sexta-feira, 26 de julho de 2024

"Crime e Castigo" - Fiódor Dostoiévski

Décimo livro do ano de 2024 "Crime e Castigo" - Fiódor Dostoiévski

Minhas impressões sobre o livro :

Bem, há vários assuntos que gostaria de comentar, dizer apenas que o livro é surpreendentemente fantástico é muito vago então, tentarei me expressar melhor...

O que mais me impressionou, de um modo geral, foi a escrita, porque não é um simples narrar, "contar uma história", o autor usa a terceira pessoa para fazer a descrição dos personagens que vai muito além das suas características físicas, a abordagem psicológica de cada um nos envolve de maneira tal, que mergulhamos de cabeça na psique humana.

O enredo conta a história de Raskólhnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, que logo nos primeiros capítulos comete dois crimes. De acordo com sua teoria tal ato se justificaria, contudo mesmo convicto de ter extirpado da sociedade um ser tão abominável, começa dentro de si uma batalha para lidar com a culpa, no decorrer da história o jovem passa por vários estados de torpor, angústias, medos e questionamentos, é interessante ressaltar que em nenhum momento ele se arrepende do crime que cometeu, a sua dúvida fica por conta de se entregar ou não a justiça para cumprir o seu castigo.

Como já disse antes, o mais incrível deste livro é a abordagem psicológica que envolve o personagem, o autor consegue exprimir em palavras os pensamentos do jovem estudante, seus sentimentos e tudo o que justificaria seu comportamento consciente e inconscientemente.

Sem revelar muito, pra mim, o final do livro foi satisfatório, não houve falhas nem brechas, um final coerente com a história e com uma mensagem positiva e de esperança para o personagem principal.


Citação do livro :

...Toda a gente se arranja como pode e, de todos, aquele que melhor vive é o que melhor sabe iludir-se a si próprio...







sábado, 20 de julho de 2024

"Jazigo Eterno"

"Jazigo Eterno"

"Se" eu fosse enterrada num jazigo pediria para escrever na minha lápide :

 "Eu Sou Você Amanhã" 

Quer verdade mais verdadeira que esta ?!

 Verdadeira e Certeira !

Digo "se" porque já deixei claro que é de minha vontade ser cremada mas, como a lei nem sempre age de acordo com nossas vontades, vamos aguardar as circunstâncias para saber o que será de mim.. ainda mais que morto não opina.. assunto fúnebre não é mesmo ? Mas o que fazer se a morte faz parte da vida ?!

Que introdução funesta ! Tudo isso pra dizer que esta semana estivemos no cemitério para resolvermos o problema dos mortos e dos vivos.

Explicando a situação :

Temos um jazigo no cemitério Quarta Parada que foi adquirido pelo meu bisavô em meados do século passado, pois bem, a maioria dos cemitérios da cidade de São Paulo foram terceirizados por uma empresa denominada "Consolare", acontece que no começo do ano foi nos dado um prazo, relativamente curto, para fazer o recadastramento, caso contrário perderíamos a posse do mesmo. Bem, os herdeiros diretos do jazigo são seis pessoas ao todo, incluindo minha mãe, a mais velha de todos, e, apenas ela e sua prima estão a par da situação atual mas, o que aconteceu foi o seguinte; na hora "H" precisavam de um nome que se responsabilizasse pelo jazigo, desculpa dali, desculpa daqui sobrou pra quem ?! Para esta reles mortal que vos fala, sim, até aí tudo bem, dei o meu nome porque seria um elo de informação entre os herdeiros diretos, tão somente isso, mas qual ?!?! No começo do mês recebi uma linda cartinha da "Consolare", nela anexado um boleto, num valor nada razoável para o meu bolso, determinando que eu pagasse uma taxa anual de manutenção, que massada !!!! Esta semana estivemos lá novamente para resolver este impasse : se desfazer ou não do jazigo ?

Olha só como são as coisas....

Temos um Jazigo ? Não, não temos, o que temos é tão somente uma concessão, pois bem, se você quiser ter um jazigo, digo, uma concessão terá que desembolsar uma quantia razoável por ele, isso dependendo do tamanho do mesmo, o nosso, por exemplo, é composto de uma capela com oito urnas, quatro de cada lado mas duas foram soterradas com o tempo, nelas jaz meus bisavós, e lá permanecerão, os donos da campa, daí o nome de "jazigo perpétuo". Se não quisermos mais o jazigo temos que devolvê-lo a "Consolare" e todos que ali estão, seriam encaminhados ao ossário coletivo. A avaliação do jazigo varia de acordo com o tamanho do terreno e aos herdeiros caberia 30% apenas do valor da terra, ou seja, uma ninharia. Eis a questão : "Ficar ou não com o jazigo ?"

