sábado, 24 de novembro de 2018

"A Casa de Itaquera"

Agora eu era a mais nova e (in)feliz proprietária da face da terra.
A casa tinha uma construção antiga e precisaria de muitas reformas, o bairro era distante da casa dos meus pais e avós, e a paisagem vista da sacada era de chorar.
Engoli o nó na garganta levantei a cabeça e com o pensamento positivo arregacei as mangas para trabalhar.
Minha família me ajudou muito nessa empreitada, dos consertos mais urgentes para a mudança final até o incentivo moral, me encorajando a ser forte e encarar o que viesse pela frente.
Nossa ! Como foi difícil pra todos nós ! Lamentei a distância por anos !
Foi uma mudança brusca em todos os sentidos, pela primeira vez me vi literalmente sozinha com meus filhos pequenos num lugar totalmente diferente do que estava acostumada.
Andava pelas ruas e cruzava com pessoas feias e esquisitas, todos eram estranhos para mim.
Foram semanas de choro as escondidas, disfarçando a voz e os olhos vermelhos para que ninguém percebesse.
E assim fomos aos poucos reformando a casa e reconstruindo nossa vida.
Foi nessa época também que tomei atitudes que refletiram drasticamente no meu futuro, algumas com certeza virarão textos, mesmo porque sinto a necessidade em pôr para fora, desenterrar ou desengolir  fatos que me fizeram ser o que sou e que me fizeram chegar até aqui.
Mas hoje estou particularmente triste, as vezes consigo rir dos desencontros das trapalhadas das escolhas equivocadas, achando graça da própria desgraça, mas.... este relato de hoje me levou a um estado de melancolia difícil de esquecer e passar....











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