição dizia que não poderia demonstrar medo, e que deveria permanecer no mesmo lugar e encará-lo de frente, intuí que se desse um único passo para trás ele partiria pra cima de mim e morrendo de medo por dentro mas sem deixar transparecer permaneci imóvel dando continuidade a narrativa.

Que sufoco !!!

Percebendo que não havia me intimidado ele se afasta já consciente que a situação estava ficando difícil e que deveria forçosamente assumir a bobagem que fez.

Ufa !!!! Que alívio !!! Arrisquei e foi por muito pouco que a tragédia não aconteceu.

Aquele dia foi tenso, inesquecível!!!

A história terminou com a expulsão do aluno da escola, mas os conflitos, bem os conflitos estavam muito longe de acabar...".

Nos meus trinta anos de magistério aquele ano de 1996 foi sem sombra de dúvida o mais penoso para todos nós.

Eita aninho difícil !!!!














sexta-feira, 13 de julho de 2018

"Caderninho preto"

Caderninho preto, na verdade era um caderno universitário encapado de preto com uma etiqueta grande identificando a série, a turma, o número da sala e o nome do professor coordenador responsável pela turma, ou seja, o coitado era o porta voz de seus colegas e de todas as ocorrências durante as aulas.

Todos os dias era a mesma coisa, lá estava aquela pilha enorme de caderninhos pretos prontos para cumprir sua função, cada professor pegava o seu de acordo com a sua primeira aula.

Segundo as regras da escola o caderno deveria permanecer na sala até a última aula quando então deveria ser retornado à sala dos professores para que seguramente voltasse a sua função no dia seguinte.

Claro que entre a troca de aula, para nossa segurança, um dos alunos, aquele nomeado como representante da sala, fazia a guarda do tal caderninho, caso isso não ocorresse com certeza não haveria caderninho que bastasse, todo dia se perderia um.

Como disse antes era um caderno universitário comum, no alto de cada folha o nome do aluno completo e seu número com letras legíveis e garrafais, os bons alunos recebiam uma única folha e os piores, bem, os piores no mínimo duas, alguns com direito a três ou até quatro folhas, isso se não fosse necessário ocupar as folhas excedentes no final do caderno, e não pensem que é exagero, pois isso de fato acontecia, toda sala tinha sempre um que fazia jus.

Todo ocorrência estranha deveria ser anotada no caderno com o objetivo de informar aos pais sobre o comportamento de seus filhos em sala de aula no dia da reunião de pais que acontecia todo final de bimestre.

Chamávamos de "o dia da vingança", cada professor pegava o seu caderninho preto antes de se dirigir ao abatedouro, digo à sua sala de coordenação.

Odiava esse dia, não nasci pra função de carrasca, por pior que fossem os pais e por mais difícil que fosse o aluno, era terrível pra mim ter que falar, ficava com dó dos pais e por incrível que pareça com dó dos monstrinhos.

A pauta da reunião sempre começava com amenidades, e enquanto obrigatoriamente passava os recados, percebia no rosto de cada pai o que cada um esperava ansiosamente: a carteirinha com as notas e um "o senhor está dispensado, seu filho é um excelente aluno, nada de anotações no caderninho preto".

Minhas observações particulares sobre o comportamento dos pais de um modo geral:

Pais de bons alunos são chatos idem a sua cria, ficam na sua frente querendo que você fale bem de seu filho para que todos ouçam; figura insistente.

Os pais dos piores e mais problemáticos dificilmente aparecem e quando aparecem normalmente mandam um representante, na maioria dos casos a inocente avó, que nunca sabe o que dizer ao não ser se comprometer a repassar as coisas terríveis que ouviu aos pais da criatura em questão.

Aí ficam aqueles que recheiam a reunião, os pais da grande maioria, aqueles que batem no peito pra dizer "meu filho nunca fez isso !" sim porque a culpa é sempre do filho do outro.

Acredite seus filhos podem ser uma coisa em casa e outra completamente diferente na escola, principalmente quando se juntam, tudo, tudo pode acontecer.

Mas para não traumatizar os pais temos que usar de muita psicologia para falar de seus pimpolhos, sempre tem um jeitinho meigo para dar más notícias, ou então basta ler o caderninho preto.

mãe :"Professora, fala da minha filha..."

professora : "Sua filha é linda, parece um vaso de flor, não faz nada, prefere o canto e enfeita a sala lindamente..."