Situação legal do jazigo :

Das seis gavetas restantes, quatro estão ocupadas e duas abrigam caixas com os ossos dos corpos daqueles que foram exumados, portanto, Não há Vagas ! Nenhuma caixa se encontra identificada, o que dificulta requisitá-la caso se queira cremar os ossos de algum ente querido e dar-lhe um outro destino qualquer. Fora isso, ao requisitarmos a relação de todos os nomes e exumações desde a sua inauguração, descobrimos que as informações estão incompletas e desatualizadas e a culpa da incompetência, só pra variar um pouco,  recaída a administração anterior. Questionamos as caixas com os ossos  que estão sem identificações e a desculpa foi "se apagaram com o tempo", ou seja, não dá pra saber quem é quem dentro daquelas caixas.

Situação atual do jazigo :

É de cortar o coração. A capela foi invadida pelos bandidos e totalmente depredada, as janelinhas de ferro nas laterais ficaram tão somente os buracos, alguns vidros da porta foram quebrados na intenção de levá-la contudo, não o fizeram, todas as fotos e inscrições em bronze foram arrancadas, permaneceu o altar, dois vasos de louça e a imagem de um metro da santa, toda desbotada e carcomida pela ação do tempo e com uma das mãos quebradas. Triste.

O que fazer então ?!

Cogitamos a possibilidade de reformarmos o jazigo. Há duas empresas cadastradas para fazer o serviço e o orçamento que nos passaram condiz com o valor aproximado com os 30% que nos ofereceram caso abríssemos mão do jazigo. Ó dúvida cruel : Fazer ou não fazer a reforma da campa ?!

Minha modesta opinião :

Eu preservaria o jazigo. Tanto pela questão material (financeira) como pela questão sentimental, embora eu não tenha religião e nem pretensão nenhuma em ir parar numa daquelas gavetas, eu ficaria com ele em memória dos entes queridos que lá estão (mesmo sem identificação) deixemo-los lá e em paz.

O que precisaria ser feito então ?!

Desocupar as gavetas, há pessoas que não tem parentesco direto com a família e as que tem deveriam ser exumadas e cremados os ossos, assim liberaríamos espaço para aquela hora tão dolorosa de se precisar enterrar alguém.

Assunto desagradável que tem que ser resolvido !

Mas e você, o que faria ?!




  



segunda-feira, 8 de julho de 2024

"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa"

 Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa...decifre, por favor !

É tudo tão certo na minha cabeça como uma conta exata de matemática, sem nenhuma outra possibilidade ou margem de erro, então por que as vezes me iludo ? Por que faço historinha besta na minha cabeça ? As coisas são como são e absolutamente nada irá mudar a menos que... (que o quê ?!)... a menos que eu me disponha a fazer diferente mas, se eu não desejo fazer diferente por que as historinhas bestas cismam em aparecer na minha cabeça ? Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Há duas forças dentro de mim que brigam entre si, é um querer com um não poder, sabe quando você ama tomar sorvete desde pequenininha e atualmente sente o desejo de tomar sorvete mas, na atual conjuntura você não pode mais tomar sorvete porque se você tomar sorvete a sua dor na garganta vai piorar muito e se, por acaso, você insistir na sua vontade em tomar sorvete pode até ficar sem voz, veja bem, não estou falando em ficar rouca ou afônica, falo de ficar sem voz mesmo, sem voz pra sempre, e pra sempre, neste caso, é eternamente, então o que você escolhe ? tomar ou não tomar o sorvete ? Fácil a resposta pra quem é são, não é mesmo ?! Pior que as vezes falta-me sanidade. Tento convencer a minha cabeça sobre a escolha mais sensata, mais prudente mas, ela não me ouve, eis o problema, a minha cabeça nem sempre pensa com o raciocínio lógico, ou seja, continuo fazendo historinha besta, mesmo sabendo que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa...resumindo, o que adianta gostar do sorvete se o sorvete não gosta de mim.

Bolas para o sorvete !

sexta-feira, 5 de julho de 2024

"Rotina : Eita vidinha besta, meu Deus !"

São três horas da tarde e sabe como foi meu dia até aqui ?! Vou lhe contar...

Levantei-me às 5:30 horas da manhã. Pergunta-me : "Pra quê ?"

Normalmente é o meu horário de acordar, faço meu café, tomo meu café, me aprumo, vou para a academia. 

Primeiro faço a natação, nado cerca de um quilômetro pelo menos três vezes na semana e depois da natação subo para o terceiro piso para fazer musculação.

Hoje a professora mudou o meu treino e quando isso acontece não adianta ter pressa para finalizar e sair de lá correndo, não e nem adianta, cada exercício tem uma maneira correta pra ser executado e se a gente não fizer direito acaba estragando o que não deve ser estragado, pois bem, fiz tudo mais ou menos bonitinho, digo isso porque em alguns exercícios as séries de 10 viraram 8 e digo isso bem baixinho para que ninguém nos ouça !