Viu ?! olha o jeitinho ! (Perversa !!!) (Sarcástica!!!).

Aguardem tenho muitas histórias do "caderninho preto" algumas hilárias outras muito "trash"rsrsrsrss


quarta-feira, 11 de julho de 2018

"Aceita um café ?"

Aceita um café ?

Uma tira da cama ?

Um pedaço de colo ?

Um cafuné na cabeça ?

O dedinho do pé ?

Aceitar a gente aceita, se for de graça até injeção na testa.

Querer a gente quer, se me convém... quero o que se ajeita, quero o que for bom, quero o que couber.

E desejar ? Desejas ?

Desejar é mais que querer é muito mais que aceitar.

Desejar vai além do conformismo e da acomodação.

Desejar nos move, nos faz correr atrás, nos faz lutar por aquilo que tanto desejamos.

Desejar ascende a vontade,

Desejar não basta a tira da cama, o pedaço do colo, o cafuné na cabeça muito menos o mísero dedinho do pé.

Desejar é querer a cama inteira, é caber inteiro no aconchego do colo, é despentear todo o cabelo é se perder de corpo, alma e juízo.

E aí ?

Você aceita, quer ou deseja um café ?


segunda-feira, 9 de julho de 2018

"Pergunta"

O que você gostaria de fazer  hoje segunda-feira, feriado com sol, 9 de julho de 2018 ?

Penso...

Não é o que eu queria fazer ou onde ir, e sim como gostaria de estar me sentindo.

Gostaria de estar motivada e alegre para fazer qualquer coisa; até mesmo limpar essa casa que está precisando.

Acho que é isso que gostaria de fazer hoje:

Estar motivada e feliz para fazer...

Qualquer coisa !!!

segunda-feira, 2 de julho de 2018

"Inspire e Expire"

Muito bem, então vamos lá... respirando fundo... isso inspira, enche os pulmões de ar, segura, conte dez segundos, isso, muito bem, não vai ficar roxa, permaneça com os olhos fechados, expire soltando o ar bem devagarinho... bom ! Repita... mais uma, mais outra, de novo, outra vez, escute o barulho do silêncio, escute você por dentro... deixa o silêncio permanecer.. tá vendo ? Tudo se acalma... os pensamentos, os sentimentos...

Isso não é meditação, é apenas um relaxamento, meditar é mais profundo, não cheguei nesse nível ainda, talvez nunca chegue, meditar é muito difícil, é preciso se esvaziar de tudo, não pensar em nada, imagina só se vou conseguir pensar em nada, nunca, minha cabeça trabalha mais que meu corpo, também pra quê me exigir tanto não é mesmo ? Me deixa relaxar, trabalhar a respiração tá bom demais.

Sem dúvida nenhuma é a parte melhor dos exercícios de yôga, aqueles asanas todos são muito difíceis e o meu limite é limitado, e não é redundância não, fico observando as pessoas que mantém os asanas e capricham na permanência, puta que inveja ! não consigo ficar um segundo, eu tento, porque o importante é tentar, pelo menos o mínimo, e não vejo a hora que chega no final, ah o relaxamento !!! quando você ouve : agora vamos deitar de costas... Êh hora boa ! sou a primeira a me acomodar, me jogo na esteira, olhos fechados, pronta apenas para ouvir e sentir, começa assim...

"Feche seus olhos e relaxe... deixe o peso do seu corpo ser atraído pelo chão... vá relaxando bem devagar... primeiro os seus pés, suas pernas, seu quadril, sua pelve, relaxe suas mão seus braços seu tronco, sua coluna dorsal, o pescoço, as orelhas, as bochechas, a testa, esboce um sorriso, relaxe o couro cabeludo... se entregue... nesse estado de relaxamento pense num lugar aprazível... seus pés caminham em direção ao mar, sinta a areia quente... a beira da praia... a primeira sensação da água do mar molhando seus pés... olhe para o lado e aviste alguém que ame, se aproxime e dê-lhe um abraço apertado e sinta a paz desse encontro...permaneça, usufrua, sinta todo benefício desse contato, mas mantenha-se consciente... aos poucos você irá voltar... sinta novamente seu corpo atraído pelo chão e vá recobrando seus sentidos aos poucos... mexa os dedos dos pés e das mãos, espreguice-se com vontade, estique-se o mais que puder... boceje, sorria, abra os olhos devagar... retorne, energize-se... você está pronta..."

Desejo que meu dia comece bem devagar...