Ok, atividade física nos ascende, nos anima, uhuuuuu !!!! É assim ?! Não, não é. Quando muda o treino os músculos do corpo ficam em frangalhos, ficamos o pó do borogodó, a vontade é de se largar na cama e não fazer absolutamente nada até o dolorido passar. Eu posso isso ?! Não, não posso. Aí vem o serviço de casa, depois vem o mercado, na sequência o almoço, depois do almoço bate aquela leseira, aquela que lembra embriaguez com aguardente, difícil até ficar em pé. Mas e aí, será que agora posso descansar ?! Não, não posso. Mais afazeres, compras pra guardar, louça e roupa pra lavar....e a Vida Não Pára e nem deixa a gente parar !!!!

Mas também por que estou reclamando da minha rotina ?! Não, eu não estou reclamando, eu só vim aqui dizer que sou a pessoa mais normal e sem graça deste mundo, não tenho nada, absolutamente nada de especial, minha rotina é banal, não tem um susto uma surpresinha nada de nada.

Entonces dona Silvia deixa de bestagem e segue adiante, termina o seu dia, pelo menos com dignidade, sem devaneios ou conjecturas, nada, absolutamente nada de novo irá te acontecer, entendeu ?!

Entender eu entendi, só não concordo.

Pode isso produção ?!?!

Pode.

Arre !!!!!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Nono Livro do Ano : "A Amiga Genial" - Elena Ferrante

 Minhas impressões sobre o livro :

Uma leitura prazerosa com grau zero de dificuldade, uma história envolvente mas que não termina ao final do livro, isto porque ele faz parte de uma tetralogia literária, ou seja, fora este, há ainda mais três volumes que darão continuidade a trama. Não sei dizer se isto é bom ou ruim, a gente sempre espera que ao final da leitura haja um desfecho, mesmo que este não atinja nossas expectativas, pois bem, é um fim que não é um fim e, se você não tiver condições para adquirir os livros restantes, vai ficar sim a ver navios, acho isso meio frustrante. Sobre a autora: Elena Ferrante, é um pseudônimo, ela nunca foi vista e as poucas entrevistas que deu foi por e-mail, então ninguém sabe sua identidade ao certo, se por ventura é um homem ou uma mulher de fato, eu, particularmente acredito que seja uma mulher pelas nuances de sua narrativa, aquelas sensibilidades e particularidades tão peculiares ao sexo feminino. Parênteses (espero não ter ofendido nenhuma classe de gênero com minha observação ). Mas vamos falar da trama, tudo começa com uma ausência quando a personagem narradora recebe um telefonema do filho da sua melhor amiga de infância dizendo que sua mãe não apenas desaparecera mas que "queria também apagar toda a vida que deixara para trás". Um tanto irritada, Elena Greco, a personagem/narradora, como resposta, resolve escrever, pôr no papel tudo o que guardava na memória sobre a amiga, justamente para impedi-la de desaparecer...eis que começa a história das amigas desde a infância. A narrativa é muito do ponto de vista de quem conta a história, há um turbilhão de sentimentos bons e ruins que se afloram em muitas passagens da meninice até a adolescência de ambas, mas percebe-se que a todo momento Elena exalta as qualidades da amiga e acaba se colocando sempre em segundo plano, pois bem, são duas personalidades opostas que traçam caminhos diferentes e paradoxalmente se completam entre si.... Mas quem é "A Amiga Genial ?" a exaltada ? ou a que exalta ? Pra mim, sem dúvida nenhuma é Elena Greco, aquela que conseguiu traduzir em palavras e tão fielmente os seus sentimentos.

Então é isso, recomendo a leitura do livro e lembre-se ele tem "continue..."




Bom Livro !

terça-feira, 2 de julho de 2024

"Entristecendo..."

 Eu deveria estar aqui para escrever minhas impressões sobre o último livro que li e ao invés disso estou eu aqui entristecendo e tentando mais uma vez exteriorizar todos estes sentimentos que me invadem mesmo sem a minha permissão.... no meu cotidiano me sinto alegre e menina e, raríssimas vezes desejo ser sensual como uma mulher, aquela que penso ter sido um dia...é fato que me sinto mais próxima da menina  que da mulher, ser menina é mais fácil, me deixa débil, me infantiliza, ninguém repara e todos perdoam as minhas falhas e imperfeições; já a mulher, que fio que me resta?! se é que me resta ?! Não sei dizer...hoje, durante o banho, os raios de sol entraram pela janela e deram luminosidade a água do chuveiro deixando-a furta-cor, ali por um momento, desejei ser mulher novamente, por um instante me vi no espelho e me achei bonita, o sentimento que me invadiu foi muito mais que autoestima ou felicidade, foi uma sensualidade revelada e forte como se eu tivesse retrocedido no tempo e de fato ter vivido aquele momento de intimidade. Essa sensação boa perdurou tempo suficiente até que eu voltasse pra minha realidade, mas a realidade é assim, nos puxa o tapete, nos faz cair no chão sem dó nem piedade... agora à pouco entristeci e nem a menina débil quis trazer pra perto de mim...não acho que está certo isso e tão pouco acho que mereço...será que um dia eu vou, de fato, tornar a me permitir ?!